terça-feira, 30 de outubro de 2012

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

TESTE

17 a 23 de agosto
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Teste

17 a 19 de agosto
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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

domingo, 30 de março de 2008

EM CARTAZ-BH, 11 a 17 de maio

Ano IV, no. 179 (atualizado todo fim-de-semana)
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MELHORES FILMES DE 2011 - veja na seção MELHORES FILMES e outras notícias

11 a 17 de maio

PRÉ-ESTREIA
O CORVO, de James McTeigue (The Raven, EUA/Hungria/Espanha, 2012).
“O terror apresenta uma versão ficcional dos últimos dias do escritor Edgar Allan Poe (1809-1849), interpretado por John Cusack. Na trama, antes de sofrer um ataque de stress e loucura, Poe é mostrado investigando um serial killer cujas mortes foram inspiradas em seus livros (111min). Legendado: BH Shopping 9, Del Rey 5, Shopping Cidade 3”. (Veja Belo Horizonte)

ESTREIAS
***BATTLESHIP – Batalha dos Mares (Estréia)
2,6 – Bom (ação, direção Peter Berg, com Taylor Kitsch, Liam Neeson, Alexander Skarsgård, Josh Pence, Brooklyn Decker, Rihanna, Jesse Plemons, Peter MacNicol): 3,2-Imdb; 2,1-Metacritic; 1,0-VejaBH
“Battleship é um jogo de batalha naval da Hasbro, que serviu de base para essa aventura de ficção científica. Escrito pelos irmãos Jon e Erich Hoeber (os mesmos do medonho Terror na Antártida), o roteiro ultrapassa o limite da fantasia e do bom-senso. Embora o grande prólogo se aproxime de um drama romântico, o restante vem carregado de efeitos visuais megalomaníacos e barulheira sem fim. Na trama, Alex Hopper (o insosso Taylor Kitsch de John Carter) só quer sombra e água fresca até o dia em que seu irmão, o comandante da Marinha Stone (Alexander Skarsgard), lhe dá um ultimato. Como está apaixonado pela fisioterapeuta Sam (Brooklyn Decker), filha de um almirante (Liam Neeson), Alex decide seguir a carreira do irmão. Em treinamento nos mares do Havaí, eles e a tripulação dos navios vão deparar com gigantescas naves vindas do fictício planeta G. A partir daí, o longa-metragem vira uma batalha ensurdecedora entre humanos e alienígenas. Para não ir muito longe, o enredo parece uma mistura esdrúxula de fitas como Predador, Alien e Transformers. O resultado vem revestido de um meloso ufanismo americano e fica aquém de qualquer expectativa. Estreante no cinema, a estrela da música Rihanna não canta nem encanta (131min). 10 anos. Estreou em 11/5/2012. Dublado: Betim Shopping 1, Big Shopping 1, Minas Shopping 5, Pampulha Mall 2, Shopping Cidade 2, Shopping Norte 2, Via Shopping 2. Legendado: Itaú Power 3, BH Shopping 6 e 8, Boulevard 5, Del Rey 6, Diamond Mall 1, Pátio Savassi 1 e 7, Shopping Cidade 6.” (Veja Belo Horizonte)

**BELEZA ADORMECIDA, de Julia Leigh (Sleeping Beauty, Austrália, 2011): 2,0-VejaBH.
“Exibido em competição no Festival de Cannes do ano passado, o drama erótico é o primeiro longa-metragem da diretora australiana. Há uma forte pegada voyeurística em um enredo atraente e curioso, mas que, assim como em "Shame", não passa de um bom argumento mal explorado. Emily Browning (de "Sucker Punch") interpreta Lucy, uma jovem estudante que se desdobra para sobreviver em Sydney. Além de faxineira de um café e operadora de fotocopiadora de uma empresa, a moça é garota de programa. Ao atender ao anúncio de um jornal, começa a incrementar o orçamento em uma espécie de bordel exótico. Sua função: servir bebida para senhores de idade usando apenas lingerie. Responsável pelas contratações, Clara (Rachael Blake) enxerga um potencial maior em Lucy e oferece um trabalho mais barra-pesada. Sedada como se estivesse permanentemente desmaiada, a protagonista será usada para as excêntricas taras dos clientes (101min). 16 anos. Estreou em 11/5/2012. Legendado: Belas Artes 1.” (Veja Belo Horizonte)

***O EXÓTICO HOTEL MARIGOLD, de John Madden (The Best Exotic Marigold Hotel, Inglaterra, 2011): 3,0-VejaBH.
“Do mesmo diretor do premiado Shakespeare Apaixonado (1998), a comédia dramática faz um registro bacana e alto-astral da terceira idade, além de contar com um excelente time de atores britânicos. A primeira hora do roteiro é dedicada a apresentar os personagens e mostrá-los em situações divertidas. Da metade em diante, os dramas e os romances invadem a história tornando-a previsível e sentimental — esses detalhes não prejudicam a narrativa fluente. Na Inglaterra, sete idosos decidem fazer algo extravagante: passar uma longa temporada na Índia. Eles se conhecem no aeroporto e ficam amigos. Enquanto a viúva Evelyn (Judi Dench) quer escrever um blog, o juiz aposentado Graham (Tom Wilkinson) vai atrás de um amor do passado. Há ainda um casal (Bill Nighy e Penelope Wilton) numa relação desgastada, um mulherengo (Ronald Pickup) e uma espevitada senhora (Celia Imrie), ambos à procura da cara-metade. Mais deslocada do grupo, a preconceituosa Muriel (Maggie Smith) atravessou o mundo para conseguir uma cirurgia no quadril mais barata. O hotel Marigold, em Jaipur, escolhido por eles via internet, será o refúgio. Mas, chegando lá, o local parece uma hospedaria caindo aos pedaços, mas tocada com afinco por Sonny, papel de Dev Patel, o rapaz de Quem Quer Ser um Milionário? (124min). 12 anos. Estreou em 11/5/2012. Legendado: Del Rey 4, Diamond Mall 4.” (Veja Belo Horizonte)

EM CARTAZ
***AMERICAN PIE: O REENCONTRO (Estreia)
3,1 – Bom (comédia, EUA/2012, direção Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg, com Alyson Hannigan, Chris Owen, Deborah Rush, Jason Biggs, Eugene Levy, Seann William Scott, Thomas Ian Nicholas, Shannon Elizabeth, Tara Reid, Chris Klein, Mena Suvari, Jennifer Coolidge): 3,8-Imdb; 3,0-VejaBH; 2,5-Metacritic
“Treze anos depois do filme pioneiro, os personagens, agora trintões, voltam a se reunir. O motivo é uma festa da escola onde eles se formaram em 1999, no interior do estado de Michigan. Quem viu ao menos o primeiro longa-metragem vai rir mais e identificar melhor as piadas. Depois dele, vieram mais duas fitas (de 2001 e 2003) e três oportunistas telefilmes sem o elenco original. Trata-se aqui do amadurecimento de uns, da ainda infantilidade de outros, de traições conjugais e relações desgastadas. Para uma comédia juvenil, até que o saldo se mostra adulto e satisfatório, embora traga cenas grosseiras e tolas brincadeiras com sexo para fisgar um novo público adolescente. Protagonista da cinessérie, Jim (Jason Biggs) se casou com Michelle (Alyson Hannigan). Agora pais, eles vivem um relacionamento morno. Escoltado por uma beldade, Oz (Chris Klein) virou comentarista esportivo de TV, enquanto Kevin (Thomas Ian Nicholas) e sua mulher encontraram um novo prazer... vendo seriados na TV (!). Já Finch (Eddie Kaye Thomas) rodou o mundo e o inconveniente Stifler (Seann William Scott) continua o mesmo babaca de sempre. O roteiro capta bem o espírito saudosista e traz situações muito divertidas. Disfarça, porém, a caretice em sequências aparentemente transgressoras (113min). 16 anos. Estreou em 20/4/2012. Dublado: Minas Shopping 4. Legendado: BH Shopping 9, Boulevard 1, Del Rey 5, Diamond Mall 3, Itaú Power 4, Minas Shopping 4, Pátio Savassi 2, Shopping Cidade 3.” (Veja Belo Horizonte)

***O AMOR CHEGA TARDE, de Jan Schütte (Love Comes Lately, Alemanha/Áustria/EUA, 2007): 3,0-VejaBH.
“Realidade e ficção se confundem nesta simpática comédia dramática inspirada em contos de Isaac Bashevis Singer (1904-1991). A história gira em torno de Max Kohn (Otto Tausig), um imigrante austríaco de 80 anos que vive em Nova York e tem uma namorada um pouco mais jovem (papel de Rhea Perlman). Escritor com imaginação fértil, Kohn se deixa levar pela trama que está escrevendo: a de um senhor na Flórida às voltas com novas paixões, mortes inesperadas e crimes imperfeitos. Embora seja um registro por vezes melancólico da velhice, há vitalidade e bossa na trajetória do protagonista (86min). 12 anos. Estreou em 4/5/2012. Dublado: Pampulha Mall Legendado: BH Shopping 7.” (Veja Belo Horizonte)

***ANJOS DA LEI, de Phil Lord e Chris Miller (21 Jump Street, EUA, 2012): 3,0-VejaBH.
“Diretores da divertida animação Tá Chovendo Hambúrguer, Lord e Miller acertam a mão em seu primeiro filme com atores. O título foi extraído do seriado homônimo, que durou de 1987 a 1991 e marcou o início da carreira de Johnny Depp. Contudo, sai o drama policial e entra uma divertidíssima comédia cujos protagonistas, Channing Tatum e Jonah Hill, são também os produtores — o polivalente Hill, indicado ao Oscar de coadjuvante por O Homem que Mudou o Jogo, ainda foi roteirista. Embora sem nada em comum, os atores demonstram sintonia invejável. A trama tem início quando o bonitão Jenko (Tatum) e o nerd gorduchinho Schimidt (Hill) estão no último ano do colegial. Tempos depois, eles se reencontram numa academia de polícia e se tornam amigos inseparáveis. Depois de formados, ganham o primeiro emprego como... guardas de um parque (!). Eles querem caçar bandidos, mas, para isso, precisam prender um criminoso. Infiltram-se, então, como adolescentes numa escola para identificar um traficante que fornece drogas aos alunos. Sem apelar para a baixaria, algo comum em fitas do gênero, o filme traz piadas engenhosas, num misto de humor e ação na medida certa. Com Ice Cube e Dave Franco, irmão caçula do também ator James Franco (109min). 16 anos. Estreou em 4/5/2012. Dublado: Betim Shopping 2, Big Shopping 4, Minas Shopping 6, Pampulha Mall 1, Shopping Norte 3, Via Shopping 1. Legendado: BH Shop¬ping 9, Boulevard 3, Del Rey 5, Diamond Mall 3, Itaú Power 2, Paragem 3, Pátio Savassi 2 e 6, Shopping Cidade 3.” (Veja Belo Horizonte)

***A DANÇARINA E O LADRÃO
2,9 – Bom (El Baile de la Victoria, drama, Espanha/2009, direção Fernando Trueba, com Ricardo Darín, Abel Ayala, Miranda Bodenhofer): 3,0-VejaBH; 2,8-Imdb
“Dirigido pelo espanhol Fernando Trueba (Sedução), o filme foi inspirado no livro O Baile da Vitória, do chileno Antonio Skármeta. Nesta trama, ambientada no Chile do fim da década de 90, quando o ditador Augusto Pinochet se refugiou em Londres, Abel Ayala vive Ángel Santiago e Ricardo Darín, Nicolás Vergara Grey. Ambos saem da cadeia no mesmo dia e com propósitos distintos. Nicolás, notório assaltante e espécie de herói para os chilenos, quer apenas reencontrar a família e refazer a vida. Ángel, um ladrãozinho com energia e insistência invejáveis, tenta convencê-lo a participar do roubo de uma grana preta pertencente a Pinochet. Enquanto isso, o moço se encanta pela dançarina muda e órfã Vitória (Miranda Bodenhofer). Em narrativa fluente, o realizador mistura gêneros em proposta curiosa, porém não totalmente satisfatória. Como drama político, a trama traz pontos de interrogação. Sua sobrevivência vem através do doce romance e da ágil aventura dramática, sempre mais críveis e interessantes. Se Darín (Um Conto Chinês) apenas cumpre o contrato e Miranda Bodenhofer só mostra talento (e olhe lá) como bailarina, a fita tem seu maior trunfo em Ángel e em seu intérprete, um ator novato de 23 anos (127min). 14 anos. Estreou em 4/05/2012. Legendado: Belas Artes 2.” (Veja Belo Horizonte)

**ESPELHO, ESPELHO MEU
2,2 – Regular (Mirror Mirror, comédia, EUA/2012, direção Tarsem Singh, com Julia Roberts, Lily Collins, Armie Hammer, Sean Bean): 2,7-Imdb; 2,3-Metacritic; 2,0-OGlobo; 2,0-EstSP; 2,0-VejaBH
“Diretor de A Cela (2000) e do recente Imortais, o indiano Tarsem Singh realiza aqui seu melhor trabalho. Mas isso não quer dizer muita coisa porque seus filmes anteriores eram medíocres. A ideia é fazer uma releitura da fábula de Branca de Neve, subvertendo a história original dos irmãos Grimm ao injetar feminismo, mudanças e modernizações. Como comédia, às vezes funciona, sobretudo quando Julia Roberts, posando de Rainha Má e numa acertada atuação, está em cena. O enredo cobre a trajetória da jovem Branca de Neve (Lily Collins), perseguida por sua madrasta após a morte do pai. O reinado vive seus piores dias e a rainha, além de deixar o povo passando fome, precisa encontrar um príncipe rico para equilibrar o orçamento. Mas o bonitão Alcott (Armie Hammer) se encanta mesmo é por Branca de Neve. Sem que o pretendente saiba, a rainha manda seu fiel súdito (Nathan Lane) matá-la. Ele, porém, a deixa sobreviver e, com a ajuda dos sete anões, a mocinha vai reverter o jogo. Adepto de um visual espalhafatoso, o realizador exagera na direção de arte e nos figurinos, e o que se pretendia luxo vira brega (106min). Livre. Estreou em 6/4/2012. Dublado: Itaú Power 1, Minas Shopping 4, Paragem 5.” (Veja Belo Horizonte)

**FÚRIA DE TITÃS 2
2,0 - Regular (Wrath of the Titans, aventura, EUA/2012, direção Jonathan Liebesman, com Sam Worthington, Ralph Fiennes, Liam Neeson, Rosamund Pike): 1,8-Metacritic; 1,0-VejaBH
“Ainda mais fraca do que o episódio original, de 2010, esta sequência da aventura épica tem um roteiro chinfrim para sustentar uma epopeia repleta de efeitos visuais por vezes grandiosos - o ponto alto é o desfecho, na luta entre Perseu e o monstro Cronos. Mas, para chegar até lá, o espectador pena para aguentar um roteiro lenga-lenga, comandado sem empolgação pelo diretor do irritante Invasão do Mundo — Batalha de Los Angeles (2011). Na trama, Perseu (papel do mesmo Sam Worthington, aqui bolachudo e fora de forma) derrotou o monstro Kraken e agora leva uma vida tranquila como pescador junto do pequeno filho. A calmaria, contudo, tem hora para acabar. Seu pai, Zeus (Liam Neeson), foi feito prisioneiro no abismo do Tártaro pelo próprio filho, Ares (Édgar Ramírez), e pelo irmão, Hades (Ralph Fiennes). Resta ao protagonista embarcar rumo ao desconhecido, enfrentar os titãs e libertar o pai, para o bem da humanidade (99min). 12 anos. Estreou em 30/3/2012. Legendado: Paragem 1.” (Veja Belo Horizonte)

**GIRIMUNHO, de Helvécio Marins Jr. e Clarissa Campolina (Brasil/Espanha/Alemanha, 2011): 2,0-VejaBH.
“É inegável: a dupla de cineastas tem um senso estético apurado. Os enquadramentos são perfeitos, a bela fotografia traz algo das telas do pintor Almeida Júnior e o ritmo, embora lentíssimo, não incomoda. Mesmo com todos os predicados, faz falta um roteiro à altura das imagens requintadas. Filmado na região rural da cidadezinha de São Romão, em Minas Gerais, o drama mostra o cotidiano de Bastu (Maria da Conceição). Essa octogenária acabou de perder o marido, mora com os netos num casebre e, com a energia dos jovens, tira a viuvez de letra. Usando não atores para todos os papéis e perdendo-se no tempo ao prolongarem situações banais, os realizadores fazem um flerte com o documentário de forma poética. Contudo, a certa hora, há falta de profundidade no enredo (90min). 10 anos. Estreou em 4/5/2012. Belas Artes 3.” (Veja Belo Horizonte)

****HABEMUS PAPAM
3,6 – Ótimo (Habemus Papam, comédia dramática, Itália-França/2011, direção Nanni Moretti, com Michel Piccoli, Jerzy Stuhr, Renato Scarpa): 5,0-OGlobo; 3,5-Imdb; 3,0-Metacritic; 3,0-VejaSP
Excelente: “... obra-prima leve e grave, que nos diz muito sobre o mundo que nos rodeia.” (O Globo)
“Comédia dramática. No novo longa-metragem do diretor italiano de O Quarto do Filho (2001), a história tem um fundo dramático, mas ganha tratamento bem-humorado. Depois da morte do papa, o conclave do Vaticano se reúne para escolher um sucessor. Na hora de apresentá-lo aos fiéis na Praça São Pedro, o substituto (papel de Michel Piccoli) tem um surto e sofre uma crise de identidade: estaria ele preparado para ser o representante de Deus? Para ajudá-lo a resolver o problema, surge um psicanalista, interpretado pelo próprio diretor. Moretti, um dos roteiristas, pode ser excessivo como ator, mas sua trama flui bem com um tema pra lá de insólito. Ateu e esquerdista, o realizador até põe o clero em si¬tua¬ções embaraçosas, mas, refinado, jamais escorrega na má educação (102min). Livre. Estreou em 16/3/2012. Legendado: Belas Artes 3.” (Veja Belo Horizonte)

*UM HOMEM DE SORTE, de Scott Hicks (The Lucky One, EUA, 2012):
1,0-VejaBH.
“Os livros do autor americano Nicholas Sparks quase sempre ganham açucaradas adaptações para o cinema — talvez a única exceção seja Diário de uma Paixão (2004). Não foge à regra este drama romântico que pretende fazer de Zac Efron um ídolo de gente grande. Consagrado no seriado musical para adolescentes High School Musical, Efron, de 24 anos, encorpou, ficou musculoso e deixou uma barba cerrada para livrar-se da cara de bebê. Continua, porém, atuando no piloto automático e prejudica ainda mais uma trama que pede tensão de seu personagem. A história mostra a trajetória do fuzileiro naval americano Logan (Efron). Depois de servir no Iraque e voltar de lá atormentado pelos conflitos, ele vai em busca de uma mulher cuja fotografia lhe salvou a vida. Na área rural de uma cidadezinha, Logan a encontra. Trata-se de Beth (Taylor Schilling), dona de um canil que vive com a avó (Blythe Danner) e morre de saudade do irmão, morto na guerra. Sem revelar o motivo de sua estada, o protagonista aceita trabalhar na fazenda. Consegue ganhar a amizade do filho da patroa e vira inimigo número 1 do ex-marido dela, papel de Jay R. Ferguson (101min). 12 anos. Estreou em 4/5/2012. Legendado: BH Shopping 10, Big Shopping 3, Boulevard 4, Del Rey 7, Pampulha Mall 4, Paragem 2, Pátio Savassi 2, Shopping Cidade 1, Via Shopping 5.” (Veja Belo Horizonte)

***JOGOS VORAZES
3,2 – Bom (The Hunger Games, aventura, EUA/2012, direção Gary Ross, com Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth):
4,1-Imdb; 3,4-Metacritic; 2,0-VejaBH
“Este é o primeiro episódio de uma trilogia de livros escritos pela americana Suzanne Collins — os seguintes são Em Chamas e A Esperança. Fenômeno editorial, a série já vendeu 13 milhões de exemplares nos Estados Unidos e, no Brasil, também é um sucesso entre leitores jovens. A adaptação para o cinema deve seguir por esse caminho e encontrar seu público-alvo, o mesmo que fez da cinessérie Crepúsculo um estrondoso barulho nas bilheterias. Na trama, a América do Norte virou o território de um regime totalitário chamado Panem. Depois de uma rebelião contra o sistema, seus doze distritos são obrigados a mandar, anualmente, um garoto e uma garota, entre 12 e 18 anos, para um torneio mortal. Levados para uma floresta, os 24 participantes vão lutar até a morte. Só um sobreviverá diante das câmeras do reality show transmitido pela TV para todo o país. Vindos do Distrito 12, o mais pobre deles, Katniss Everdeen (Jennifer Law¬rence) e Peeta Mellark (Josh Hutcherson) são os protagonistas desta aventura de ficção científica. Com enredo inusitado e envolvente, a fita tem direção de arte, figurinos e penteados horrendos e suaviza a violência para não chocar a meninada. Com Woody Harrelson, Stanley Tucci e Wes Bentley, um bom trio de atores, aqui em interpretações afetadas (142min). 12 anos. Estreou em 23/3/2012. Legendado: Paragem 5.” (Veja Belo Horizonte)

***UM MÉTODO PERIGOSO
3,4 - Bom (A Dangerous Method, drama, Canadá-Alemanha-Inglaterra-Suiça/2011, direção David Cronenberg, com Viggo Mortensen, Keira Knightley, Vincent Cassel, Michael Fassbender): 4,0-EstSP; 4,0-FolhaSP; 3,8-Metacritic; 3,3-Imdb; 2,0- VejaBH
“Diretor de Senhores do Crime e Marcas da Violência, entre outros bons trabalhos, o canadense Cronenberg parte agora para uma trama menos explosiva na forma, mas igualmente intrigante. Não é, contudo, um filme fácil de ver e digerir. Por vezes teóricos demais, os diálogos cansam. Trata-se aqui da aproximação e do rompimento dos dois mais famosos psicanalistas da história: o suíço Carl Jung (1875-1961) e o austríaco Sigmund Freud (1856-1939). Em 1904, Jung (papel de Michael Fassbender, de Shame) decide tratar Sabina Spielrein (Keira Knigthley), internada num hospital psiquiátrico de Genebra, utilizando o método da psicanálise criado por Freud (Viggo Mortensen). Histérica e tida como louca, essa judia russa se recupera, ingressa na universidade e também se volta para a psiquiatria — a mesma personagem foi tema da fraca fita italiana Jornada da Alma (2002). Dois anos depois do primeiro encontro entre o médico e a paciente, Jung vai até Viena discutir o caso dela e conhecer Freud. Em meio a elipses, o roteiro, escrito por Christopher Hampton (Desejo e Reparação) e inspirado numa peça teatral de sua autoria, vai ainda enfocar o romance velado de Jung e Sabina e as desavenças entre os doutores (100min). 14 anos. Estreou em 30/3/2012. Legendado: Diamond Mall 3.” (Veja Belo Horizonte)

***AS NEVES DO KILIMANJARO
3,0 – Bom (Les Neiges du Kilimandjaro, drama, França/2011, direção Robert Guédiguian, com Ariane Ascaride, Gérard Meylan, Jean-Pierre Darroussin): 3,0-EstSP; 3,0-VejaSP
“Francês de Marselha, o diretor de A Cidade Está Tranquila (2000) e Marie-Jo e Seus Dois Amores (2002) reúne sua turma de atores prediletos e roda em sua cidade natal mais uma crônica atual, com temas contundentes e discussões oportunas. O drama está centrado no par formado por Marie-Claire (Ariane Ascaride) e Michel (Jean-Pierre Darroussin). Em grave situação financeira, o estaleiro onde ele trabalha dispensa vinte funcionários. Michel, responsável por escolher os demitidos em sorteio, também vai para o olho da rua. A tristeza é recompensada dias depois: os parentes oferecem ao casal uma viagem com tudo pago para a Tanzânia, em um lugarejo aos pés do Monte Kilimanjaro. Não tarda, porém, para que ladrões invadam a casa deles e roubem o dinheiro e as passagens. Por acaso, Michel descobre quem foi um dos assaltantes. Trata-se do jovem Christophe (Grégoire Leprince-Ringuet), seu ex-companheiro de trabalho que, para sustentar dois irmãos menores, partiu para o crime (90min). 12 anos. Estreou em 20/4/2012. Legendado: Belas Artes 3.” (Veja Belo Horizonte)

PARAÍSOS ARTIFICIAIS, de Marcos Prado (Brasil, 2012): 3,0-VejaBH.
“O truque de usar a narrativa de vaivém, em moda no cinema nacional (vide o recente Heleno), funciona bem neste drama. No centro da trama está o conturbado relacionamento de Érika e Nando (papéis de Nathalia Dill e Luca Bianchi). A fita tem início no Rio de Janeiro com o protagonista deixando a cadeia. Para explicar o motivo que levou esse rapaz de classe média à condenação, o roteiro retrocede quatro anos. Em Amsterdã, Nando vive uma intensa paixão pela também brasileira Érika. O enredo agora foca essa DJ e, de volta ao passado, mostra a íntima relação dela com Lara (Lívia de Bueno). No Nordeste para participar de um festival de música eletrônica, as liberais namoradinhas experimentam pesadas drogas alucinógenas. O primeiro longa-metragem de ficção de Marcos Prado (do formidável documentário Estamira) vem escudado na impecável fotografia de Lula Carvalho (Tropa de Elite) e na afiada direção de arte de Cláudio Amaral Peixoto (O Palhaço). Atrás de um argumento ousado, Prado apresenta uma realização ritmada — seja por causa do balanço da trilha sonora, seja pelos lances novelescos da história. Embora previsível e pouco profundo, o filme conjuga tragédias e romances para deixar a plateia satisfeita (96min). 16 anos. Estreou em 4/5/2012. BH Shopping 10, Boulevard 1, Del Rey 7, Diamond Mall 4, Itaú Power 1, Minas Shopping 6, Pampulha Mall 4, Paragem 4, Pátio Savassi 8, Shopping Cidade 1, Via Shopping 5.” (Veja Belo Horizonte)

**PEQUENOS ESPIÕES 4
2,1 – Regular (Spy Kids 4, aventura, EUA/2011, direção Robert Rodriguez, com Antonio Banderas, Jessica Alba, Danny Trejo): 3,0-VejaBH; 1,8-Metacritic; 1,6-Imdb
“Xodó do diretor Robert Rodriguez, a cinessérie Pequenos Espiões chega com fôlego ao quarto episódio. Como se passaram oito anos desde a última história, o elenco desta aventura foi trocado. Agora é Jessica Alba quem interpreta uma espiã. Mãe de um recém-nascido, ela precisa voltar à ativa para encontrar um sujeito responsável por roubar, pouco a pouco, os minutos do tempo. Ao descobrirem a identidade secreta da madrasta, os irmãos Cecil e Rebecca (papéis de Mason Cook e Rowan Blanchard) vão se tornar os novos espiões mirins. O realizador segue a fórmula de antes: saboroso clima de matinê, efeitos e cenários de jeitão datado, além de cenas de ação e situações divertidas para cair no gosto da criançada — tudo sem aborrecer os adultos (89min). Livre. Estreou em 16/3/2012. Dublado: Paragem 5.” (Veja Belo Horizonte)

***RAUL - o Início, o Fim e o Meio
3,2 – Bom (documentário, Brasil/2011, direção Walter Carvalho e Leonardo Gudel): 4,0-EstSP; 3,0-EstMinas; 3,0-OTempo; 3,0-VejaBH
“Documentário. Premiado diretor de fotografia, Walter Carvalho (Central do Brasil) foi atrás da trajetória do baiano Raul Seixas (1945-1989). Cronologicamente, o realizador vai do nascimento à morte de Raul. Volta à Bahia para mostrar o fascínio do cantor por Elvis Presley na adolescência e o surgimento de Raulzito e os Panteras, seu primeiro disco, gravado em 1968, no Rio de Janeiro. O sucesso, contudo, veio a partir dos LPs Krig-Ha Bandolo! (1973), com Metamorfose Ambulante e Ouro de Tolo, e Gita (1974), que traz, além da faixa-título, Medo da Chuva e Sociedade Alternativa. Persistente, Carvalho chegou a duas ex-esposas, três ex-companheiras, três filhas e um neto de Raul. Entre outros, o escritor Paulo Coe¬lho, os jornalistas Pedro Bial e Nelson Motta e os cantores Marcelo Nova e Caetano Veloso dão depoimentos. Há ainda achados como Cláudio Roberto, coautor de Rock das Aranhas e Cowboy Fora da Lei, e Edy Star, integrante do disco Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, de 1971. Muitas imagens-relíquia também estão presentes, entre elas cenas do obscuro filme em super-8 Contatos Imediatos do Quarto Graal, em louvor ao satanismo. Levado em narrativa hipnótica, o documentário tem algumas apelações, como fazer a humilde secretária de Raul voltar ao apartamento onde ele foi encontrado morto. Talvez sejam tentativas de comover a plateia. Mas só de ouvir as canções do Maluco Beleza os espectadores já se emocionam (120min). 14 anos. Estreou em 23/3/2011. Betim Shopping 2.” (Veja Belo Horizonte)

OS VINGADORES
3,2- Bom – (The Avengers, ação/aventura/ficção científica, EUA/2012, direção Joss Whedon, com com Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Scarlett Johansson): 4,4-Imdb; 3,5-Metacritic; 3,0-FolhaSP; 2,0-VejaSP
“Um dos filmes mais aguardados pelos fãs de HQ mostra-se irregular. Se há quase duas horas substituindo a ação pela enrolação, o terço final, com Nova York (onde mais?) sendo destruída, acaba compensando. A ideia de reunir, pela primeira vez no cinema, seis personagens da Marvel rende uma guerrinha de egos e boas piadas internas. Nesse quesito, os embates verbais entre o tecnológico Tony Stark (Robert Downey Jr.), sem a armadura do Homem de Ferro, e o datado Capitão América (Chris Evans) viram o centro das atenções. Ainda são divertidas as demonstrações de força do monstro verde Hulk, que não poupa nem mesmo seus aliados. A trama meia-boca enfoca Tesseract, um cubo mágico cuja imensa fonte de energia pode arrasar a Terra. Vindo do planeta Asgard, Loki (Tom Hid¬dleston), irmão de Thor (Chris Hemsworth), invade o porta-aviões espacial onde fica a agência secreta S.H.I.E.L.D. para roubar o objeto. Com seus poderes, hipnotiza o professor Selvig (Stellan Skarsgard) e o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner). Mas o chefe Nick Fury (Samuel L. Jackson) tem a astúcia de entrar em contato com Stark, Capitão América e o Dr. Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo) para ajudá-lo a enfrentar o inimigo. Thor também reaparece para dar uns sopapos no irmão e uma mãozinha aos super-heróis. Bela e lutadora elástica, Scarlett Johansson reencarna Natasha Romanoff, a Viúva Negra (142min). 12 anos. Estreou em 27/4/2012. Dublado: Betim Shopping 3, BH Shopping 7, Big Shopping 2, Minas Shopping 3, Pampulha Mall 5, Shopping Cidade 7 e 8, Shopping Norte 5, Via Shopping 3. Dublado, em 3D: BH Shopping 1, Big Shopping 5, Boulevard 6, Del Rey 1, Itaú Power 6, Minas Shopping 1, Pampulha Mall 6, Pátio Savassi 3, Shopping Cidade 4, Shopping Norte 1, Via Shopping 4. Legendado: BH Shopping 4 e 5, Boulevard 2, Del Rey 3, Diamond Mall 2, Itaú Power 5, Pátio Savassi 8. Legendado, em 3D: BH Shopping 2, Diamond Mall 5, Minas Shopping 1, Pampulha Mall 6, Pátio Savassi 4 e 5, Shopping Cidade 4, Via Shopping 4.” (Veja Belo Horizonte)

ESTREIAS, 13 de abril
**ÁREA Q
1,6 – Regular (Area Q, ficção científica, EUA-Brasil/2012. direção Gerson Sanginitto, com Isaiah Washington, Ronnie Gene Blevins, Murilo Rosa):
2,0-EstSP; 2,0-OGlobo; 2,0-Imdb; 1,0-VejaSP
“O cearense Halder Gomes especializou- se nos últimos anos no filão do filme espírita — são dele "Bezerra de Menezes" (como produtor) e "As Mães de Chico Xavier" (como diretor). Em parceria com o cineasta Gerson Sanginitto, brasileiro radicado nos Estados Unidos, Gomes produz aqui algo aparentemente inédito: uma ficção científica dramática de pegada espiritualista. Embora o argumento seja curioso e algumas locações no Ceará surpreendam, o resultado é tosco e primário. A trama tem início na década de 70, quando um humilde fazendeiro (Murilo Rosa) some sem deixar rastro. Nos dias de hoje, o jornalista Thomas (o ator americano Isaiah Washington) passa por um período de crise: seu pequeno filho também desapareceu, provavelmente levado por um pedófilo. Enquanto aguarda as investigações da polícia, Thomas é enviado ao Brasil para fazer uma reportagem sobre uma região no Nordeste conhecida por ter grande concentração de abduções extraterrestres. Entre Quixadá e Quixeramobim, o protagonista vai encontrar as respostas para tantos mistérios. Com Tania Khalill e Ricardo Conti, que, na pele do guia Eliosvaldo, rouba a cena dos famosos. Estreou 13/04/2012.” (Veja São Paulo)

**COMO AGARRAR MEU EX-NAMORADO
1,9 – Regular (One for the Money, comédia, EUA/2012, direção Julie Anne Robinson, com Katherine Heigl, Jason O'Mara, Daniel Sunjata): 2,5-Imdb; 2,0-OGlobo; 2,0-VejaSP; 1,1-Metacritic
“A mistura de romance, comédia e policial não funciona. Sempre graciosa, mas apelando para fitas dispensáveis, como "Juntos Pelo Acaso" e "Par Perfeito", Katherine Heigl interpreta Stephanie Plum. Essa vendedora de lingerie foi demitida e, sem grana nem carro, aceita um emprego inusitado: ir atrás de criminosos foragidos da Justiça. Seu primeiro caso, ela pega com gosto: trata-se de Joe Morelli (Jason O’Mara), um cara que lhe tirou a virgindade na época do colégio e mentiu ao prometer namoro. Morelli virou policial e está sendo acusado de matar um traficante indefeso. Na frente do sujeito, Stephanie ainda sente-se atraída. Decide, então, mudar um pouco de rumo e, metida a investigadora, vai atrás de supostas testemunhas que possam inocentá-lo. Sem nenhum momento crível, o roteiro patina em direção a um desenrolar morno e a um desfecho risível. Aos saudosistas, resta como consolo a participação especialíssima de Debbie Reynolds, estrela de "Cantando na Chuva" (1952), hoje com 80 anos e intérprete da avó da protagonista. Estreou 13/04/2012.” (Veja São Paulo)

**12 HORAS
2,4 – Regular (Gone, suspense, EUA/2012, direção Heitor Dhalia, com Amanda Seyfried, Jennifer Carpenter, Wes Bentley): 3,0-VejaSP; 2,7-Imdb; 2,0-EstSP; 1,8-Metacritic
“Embora considere desgastante a experiência de ter filmado uma produção americana nos Estados Unidos, o diretor pernambucano Heitor Dhalia fez um trabalho acima da média. Na trama de suspense psicológico, a jovem Jill (Amanda Seyfried, de "Mamma Mia!") entra em pânico ao descobrir que a irmã desapareceu. O namorado dela não sabe de seu paradeiro e a polícia nem dá bola para as queixas de Jill. Motivo: tempos atrás, essa moça se disse raptada, mas o criminoso e as provas nunca foram encontrados. Como tem certeza de se tratar da mesma pessoa, a protagonista embarca numa perigosa investigação por conta própria. Em clima de tensão constante, o roteiro pode não ter lá sua originalidade, mas faz o espectador de refém na poltrona. Estreou 13/04/2012.” (Veja São Paulo)

****O PORTO
3,7 – Ótimo (Le Havre, drama, Finlândia-França-Alemanha/2011, direção Aki Kaurismäki, com André Wilms, Blondin Miguel, Jean-Pierre Darroussin):
4,1-Metacritic; 4,0-EstSP; 3,7-Imdb; 3,0-VejaSP
A estranha fita de tintas cômicas segue a linha do trabalho do diretor finlandês de "O Homem sem Passado" (2002). Quase sempre privilegiando focos de luz nos rostos dos personagens, a esplêndida fotografia de Timo Salminen emoldura uma espécie de fábula dramática, embora seu desfecho seja alto-astral. Falada em francês, a história, ambientada no Havre, região portuária no norte da França, mostra os apuros pelos quais passa o sexagenário Marcel Marx (André Wilms). Ele ganha uns trocados como engraxate, sobrevive das doações de seus vizinhos comerciantes e tem uma mulher doente (papel de Kati Outinen). Para piorar, tenta ajudar um menino do Gabão (Blondin Miguel), que entrou ilegalmente no país, a fugir de um inspetor da polícia, papel de Jean-Pierre Darroussin. Estreou em 02/03/2012.

**O Príncipe do Deserto
2,4 – Regular (Black Gold): 3,2-Imdb; 3,0-OGlobo; 2,0-EstSP
Bom: “... inegável beleza plástica... soluções narrativas e diálogos um tanto simplistas.” (O Globo)
Diretor badalado nos anos 80 por causa de filmes como "A Guerra do Fogo" (1981) e "O Nome da Rosa" (1986), o francês Jean-Jacques Annaud pretende dar uma de David Lean fazendo aqui seu Lawrence da Arábia. Mas a intenção morre na areia a partir da metade da trama — é aí que o roteiro desanda, consegue ficar confuso e aborrecer a plateia. A história começa bem e como uma aventura épica. No início do século XX, dois sultões fazem um acordo na Arábia. Além de a região conhecida como Cinturão Amarelo ficar intocada, Amar (Mark Strong) dará ao inimigo, Nesib (Antonio Banderas), seus dois pequenos filhos. O tempo passa. Enquanto Saleeh (Akin Gazi) cresce com sede de justiça, seu irmão caçula, Auda (Tahar Rahim, de "O Profeta"), volta-se para a cultura e os livros. A situação de paz muda quando um americano insiste que a região proibida é rica em petróleo. Não dá outra: o “ouro negro” jorra e o reino de Nesib enriquece. A partir daí, haverá mortes, revoltas, caravanas pelo deserto, gente com sede e fome. Em produção de época caprichada, que reproduz à perfeição detalhes árabes nos cenários, a fita, em desmedida ambição, insiste na emoção, que nunca chega. Estreou em 13/04/2012.

***TITANIC 3D
3,3 – Bom (drama, EUA/1997, direção James Cameron, com Leonardo DiCaprio, Kate Winslet, Bill Paxton e Billy Zane): 4,0-OGlobo; 4,0-VejaSP; 2,0-EstSP
O enredo é conhecido. Nos tempos atuais, um caçador de tesouros (Bill Paxton) está à procura de um colar de diamantes entre os escombros do Titanic. A joia pertencia a Rose DeWitt, uma centenária senhora interpretada por Gloria Stuart, que relembra onde tudo começou. A ação volta a 1912, quando o transatlântico partiu em sua viagem inaugural, da Inglaterra para Nova York, levando 2 200 passageiros. O foco do roteiro recai sobre a improvável paixão da bem-nascida Rose (Kate Winslet), noiva de um almofadinha milionário (Billy Zane), pelo desenhista pobretão Jack Dawson (Leonardo DiCaprio). Foi, provavelmente, sem muito conforto nem projeção adequada que os espectadores viram nos cinemas, em 1998, a fita dirigida por James Cameron, vencedora de onze prêmios no Oscar. A versão em 3D não é um caça-níquel e pode arrancar aplausos após a sessão. Ainda impecável sob o ponto de vista técnico, o drama romântico apresenta uma trama de amor irresistível e, mesmo quinze anos depois, os efeitos visuais arrebatam. Com tecnologia avançada e bem mais preparados, as cinemas agora oferecem uma atração à altura da excelência do longa-metragem. Reestreou em 13/04/2012.

**A TODA PROVA
2,2 – Regular (suspense, Irlanda/2011, direção Steven Soderbergh, com Gina Carano, Michael Fassbender, Bill Paxton): 3,3-Metacritic; 3,1-Imdb; 3,0-OGlobo; 2,0-EstSP; 2,0-VejaSP
Bom: “... Fassbender, um show à parte.” (O Globo)
Máquina de fazer filmes, Soderbergh às vezes acerta (como em "Contágio") e às vezes erra (no aborrecido "O Desinformante!"). Neste thriller de espionagem, usa da ação ao humor para promover em estrela de cinema a lutadora de MMA Gina Carano. Protagonista da trama, ela mostra boa habilidade nos socos e pontapés, mas, diante de atores do porte de Michael Fassbender ("Shame"), prova que sua praia é outra. A história traz Mallory Kane (Gina), espiã contratada para missões delicadas pelo mundo. Depois de conseguir libertar um chinês sequestrado em Barcelona, Mallory passa a ser perseguida e tem a sensação de que foi traída. Quem seria o responsável? O chefe (Ewan McGregor), o colega de trabalho (Channing Tatum), seu pai (Bill Paxton) ou alguém mais poderoso? Embora consiga entreter a contento, a fita fica no patamar do banal e apresenta um desfecho frustrante. Se era uma brincadeira, os risos ficaram no amarelo. Estreou em 13/04/2012.

ESTREIAS, 06 de abril
**ESPELHO, ESPELHO MEU
2,2 – Regular (Mirror Mirror, comédia, EUA/2012, direção Tarsem Singh, com Julia Roberts, Lily Collins, Armie Hammer, Sean Bean): 2,7-Imdb; 2,3-Metacritic; 2,0-OGlobo; 2,0-EstSP; 2,0-VejaSP
“Diretor de "A Cela" (2000) e do recente "Imortais", o indiano Tarsem Singh realiza aqui seu melhor trabalho. Mas isso não quer dizer muita coisa porque seus filmes anteriores eram medíocres. A ideia é fazer uma releitura da fábula de Branca de Neve, subvertendo a história original compados irmãos Grimm ao injetar feminismo, mudanças e modernizações. Enquanto comédia, às vezes funciona, sobretudo quando Julia Roberts, posando de Rainha Má e numa acertada atuação, está em cena. O enredo cobre a trajetória da jovem Branca de Neve (Lily Collins), perseguida por sua madrasta após a morte do pai. O reinado vive seus piores dias e a rainha, além de deixar o povo passando fome, precisa encontrar um príncipe rico para equilibrar o orçamento. Mas o bonitão Alcott (Armie Hammer) se encanta mesmo é por Branca de Neve. Sem que o pretendente saiba, a rainha manda seu fiel súdito (Nathan Lane) matá-la. Ele, porém, a deixa sobreviver e, com a ajuda dos sete anões, a mocinha vai reverter o jogo. Adepto de um visual espalhafatoso, o realizador exagera na direção de arte e nos figurinos e o que se pretendia luxo vira brega. Estreou 06/04/012”. (Veja São Paulo)

****HABEMUS PAPAM
3,6 – Ótimo (Habemus Papam, comédia dramática, Itália-França/2011, direção Nanni Moretti, com Michel Piccoli, Jerzy Stuhr, Renato Scarpa): 5,0-OGlobo; 3,5-Imdb; 3,0-Metacritic; 3,0-VejaSP
Excelente: “... obra-prima leve e grave, que nos diz muito sobre o mundo que nos rodeia.” (O Globo)
“No novo longa-metragem do diretor italiano de "O Quarto do Filho" (2001), a história tem um fundo dramático, mas ganha tratamento bem-humorado. Depois da morte do Papa, o conclave do Vaticano se reúne para escolher um sucessor. Na hora de apresentá- lo aos fiéis na Praça São Pedro, o substituto (papel de Michel Piccoli) tem um surto e sofre uma crise de identidade: estaria ele preparado para ser o representante de Deus? Para ajudá-lo a resolver o problema, surge um psicanalista, interpretado pelo próprio diretor. Estreou 16/03/2012.” (Veja São Paulo)

***XINGU
3,4 – Bom (drama, Brasil/2012, direção Cao Hamburger, com João Miguel, Felipe Camargo e Caio Bla): 4,0-OGlobo; 3,8-Imdb; 3,0-EstSP; 3,0-VejaSP
“Diretor do adorável "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias" (2006), Cao Hamburger parte aqui para um projeto bem mais ambicioso: recuperar cerca de vinte anos da história dos irmãos sertanistas Villas-Boas. A grandiosa produção da O2, de Fernando Meirelles, passou quatro meses em locações e o resultado não deixa de ser, no mínimo, tecnicamente impecável. Da direção de arte à fotografia, tudo está em seu devido lugar. Mas talvez esteja aí seu pequeno deslize: falta emoção a trajetórias tão fortes e impactantes. A trama tem início em 1944 quando Cláudio (João Miguel, o melhor do elenco) e o caçula Leonardo (Caio Blat), filhos de um advogado e com espírito aventureiro, alistam-se como peões analfabetos na Expedição Roncador-Xingu, criada pelo governo federal. Logo depois, junta-se a eles o primogênito Orlando (Felipe Camargo). O enredo cobre desde os primeiros contatos com os índios até a criação do Parque Nacional do Xingu, no norte do Mato Grosso. Estreou 06/04/2012.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 30 de março
***ALBERT NOBBS
3,0 - Bom (Albert Nobbs, drama, Inglaterra-Irlanda/2011, direção Rodrigo García, com Glenn Close, Mia Wasikowska, Aaron Johnson, Jonathan Rhys Meyers): 3,3-Imdb; 3,0-VejaSP; 2,8-Metacritic
“A Irlanda de 1898 vive dias cinzentos. Num hotel de Dublin, o garçom Albert Nobbs (Glenn Close) cumpre seu serviço silenciosamente e como poucos. Sem amigos nem familiares, tem um objetivo na vida: juntar dinheiro para abrir a própria tabacaria. Nobbs, na verdade, é uma mulher, que se disfarçou de homem por força das circunstâncias. Ao ser obrigada a dividir sua cama por uma noite com Page, um pintor de paredes, Nobbs terá seu segredo descoberto. Rodrigo García, filho do escritor colombiano Gabriel García Márquez, deixa de lado o sentimentalismo e embarca no âmago da protagonista, uma mulher sem nenhuma noção de afeto ou emoção. Além da impressionante caracterização e atuação de Glenn Close, produtora, roteirista e pela sexta vez disputou o Oscar de melhor atriz, surpreende igualmente a magnífica interpretação de Janet McTeer (não convém revelar qual seu papel na história). Estreou 24/02/2012.” (Veja São Paulo)

***A CONDENAÇÃO
3,2 - Bom (Conviction, drama, EUA/2011, direção Tony Glodwin, com Hilary Swank, Sam Rockwell, Thomas D. Mahard) : 3,5-Imdb; 3,0-Metacritic
“Dona de casa e mãe solteira decide voltar a estudar direito para defender o irmão condenado injustamente por homicídio culposo.” (O Tempo)

**FÚRIA DE TITÃS 2
2,0 - Regular (Wrath of the Titans, aventura, EUA/2012, direção Jonathan Liebesman, com Sam Worthington, Ralph Fiennes, Liam Neeson, Rosamund Pike): 1,8-Metacritic
“Na sequência do filme de 2010, Perseu (Sam Worthington), que derrotou o monstro Kraken, tem agora uma vida mais tranquila como pescador e ao lado do pequeno filho. Mas a calmaria dura pouco. Como a humanidade está abandonando a devoção pelos deuses, eles estão enfraquecidos e quase perdendo uma batalha contra os titãs. Cabe, então, a Perseu embarcar numa aventura épica para resgatar Zeus de um calabouço nas profundezas do submundo e derrotar os colossais inimigos. Estreou em 30/03/2012.” (Veja São Paulo)

**HELENO
2,0 - Regular (drama, Brasil/2012, direção José Henrique Fonseca, com Rodrigo Santoro, Alinne Moraes, Angie Cepeda): 2,0- VejaSP
“Certamente, a maioria das pessoas que vai pegar uma sessão deste drama biográfico não sabe quem foi Heleno de Freitas. Seria, portanto, tarefa do roteiro (escrito a seis mãos) explicar. Por opção dos envolvidos no longa-metragem, a história foca muito mais em sua vida pessoal e nos atritos enquanto jogador do que em suas façanhas no campo. Por ser um filme sobre um craque, há muito blábláblá e pouco futebol. Embora um belíssimo trabalho de Walter Carvalho (diretor do documentário sobre Raul Seixas), a fotografia em preto e branco também pode afastar o grande público, assim como a narrativa cheia de muitos vaivéns no tempo. Caso fosse contada cronologicamente, a trajetória de Heleno (1920-1959) talvez rendesse mais emoção. Do jeito escolhido, tende a aborrecer. Mas, diante de equívocos, há acertos, como a impecável recriação de época e atuação de Rodrigo Santoro, que emagreceu 12 quilos para interpretar o protagonista em sua fase terminal. Heleno, mineiro de São João Nepomuceno, teve o auge de sua carreira na década de 40 como artilheiro do Botafogo. Rodeado de mulheres, sifilítico e viciado em éter, foi, aos poucos, revelando seu gênio intempestivo e perdendo a esposa que amava (papel de Alinne Moraes). A colombiana Angie Cepeda interpreta uma cantora e amante de Heleno. Estreou 30/03/2012.” (Veja São Paulo)

***O LORAX - Em Busca da Trúfula Perdida
2,8 - Bom(Dr. Seuss' The Lorax, animação, EUA/2012, direção Chris Renaud, Kyle Balda): 3,3-Imdb; 3,0-VejaSP;
2,3-Metacritic
“Desde a década de 30 que as histórias infantis do escritor Dr. Seuss (1904-1991) têm sido adaptadas para o cinema. Na última década, o autor foi redescoberto em filmes como "O Grinch" (2000) e na animação "Horton e o Mundo dos Quem!" (2008). Também tem brilho, graça e fundo emocional este coloridíssimo desenho animado do mesmo diretor de "Meu Malvado Favorito". Pedida para crianças e adultos, a trama ecológica enfoca uma cidade futurista onde o plástico e o metal tomaram conta do verde. As árvores, por exemplo, foram substituídas por engenhocas eletrônicas. Inconformado, um garoto de 12 anos segue as instruções de sua avó e foge do vilarejo emparedado para encontrar uma figura misteriosa. Trancado por opção num sobrado abandonado no campo, o velho Umavez-ildo conta ao menino sua triste história. Quando jovem, ele tinha ideias arrojadas e, sem pensar duas vezes, derrubou as lindas árvores de trúfulas para fazer um produto de várias utilidades com suas plumagens. Quem não gostou nadinha disso foi o Lorax, o guardião da floresta, que protegia a flora e a fauna de fofos bichinhos. Bem-humorada e muito divertida, a fita tem curta duração e imaginação sem fim. Estreou 30/03/2012.” (Veja São Paulo)

***UM MÉTODO PERIGOSO
3,4 - Bom (A Dangerous Method, drama, Canadá-Alemanha-Inglaterra-Suiça/2011, direção David Cronenberg, com Viggo Mortensen, Keira Knightley, Vincent Cassel, Michael Fassbender): 4,0-EstSP; 4,0-FolhaSP; 3,8-Metacritic; 3,3-Imdb; 2,0- VejaSP
“Diretor de "Senhores do Crime" e "Marcas da Violência", entre outros bons trabalhos, o canadense Cronenberg parte aqui para uma trama menos explosiva na forma, mas igualmente intrigante. Não é, contudo, um filme fácil de assistir e digerir. Por vezes teóricos demais, os diálogos cansam. Trata-se aqui da aproximação e do rompimento dos dois mais famosos psicanalistas da história: o suíço Carl Jung (1875-1961) e o austríaco Sigmund Freud (1856-1939). Em 1904, Jung (papel de Michael Fassbender, de "Shame") decide tratar de Sabina Spielrein (Keira Knigthley), internada num hospital psiquiátrico de Genebra, utilizando o método da psicanálise criado por Freud (Viggo Mortensen). Histérica e tida como louca, essa judia russa se recupera, ingressa na universidade e também se volta para a psiquiatria — a mesma personagem foi tema da fraca fita italiana "Jornada da Alma" (2002). Dois anos depois do primeiro encontro entre o médico e a paciente, Jung vai até Viena discutir o caso dela e conhecer Freud. Entre elipses, o roteiro, escrito por Christopher Hampton ("Desejo e Reparação") e inspirado numa peça teatral de sua autoria, vai ainda enfocar o romance velado de Jung e Sabina e as desavenças entre os doutores. Estreou 30/03/2012.” (Veja São Paulo)

CONTINUAÇÕES, 30 de março a 05 de abril
****O ARTISTA
3,8 – Ótimo (The Artist, comédia dramática, França-Bélgica/2011, direção Michel Hazanavicius, com Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman): 5,0-OGlobo; 4,4-Metacritic; 4,2-Imdb; 3,0-EstSP; 3,0-OTempo; 3,0-VejaSP
“Depois de levar o troféu de melhor ator (para Jean Dujardin) no Festival de Cannes em 2011, a comédia dramática francesa criou um burburinho nos Estados Unidos, onde foi consagrada em várias premiações, incluindo o Globo de Ouro. Laureada também nos sindicatos dos produtores e dos diretores, desponta agora como favorita às principais estatuetas do Oscar. Se vencer, vai entrar para a história: trata-se de uma produção não americana, sem diálogos e em preto e branco. O que pode parecer monótono, ganha interesse a cada minuto. Um roteiro muito simples, com alguns intertítulos e conduzido apenas pela trilha sonora de Ludovic Bource, é desfiado com delicadeza. Nele, enfoca-se a trajetória de George Valentin (Dujardin, cotado para o prêmio de melhor ator). Astro de filmes mudos na Hollywood de 1927, Valentin, embora casado, se vê atraído pela dançarina e aspirante a atriz Peppy Miller (a graciosa Bérénice Bejo, indicada a atriz coadjuvante). A chegada do cinema falado, porém, trará um revés ao destino dos dois. Sem grandes pretensões nem voos altos, o diretor e roteirista Hazanavicius faz uma encantadora homenagem ao cinema, usando referências (talvez a maior delas seja ao clássico “Cantando na Chuva”) e desprezando firulas visuais e artifícios narrativos. Estreou em 10/02/2012.” (M. Barbieri Jr, Veja São Paulo)

**BILLI PIG
2,5 - Regular (comédia, Brasil/2011, direção José Eduardo Belmonte, com Selton Mello, Grazi Massafera, Milton Gonçalves): 3,0-OTempo; 2,0-VejaSP
Diretor de "Brasília", Belmonte, até então, teve uma carreira marcada por filmes densos e autorais, como "A Concepção" (2005) e "Se Nada Mais Der Certo" (2008). Parte agora para um projeto muito mais comercial, de fundo chanchadesco e humor ingênuo. Embora protagonistas e coadjuvantes tenham encontrado o timing certo nas atuações, o roteiro, de coautoria de Belmonte, apela para situações raspando o lugar-comum. Entretenimento leve e rasteiro, a comédia enfoca a vida conjugal de Wanderley (Selton Mello) e Marivalda, interpretada por Grazi Massafera, grande destaque do elenco. Ele vive um corretor de seguros em crise, ela é uma aspirante a atriz, que se aconselha com um porco rosa de borracha chamado Billi. Para sair do buraco financeiro, Wanderley tem uma ideia a princípio promissora. Ao saber que a filha de um traficante (Otávio Müller) está em coma, ele entra num acordo com seu vizinho Roberval (Milton Gonçalves) — este falso padre deverá fazer um milagre para salvar a garota e, assim, ganharem uma bolada. O numeroso casting ainda inclui Preta Gil, Murilo Grossi, Léa Garcia, Aramis Trindade, entre outros. Estreou em 02/03/2012.” (Veja São Paulo)

***A DAMA DE FERRO
3,0- Bom (The Iron Lady, drama, Inglaterra-França/2011, direção Phyllida Lloyd, com Meryl Streep, Jim Broadbent, Richard E. Grant):
4,0-VejaSP; 3,2-Imdb; 2,7-Metacritic; 2,0-OTempo
“Nas duas categorias em que concorria no Oscar, este drama foi merecidamente premiado. Meryl Streep, em sua 17ª indicação (mais um recorde!), Finalmente conquistou sua terceira estatueta — a segunda de melhor atriz. E a maquiagem, tão importante na composição da personagem, foi igualmente laureada. Além da magnífica atuação da estrela na pele de Margaret Thatcher, se mostram surpreendentes a direção da inglesa Phyllida Lloyd (do decepcionante musical Mamma Mia!) e o roteiro de Abi Morgan (de Shame). Nele, Abi não se deteve numa biografia convencional: preferiu recorrer às lembranças da ex-primeira-ministra britânica sob o ponto de vista dela. A trama alterna passado e presente. Flagra Thatcher ainda na juventude (vivida por Alexandra Roach) como uma impulsiva estudante que, em 1959, se elege parlamentar. Em sua escalada política, vira líder do Partido Conservador em 1975 e, quatro anos depois, tornase primeira-ministra, a única mulher nesse cargo na Inglaterra. Suas polêmicas ações no poder também são rememoradas no vaivém da narrativa. No tempo atual, a protagonista, já envergada pela idade, é tomada por lapsos de memória. Tanto na maturidade quanto na velhice da personagem, Meryl mostra uma interpretação extraordinária. Estreou 17/02/2012.” (Veja São Paulo)

**GUERRA É GUERRA
2,2 – Regular (This Means War, comédia romântica, EUA/2012, direção McG, com Reese Witherspoon, Chris Pine, Tom Hardy):
3,3-Imdb; 2,0-EstMinas; 2,0-VejaSP; 2,0-OTempo; 1,5-Metacritic
Diretor de fitas barulhentas como os dois longas-metragens de “As Panteras” e “O Exterminador do Futuro — A Salvação”, McG investe menos na ação e mais no humor nesta irregular comédia romântica. Reese Whiterspoon, 35 anos, premiada com o Oscar de melhor atriz por “Johnny & June”, ainda acha que é uma menina e aqui tem o comportamento de uma diante do amor. Depois de dispensada pelo namorado, sua personagem, Lauren, batalha para encontrar um novo companheiro. Um anúncio num site de relacionamentos a leva a conhecer o bonitão e divorciado Tuck (Tom Hardy, de “A Origem”). Minutos depois, a trintona é paquerada numa videolocadora pelo sedutor e mulherengo Foster (Chris Pine, de “Star Trek”). Detalhe: ambos são agentes da CIA, amigos inseparáveis e, até então, não sabem que estão interessados pela mesma mulher. Ao descobrir a coincidência, decidem disputá-la. A partir daí, há situações divertidas, alguns clichês e nenhum bom-senso nem preocupação com a realidade. Embora uma diversão ligeira, não precisava ser tão pudica e careta. Estreou em 16/03/2012.

***JOGOS VORAZES
3,2 – Bom (The Hunger Games, aventura, EUA/2012, direção Gary Ross, com Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth):
4,1-Imdb; 3,4-Metacritic; 2,0-VejaSP
“É o primeiro episódio de uma trilogia de livros escritos pela americana Suzanne Collins. Fenômeno editorial, a série já vendeu 13 milhões de exemplares nos Estados Unidos e, no Brasil, também é um sucesso entre leitores jovens. A adaptação para o cinema deve seguir por esse caminho e encontrar seu público-alvo, o mesmo que fez da cinessérie Crepúsculo um estrondoso barulho nas bilheterias. Na trama, a América do Norte virou o território de regime totalitário chamado Panem. Depois de uma rebelião contra o sistema, seus doze distritos são obrigados a mandar, anualmente, um garoto e uma garota, entre 12 e 18 anos, para um torneio mortal. Levados para uma floresta, os 24 participantes vão lutar até a morte. Só um sobreviverá diante das câmeras do reality show transmitido pela TV para todo o país. Vindos do Distrito 12, o mais pobre deles, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) e Peeta Mellark (Josh Hutcherson) são os protagonistas desta aventura de ficção científica. Com enredo inusitado e envolvente, a fita tem direção de arte, figurinos e penteados horrendos e suaviza a violência para não chocar a meninada. Com Woody Harrelson, Stanley Tucci e Wes Bentley, um bom trio de atores, aqui em interpretações afetadas. Estreou 23/03/2012. (Veja São Paulo)

**JOHN CARTER - Entre Dois Mundos
2,5 – Regular (John Carter, aventura, EUA/2012, direção Andrew Stanton, com Taylor Kitsch, Lynn Collins, Willem Dafoe):
3,4-Imdb; 2,6-Metacritic; 2,0-OTempo; 2,0-VejaSP
“Criador de Tarzan, Edgar Rice Burroughs (1875-1950) escreveu uma série de onze livros com outro personagem, John Carter, entre 1912 e 1964. Esta aventura de ficção científica é baseada, portanto, na primeira publicação, "Uma Princesa de Marte". Trata-se de uma superprodução de estimados 250 milhões de dólares, repleta de efeitos visuais, algumas boas ideias e outras tantas imitações. Às vezes, parece um encontro de "Avatar" com "Star Wars". Em outros momentos, tem-se a sensação de ser um "Conan" misturado com "Gladiador". Ou seja: o forte não é a originalidade. Desertor da Guerra Civil americana, o capitão John Carter (Taylor Kitsch) foi feito prisioneiro, mas conseguiu escapar. Ao se esconder numa caverna, a magia acontece e ele vai parar no planeta Barsoom, conhecido na Terra como Marte. Lá, Carter, consegue habilidades como dar grandes pulos por causa da baixa gravidade. Não demora muito, porém, para o protagonista conhecer os tharks, seres muito altos, verdes, de quatro braços, que falam uma língua própria (depois de um tempo, eles passam a se comunicar em inglês mesmo). Esta raça vive em conflito com dois povos inimigos e de feições humanas: os habitantes de Zodanga e os de Helium. Para selar a paz entre eles, o rei de Helium decide casar a filha, a princesa Dejah Thoris (Lynn Collins), com o líder rival (papel de Dominic West). Além de ter um casal de canastrões na linha de frente, o filme dá a impressão de ser uma matinê do passado com a modernidade técnica do presente — uma combinação que, aqui, definitivamente, não deu muito certo. Estreou 09/03/2012.” (Veja São Paulo)

***MILLENIUM – Os Homens que não Amavam as Mulheres
3,6 – Ótimo (The Girl With the Dragon Tattoo, drama, EUA/-Suécia-Inglaterra-Alemanha/2012, direção David Fincher, com Rooney Mara, Daniel Craig, Steven Berkoff): 5,0-OGlobo; 4,0-FolhaSP; 3,0-EstSP; 3,0-OTempo; 3,0-VejaSP
“A trilogia de livros do escritor sueco Stieg Larsson (1954-2004) já havia sido adaptada pelo cinema de seu país. No Brasil, só foi lançado, em 2010, o primeiro longa-metragem, que deu origem a esta refilmagem americana dirigida por David Fincher, de “A Rede Social”. Quem viu o original vai notar pequenas alterações, sobretudo no desfecho. Contudo, a estrutura narrativa do drama policial está intacta. Embora o filme tenha um epílogo esticado e uma resolução mais morna do que a da fita sueca, Fincher tem timing e faro para envolver a plateia. Sabe-se lá o motivo, mas a história continua ambientada na Suécia e com atores falando inglês. Daniel Craig vive Mikael Blomkvist, um repórter que caiu em desgraça após ter sido processado por um empresário, difamado por ele na revista “Millennium”. A fim de sair de cena por um tempo, ele aceita uma missão investigativa: contratado pelo rico industrial Henrik Vanger (Christopher Plummer), o jornalista deverá descobrir o paradeiro de Harriet, uma sobrinha dele, desaparecida quando tinha 16 anos na década de 60. Tateando em terreno misterioso e inseguro, cercado por dissimulados familiares de Vanger, Blomkvist vai precisar de ajuda. Quem deve socorrê-lo é Lisbeth Salander. A personagem, uma hacker tatuada, lésbica e de comportamento inconstante, é interpretada por Rooney Mara, que concorre ao Oscar de melhor atriz — o filme ainda teve quatro indicações a prêmios técnicos. Estreou em 27/01/2012.”

**MOTOQUEIRO FANTASMA 2: Espírito de Vingança – 3D (Cineplex)
2,0 – Regular (Ghost Rider: The Spirit of Vengeance, ação/aventura, EUA-Emirados Árabes/2011, direção Brian Taylor e Mark Neveldine):3,0-Imdb; 1,0-OTempo
“Nicolas Cage está de volta no papel de Johnny Blaze. Depois de se esconder na Europa, Blaze é recrutado por uma seita secreta da igreja para salvar um garoto (Fergus Riordan) do demônio (Ciaran Hinds). Johnny tenta recusar o chamado, mas essa é a sua grande chance de se livrar de sua maldição.”
“A dupla de diretores dos dois "Adrenalina" (2006 e 2009) e de "Gamer" (2009) está por trás da segunda aventura do personagem dos quadrinhos criado pela Marvel. Na pele de Johnny Blaze, Nicolas Cage se escondeu na Europa ao término do primeiro filme (de 2007), mas volta à ativa para atender ao chamado de uma seita secreta da Igreja. Na pele do Motoqueiro Fantasma, terá de resgatar um garoto (Fergus Riordan) das mãos do demônio (Ciarán Hinds).” (VejaSP)

***AS MULHERES DO 6º ANDAR
2,8 – Bom (Les Femmes du 6eme Étage, comédia romântica, França/2010, direção Phillippe Le Guay, com Fabrice Luchini, Sandrini Kiberlain, Natalia Verbeke): 3,5-Imdb; 2,6-Metacritic; 3,0-OTempo; 2,0-VejaSP
“Sucesso de bilheteria na França, a comédia romântica revisita, com boa recriação de época e sem muita criatividade, o clima de conto de fada. Só assim mesmo para encarar uma história pouco crível ambientada na Paris de 1962. Após demitir uma velha empregada, o cotidiano do casal Jean-Louis (Fabrice Luchini) e Suzanne (Sandrine Kiberlain) vira de pernas para doméstica Maria (Natalia Verbeke), recém-chegada da Espanha. Ela e demais conterrâneas vivem nas “chambres de bonne”, como são chamados os quartinhos no sótão dos edifícios parisienses. É lá que o patrão vai descobrir um mundo à parte, com mulheres emotivas, cantantes e fervidas — enfim, o velho chichê da imagem da Espanha. Jean-Louis fica encantado e, não à toa, começa a observar Maria com outros olhos. A atriz Carmen Maura interpreta a tia de Maria. Estreou 10/02/2012.” (Veja São Paulo)

**O PACTO
2,0 – Regular (Seeking Justice, ação, EUA/2011, direção Roger Donaldson, com Nicolas Cage, Guy Pearce, January Jones): 3,0-Imdb; 2,0-VejaSP;
1,0-OTempo
“Desde que ganhou o Oscar de melhor ator, em 1996, por “Despedida em Las Vegas”, Nicolas Cage trabalhou em 32 longas-metragens, uma média de dois filmes por ano. Atuou sob a direção de grandes mestres, como Martin Scorsese (“Vivendo no Limite”), Brian De Palma (“Olhos de Serpente”), Werner Herzog (“Vício Frenético”) e Ridley Scott (“Os Vigaristas”) e se deu bem nos tipos excêntricos de “Adaptação” e “O Sol de Cada Manhã”. Sobretudo nos últimos tempos, sua coleção de pontos baixos tem aumentado. Incluem-se aí fitas horrendas, a exemplo de “Perigo em Bangkok” e “Fúria sobre Rodas”. Filmando freneticamente e sem nenhum critério, Cage rodou cinco produções em 2011. Entre elas, “Reféns”, lançada em novembro, “Motoqueiro Fantasma — Espírito de Vingança” e “O Pacto”, ambas em cartaz. A continuação de “Motoqueiro Fantasma”, mesmo inferior ao original, já alcançou 2 milhões de espectadores. Em comparação, “A Invenção de Hugo Cabret”, vencedor de cinco prêmios no Oscar, foi visto por 800 000 pessoas. Ou seja: Cage ainda rende boas bilheterias por aqui. De premissa instigante, mas inverossímil, “O Pacto” traz Cage na pele de Will, um professor de literatura cuja esposa (January Jones) foi brutalmente violentada. No hospital, o protagonista recebe o apoio moral e uma proposta indecente do misterioso Simon (Guy Pearce). O estranho faz parte de um esquadrão da morte secreto cujo objetivo é eliminar criminosos. Basta o marido concordar e, horas depois, o cara que espancou sua mulher estará morto. A fatura chega seis meses depois: Will passa a ser importunado por Simon para cumprir o trato e matar um pedófilo. Se o início da trama aponta para um drama de suspense estrelado por um homem comum, da metade em diante o canastrão Cage assume o posto de herói. Antes, um professor declamando Shakespeare; agora, um brucutu metido a investigador policial. Cineasta experiente, Roger Donaldson (de “O Inferno de Dante” e “Efeito Dominó”) até mantém o clima de tensão. Contudo, fica difícil engolir um roteiro de tantos absurdos. Estreou 09/03/2012.” (Veja São Paulo)

**PEQUENOS ESPIÕES 4
2,1 – Regular (Spy Kids 4, aventura, EUA/2011, direção Robert Rodriguez, com Antonio Banderas, Jessica Alba, Danny Trejo): 3,0-VejaSP; 1,8-Metacritic; 1,6-Imdb
Xodó do diretor Robert Rodriguez, a cinessérie "Pequenos Espiões" chega com fôlego ao quarto episódio. Em 2003, o terceiro filme já havia sido feito em 3D, mas nada parecido à superior tecnologia de hoje — para se ter uma ideia, na época os óculos eram de lentes de acetato nas cores azul e vermelho. Como se passaram oito anos desde a última história, o elenco da aventura "Pequenos Espiões 4" foi trocado. Agora é Jessica Alba quem interpreta uma espiã (nem mesmo seu marido, papel de Joel McHale, sabe de sua profissão). Mãe de um recém-nascido, Marissa precisa voltar à ativa para encontrar um sujeito responsável por roubar, pouco a pouco, os minutos do tempo. Ao descobrir a identidade secreta da madrasta, os irmãos Cecil e Rebecca (papéis de Mason Cook e Rowan Blanchard, na foto) vão se tornar os novos espiões mirins. O realizador segue a fórmula de antes: saboroso clima de matinê, efeitos e cenários de jeitão datado, além de cenas de ação e situações divertidas para cair no gosto da criançada — tudo sem aborrecer os adultos. Estreou em 16/03/2012.

****PINA
3,7 – Ótimo (Pina, documentário, Alemanha-França-Inglaterra/2011, direção Wim Wenders, com Pina Bausch, Regina Advento, Malou Airaudo):
4,1-Metacritic; 4,0-OTempo; 3,7-Imdb; 3,0-VejaSP
Diretor de "Paris, Texas" (1984) e "Asas do Desejo" (1987), o alemão Wim Wenders deu início ao projeto de registrar o trabalho da coreógrafa Pina Bausch no início de 2009. Mas a parceria sofreu um baque no meio daquele ano, quando Pina morreu, aos 68 anos, de um câncer descoberto cinco dias antes. Mesmo assim, o realizador retomou o documentário dando continuidade de filmar as coreografias concebidas por Pina ao longo da carreira dela. A fita abre com "A Sagração da Primavera" e apresenta outros momentos marcantes, como "Café Müller", também usado na cena de abertura de "Fale com Ela", de Pedro Almodóvar. Wenders recorre a registros no palco e, brilhantemente, leva a trupe para locações escolhidas a dedo na Alemanha — são formidáveis as passagens pela fotogênica Wuppertal, cidade onde está sediada a companhia de dança de Pina. Outra ideia sensacional está no uso do 3D — é obrigatório que o filme seja visto neste formato. Pensando por Wenders em três dimensões, o longa-metragem ganha profundidade e joga o espectador para dentro das montagens, como se estivesse colado aos dançarinos. Contudo, não espere um roteiro informativo. Há, por exemplo, raras aparições da própria Pina e, assim mesmo, em cenas de arquivo. Trata-se de uma produção refinada e para quem gosta da combinação da dança com teatro. Wenders, porém, comete um deslize: ao recolher depoimentos dos bailarinos, as belas apresentações são interrompidas com palavras óbvias e redundantes. Estreou 23/03/2012.” (Veja São Paulo)

***RAUL - o Início, o Fim e o Meio
3,2 – Bom (documentário, Brasil/2011, direção Walter Carvalho e Leonardo Gudel): 4,0-EstSP; 3,0-EstMinas; 3,0-OTempo; 3,0-VejaSP
“Os irmãos Vladimir e Walter Carvalho seguiram na mesma direção em recentes trabalhos. Consagrado documentarista, Vladimir rememorou a ascensão das bandas brasilienses da década de 80 em "Rock Brasília — Era de Ouro". Premiado diretor de fotografia de Central do Brasil, Walter foi atrás da trajetória completa de Raul Seixas. Figura emblemática da música brasileira, o Maluco Beleza morreu em 1989, mas ainda possui uma legião de fãs. No entanto, o documentário "Raul — O Início, o Fim e o Meio" não se restringe a eles. Todos os ingredientes de uma boa cinebiografia estão lá. Cronologicamente e sem perder o fio da meada, o realizador vai do nascimento de Raul, na Salvador de 1945, à morte, 44 anos depois. Volta à Bahia para mostrar o fascínio do cantor por Elvis Presley na adolescência e o surgimento de Raulzito e Os Panteras, seu primeiro disco, gravado em 1968, no Rio de Janeiro. O sucesso, contudo, veio a partir dos LPs Krig-Ha Bandolo! (1973), contendo "Metamorfose Ambulante" e "Ouro de Tolo", e "Gita" (1974), trazendo, além da faixa-título, "Medo da Chuva" e "Sociedade Alternativa". Bom de papo e persistente, Walter Carvalho chegou a duas ex-esposas, três ex-companheiras, três filhas e um neto, alguns deles morando nos Estados Unidos — apenas Edith, a primeira mulher, se recusou a dar entrevista. O escritor Paulo Coelho, seu mais notório parceiro musical, não economizou palavras e lembrou ter apresentado a Raul as drogas, do ácido ao chá de cogumelo. Há outros trunfos, como apresentar personagens excêntricos entre os noventa entrevistados. Exemplos: Cláudio Roberto, coautor de "Rock das Aranhas" e "Cowboy Fora da Lei", e Edy Star, integrante do disco "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10", de 1971. Muitas imagens-relíquia também estão presentes, entre elas um show de 1975 no qual o roqueiro lê o texto da tal Sociedade Alternativa, formada a partir da "filosofia de vida" do bruxo inglês Aleister Crowley (1875-1947), e cenas do obscuro filme em super-8 "Contatos Imediatos do Quarto Graal", em louvor ao satanismo. Levado em narrativa hipnótica, o documentário tem algumas apelações, como fazer sua humilde secretária voltar ao apartamento onde ele foi encontrado morto ou mostrar seu rosto no caixão. Talvez sejam tentativas de comover a plateia. Nem precisava. Só de ouvir as canções do Maluco Beleza os espectadores já se emocionam. Toca Rauuul! Estreou 23/03/2011.” (Veja São Paulo)

****SHAME
3,9 - Ótimo (drama, Inglaterra/2011, direção Steve McQueen, com Michael Fassbender, Carey Mulligan, James Badge Dale): 4,0-Imdb; 4,0-OTempo; 3,6-Metacritic; 2,0-VejaSP
O drama não deixa dúvida: Michael Fassbender é um dos melhores e mais badalados atores da atualidade. Quentin Tarantino o projetou para o mundo em "Bastardos Inglórios" (2009) e, de lá para cá, esse astro nascido na Alemanha e criado na Irlanda vem somando um trabalho melhor do que o outro. Embora mais conhecido como o jovem Magneto de "XMen — Primeira Classe", Fassbender foi o protagonista de "Centurião" (2010) e dos ainda inéditos "Jane Eyre" e "Um Método Perigoso". Aqui, agarra, como poucos, um papel polêmico, difícil e tenso. Ele é Brandon Sullivan, um cara que mora em Manhattan e, viciado em sexo, aproveita a companhia de prostitutas ou de namoradas de uma só noite. Sullivan até tenta, mas, na ânsia de ter uma mulher fixa, perde o desejo. Para atrapalhar sua vida solitária, Sissy (Carey Mulligan), sua irmã mais nova, aparece para passar uma temporada em seu apartamento. O segundo trabalho do ator com o diretor Steve McQueen (o primeiro foi o inédito "Hunger", de 2008) traz um tema bastante atraente e dois atores muito corajosos — tanto Fassbender quanto Carey aparecem de nu frontal sem pudores. Mas, embora o realizador consiga fazer a plateia compartilhar o prazer nauseante do protagonista, o assunto não vai além da especulação. Estreou em 16/03/2012.

ESTREIAS, 23 de março
***JOGOS VORAZES
3,2 – Bom (The Hunger Games, aventura, EUA/2012, direção Gary Ross, com Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth):
4,1-Imdb; 3,4-Metacritic; 2,0-VejaSP
“É o primeiro episódio de uma trilogia de livros escritos pela americana Suzanne Collins. Fenômeno editorial, a série já vendeu 13 milhões de exemplares nos Estados Unidos e, no Brasil, também é um sucesso entre leitores jovens. A adaptação para o cinema deve seguir por esse caminho e encontrar seu público-alvo, o mesmo que fez da cinessérie Crepúsculo um estrondoso barulho nas bilheterias. Na trama, a América do Norte virou o território de regime totalitário chamado Panem. Depois de uma rebelião contra o sistema, seus doze distritos são obrigados a mandar, anualmente, um garoto e uma garota, entre 12 e 18 anos, para um torneio mortal. Levados para uma floresta, os 24 participantes vão lutar até a morte. Só um sobreviverá diante das câmeras do reality show transmitido pela TV para todo o país. Vindos do Distrito 12, o mais pobre deles, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) e Peeta Mellark (Josh Hutcherson) são os protagonistas desta aventura de ficção científica. Com enredo inusitado e envolvente, a fita tem direção de arte, figurinos e penteados horrendos e suaviza a violência para não chocar a meninada. Com Woody Harrelson, Stanley Tucci e Wes Bentley, um bom trio de atores, aqui em interpretações afetadas. Estreou 23/03/2012. (Veja São Paulo)

***AS MULHERES DO 6º ANDAR
2,7 – Bom (Les Femmes du 6eme Étage, comédia romântica, França/2010, direção Phillippe Le Guay, com Fabrice Luchini, Sandrini Kiberlain, Natalia Verbeke): 3,5-Imdb; 2,6-Metacritic; 2,0-VejaSP
“Sucesso de bilheteria na França, a comédia romântica revisita, com boa recriação de época e sem muita criatividade, o clima de conto de fada. Só assim mesmo para encarar uma história pouco crível ambientada na Paris de 1962. Após demitir uma velha empregada, o cotidiano do casal Jean-Louis (Fabrice Luchini) e Suzanne (Sandrine Kiberlain) vira de pernas para doméstica Maria (Natalia Verbeke), recém-chegada da Espanha. Ela e demais conterrâneas vivem nas “chambres de bonne”, como são chamados os quartinhos no sótão dos edifícios parisienses. É lá que o patrão vai descobrir um mundo à parte, com mulheres emotivas, cantantes e fervidas — enfim, o velho chichê da imagem da Espanha. Jean-Louis fica encantado e, não à toa, começa a observar Maria com outros olhos. A atriz Carmen Maura interpreta a tia de Maria. Estreou 10/02/2012.” (Veja São Paulo)

****PINA
3,6 – Ótimo (Pina, documentário, Alemanha-França-Inglaterra/2011, direção Wim Wenders, com Pina Bausch, Regina Advento, Malou Airaudo):
4,1-Metacritic; 3,7-Imdb; 3,0-VejaSP
Diretor de "Paris, Texas" (1984) e "Asas do Desejo" (1987), o alemão Wim Wenders deu início ao projeto de registrar o trabalho da coreógrafa Pina Bausch no início de 2009. Mas a parceria sofreu um baque no meio daquele ano, quando Pina morreu, aos 68 anos, de um câncer descoberto cinco dias antes. Mesmo assim, o realizador retomou o documentário dando continuidade de filmar as coreografias concebidas por Pina ao longo da carreira dela. A fita abre com "A Sagração da Primavera" e apresenta outros momentos marcantes, como "Café Müller", também usado na cena de abertura de "Fale com Ela", de Pedro Almodóvar. Wenders recorre a registros no palco e, brilhantemente, leva a trupe para locações escolhidas a dedo na Alemanha — são formidáveis as passagens pela fotogênica Wuppertal, cidade onde está sediada a companhia de dança de Pina. Outra ideia sensacional está no uso do 3D — é obrigatório que o filme seja visto neste formato. Pensando por Wenders em três dimensões, o longa-metragem ganha profundidade e joga o espectador para dentro das montagens, como se estivesse colado aos dançarinos. Contudo, não espere um roteiro informativo. Há, por exemplo, raras aparições da própria Pina e, assim mesmo, em cenas de arquivo. Trata-se de uma produção refinada e para quem gosta da combinação da dança com teatro. Wenders, porém, comete um deslize: ao recolher depoimentos dos bailarinos, as belas apresentações são interrompidas com palavras óbvias e redundantes. Estreou 23/03/2012.” (Veja São Paulo)

***RAUL - o Início, o Fim e o Meio
3,3 – Bom (documentário, Brasil/2011, direção Walter Carvalho e Leonardo Gudel): 4,0-EstSP; 3,0-EstMinas; 3,0-VejaSP
“Os irmãos Vladimir e Walter Carvalho seguiram na mesma direção em recentes trabalhos. Consagrado documentarista, Vladimir rememorou a ascensão das bandas brasilienses da década de 80 em "Rock Brasília — Era de Ouro". Premiado diretor de fotografia de Central do Brasil, Walter foi atrás da trajetória completa de Raul Seixas. Figura emblemática da música brasileira, o Maluco Beleza morreu em 1989, mas ainda possui uma legião de fãs. No entanto, o documentário "Raul — O Início, o Fim e o Meio" não se restringe a eles. Todos os ingredientes de uma boa cinebiografia estão lá. Cronologicamente e sem perder o fio da meada, o realizador vai do nascimento de Raul, na Salvador de 1945, à morte, 44 anos depois. Volta à Bahia para mostrar o fascínio do cantor por Elvis Presley na adolescência e o surgimento de Raulzito e Os Panteras, seu primeiro disco, gravado em 1968, no Rio de Janeiro. O sucesso, contudo, veio a partir dos LPs Krig-Ha Bandolo! (1973), contendo "Metamorfose Ambulante" e "Ouro de Tolo", e "Gita" (1974), trazendo, além da faixa-título, "Medo da Chuva" e "Sociedade Alternativa". Bom de papo e persistente, Walter Carvalho chegou a duas ex-esposas, três ex-companheiras, três filhas e um neto, alguns deles morando nos Estados Unidos — apenas Edith, a primeira mulher, se recusou a dar entrevista. O escritor Paulo Coelho, seu mais notório parceiro musical, não economizou palavras e lembrou ter apresentado a Raul as drogas, do ácido ao chá de cogumelo. Há outros trunfos, como apresentar personagens excêntricos entre os noventa entrevistados. Exemplos: Cláudio Roberto, coautor de "Rock das Aranhas" e "Cowboy Fora da Lei", e Edy Star, integrante do disco "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10", de 1971. Muitas imagens-relíquia também estão presentes, entre elas um show de 1975 no qual o roqueiro lê o texto da tal Sociedade Alternativa, formada a partir da "filosofia de vida" do bruxo inglês Aleister Crowley (1875-1947), e cenas do obscuro filme em super-8 "Contatos Imediatos do Quarto Graal", em louvor ao satanismo. Levado em narrativa hipnótica, o documentário tem algumas apelações, como fazer sua humilde secretária voltar ao apartamento onde ele foi encontrado morto ou mostrar seu rosto no caixão. Talvez sejam tentativas de comover a plateia. Nem precisava. Só de ouvir as canções do Maluco Beleza os espectadores já se emocionam. Toca Rauuul! Estreou 23/03/2011.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 16 de março
**ANDERSON SILVA: Como Água
2,0 – Bom (Like Water, documentário, EUA/2011, direção Pablo Croce, com Anderson Silva, Jose Aldo, Junior Dos Santos):
3-EstMinas; 1,0-VejaSP
Caso fosse exibido na TV como um programa de meia hora antes de uma luta de Anderson Silva, o documentário até desceria redondo. Levado ao cinema e com 76 minutos de duração, torna-se uma atração apenas para quem é fã de Mixed Martial Arts, o popular MMA. O espectador leigo no “biografado” vai sair do cinema praticamente como entrou: sem saber onde Anderson Silva nasceu, quais são suas origens e como se transformou em “The Spider”, seu apelido nos Estados Unidos. A fama e o dinheiro vieram com as catorze vitórias consecutivas e o posto de maior campeão peso médio do Ultimate Fighting Championship (UFC). Sem estender-se na carreira dele, a fita dá enfoque aos sessenta dias de preparação de Anderson para enfrentar o rival Chael Sonnen, em agosto de 2010 — pela primeira vez, o brasileiro treinava nos Estados Unidos e longe da família. Americano criado em Caracas, o diretor tenta fazer flagrantes inspirados, mas esbarra no lugar-comum. Estreou em 16/03/2012.

**GUERRA É GUERRA
2,2 – Regular (This Means War, comédia romântica, EUA/2012, direção McG, com Reese Witherspoon, Chris Pine, Tom Hardy):
3,3-Imdb; 2,0-EstMinas; 2,0-VejaSP; 1,5-Metacritic
Diretor de fitas barulhentas como os dois longas-metragens de “As Panteras” e “O Exterminador do Futuro — A Salvação”, McG investe menos na ação e mais no humor nesta irregular comédia romântica. Reese Whiterspoon, 35 anos, premiada com o Oscar de melhor atriz por “Johnny & June”, ainda acha que é uma menina e aqui tem o comportamento de uma diante do amor. Depois de dispensada pelo namorado, sua personagem, Lauren, batalha para encontrar um novo companheiro. Um anúncio num site de relacionamentos a leva a conhecer o bonitão e divorciado Tuck (Tom Hardy, de “A Origem”). Minutos depois, a trintona é paquerada numa videolocadora pelo sedutor e mulherengo Foster (Chris Pine, de “Star Trek”). Detalhe: ambos são agentes da CIA, amigos inseparáveis e, até então, não sabem que estão interessados pela mesma mulher. Ao descobrir a coincidência, decidem disputá-la. A partir daí, há situações divertidas, alguns clichês e nenhum bom-senso nem preocupação com a realidade. Embora uma diversão ligeira, não precisava ser tão pudica e careta. Estreou em 16/03/2012.

**PEQUENOS ESPIÕES 4
2,1 – Regular (Spy Kids 4, aventura, EUA/2011, direção Robert Rodriguez, com Antonio Banderas, Jessica Alba, Danny Trejo): 3,0-VejaSP; 1,8-Metacritic; 1,6-Imdb
Xodó do diretor Robert Rodriguez, a cinessérie "Pequenos Espiões" chega com fôlego ao quarto episódio. Em 2003, o terceiro filme já havia sido feito em 3D, mas nada parecido à superior tecnologia de hoje — para se ter uma ideia, na época os óculos eram de lentes de acetato nas cores azul e vermelho. Como se passaram oito anos desde a última história, o elenco da aventura "Pequenos Espiões 4" foi trocado. Agora é Jessica Alba quem interpreta uma espiã (nem mesmo seu marido, papel de Joel McHale, sabe de sua profissão). Mãe de um recém-nascido, Marissa precisa voltar à ativa para encontrar um sujeito responsável por roubar, pouco a pouco, os minutos do tempo. Ao descobrir a identidade secreta da madrasta, os irmãos Cecil e Rebecca (papéis de Mason Cook e Rowan Blanchard, na foto) vão se tornar os novos espiões mirins. O realizador segue a fórmula de antes: saboroso clima de matinê, efeitos e cenários de jeitão datado, além de cenas de ação e situações divertidas para cair no gosto da criançada — tudo sem aborrecer os adultos. Estreou em 16/03/2012.

***PROJETO X – Uma Festa Fora de Controle
2,8 – Bom (Project X, comédia, EUA/2012, direção Nima Nourizadeh, com Thomas Mann, Oliver Cooper, Jonathan Daniel Brown): 3,1-Imdb; 3,0-VejaSP; 2,4-Metacritic
O nome de Todd Phillips foi às alturas em Hollywood depois de "Se Beber, Não Case!" (2009) e sua sequência de 2011 renderem mais de 1 bilhão de dólares mundo afora. Phillips está de volta apenas como produtor de "Projeto X — Uma Festa Fora de Controle", embora se perceba sua mão no filme de estreia do realizador inglês Nima Nourizadeh. Motivo: "Projeto X" seria algo parecido com a noitada de arromba dos trintões de "Se Beber, Não Case!". Mas há diferenças, claro. Os personagens aqui têm por volta de 17, 18 anos e, incrédulos, são obrigados a lidar com o caos que se instalou na festa de aniversário de Thomas (Thomas Mann). Esnobado pelos companheiros truculentos da escola, esse rapaz mirrado vai ficar sozinho em casa por uns dias. Aí entra Costa (Oliver Cooper), seu melhor amigo, com uma proposta irrecusável: promover uma balada inesquecível. Para marcar a data, ele arruma uma câmera e um operador para gravar cada momento. Junta-se a eles o gorducho JB (Jonathan Daniel Brown). O trio representa os losers (perdedores) do colégio. Só pensam naquilo e não descolam nenhuma garota. Impopulares, querem agora reverter a situação. Na linha de American Pie, a fita pode ser vista apenas como um habitual registro de jovens com os hormônios em ebulição. Mas a história é outra nas entrelinhas: o roteiro tira daí uma crítica cáustica ao comportamento imbecilizado desta mesma juventude, focada em sexo, álcool, drogas e na música de estourar caixas de som. Em qualquer das visões, sobrevive o humor anarquista. Seguindo os passos bem-sucedidos de "Poder sem Limites", ainda em cartaz, e na linha “cinema-verdade” do pioneiro "A Bruxa de Blair", Projeto X quer parecer um documento real. E consegue convencer. Estreou em 16/03/2012.

***PROTEGENDO O INIMIGO
2,7 – Bom (Safe House, ação, EUA-África do Sul/2012, direção Daniel Espinosa, com Denzel Washington, Ryan Reynolds, Vera Farmiga): 3,5-Imdb; 3,0-VejaSP; 2,6-Metacritic; 2,0-EstMinas
Visto recentemente como o super-herói de "Lanterna Verde", o versátil Ryan Reynolds assume aqui o papel do novato agente da CIA Matt Weston. Sediado na Cidade do Cabo, na África do Sul, ele passa o tempo sem ter o que fazer e sonhando em arranjar um posto em Paris, para onde, em breve, irá sua namorada. Mas está para surgir uma árdua tarefa para o rapaz. Tobin Frost (Denzel Washington), um agente desaparecido há anos, foi localizado e existem fortes suspeitas de traição — ele teria passado informações sigilosas a inimigos terroristas. Conforme aponta o título nacional, caberá a Weston proteger Frost das pessoas que o querem morto. Conforme o tempo passa, a relação entre eles estreita. E, com boa lábia, Frost vai tentar persuadir o ingênuo colega a passar para seu lado. De origem chilena, o diretor sueco Daniel Espinosa estudou cinema na Dinamarca e, em sua estreia em Hollywood, não decepciona. Se o roteiro mescla surpresas a clichês (o desfecho, por exemplo, é muito parecido com o do último "Missão: Impossível"), a condução de Espinosa mostrase enérgica, redonda e salteada de momentos de suspense e ação — uma perseguição pelas ruas da Cidade do Cabo atinge o ponto alto da produção. Estreou em 16/03/2012.

**SHAME
2,0 - Regular (drama, Inglaterra/2011, direção Steve McQueen, com Michael Fassbender, Carey Mulligan, James Badge Dale): 2,0-VejaSP
O drama não deixa dúvida: Michael Fassbender é um dos melhores e mais badalados atores da atualidade. Quentin Tarantino o projetou para o mundo em "Bastardos Inglórios" (2009) e, de lá para cá, esse astro nascido na Alemanha e criado na Irlanda vem somando um trabalho melhor do que o outro. Embora mais conhecido como o jovem Magneto de "XMen — Primeira Classe", Fassbender foi o protagonista de "Centurião" (2010) e dos ainda inéditos "Jane Eyre" e "Um Método Perigoso". Aqui, agarra, como poucos, um papel polêmico, difícil e tenso. Ele é Brandon Sullivan, um cara que mora em Manhattan e, viciado em sexo, aproveita a companhia de prostitutas ou de namoradas de uma só noite. Sullivan até tenta, mas, na ânsia de ter uma mulher fixa, perde o desejo. Para atrapalhar sua vida solitária, Sissy (Carey Mulligan), sua irmã mais nova, aparece para passar uma temporada em seu apartamento. O segundo trabalho do ator com o diretor Steve McQueen (o primeiro foi o inédito "Hunger", de 2008) traz um tema bastante atraente e dois atores muito corajosos — tanto Fassbender quanto Carey aparecem de nu frontal sem pudores. Mas, embora o realizador consiga fazer a plateia compartilhar o prazer nauseante do protagonista, o assunto não vai além da especulação. Estreou em 16/03/2012.

ESTREIAS, 9 de março
***O GRANDE MILAGRE
3,0 – Bom (Big Miracle, drama, EUA-Inglaterra/2012, direção Ken Kwapis, com Kristen Bell, Drew Barrymore, John Krasinski): 3,0-Metacritic; 2,9-Imdb
“Na aventura dramática inspirada em fato real ocorrido em 1989, Adam (John Krasinski) trabalha como repórter no extremo norte do Alasca e pretende sair de lá. Tudo muda, porém, quando o mundo se volta para o drama de duas baleias cinzentas presas no gelo do Ártico. O jornalista tem, então, de ficar para cobrir o evento. Ex-namorada de Adam e voluntária do Greenpeace, Rachel (Drew Barrymore) reaparece na intenção de ajudar no resgate. Juntos, eles terão de convencer as companhias petrolíferas e militares russos e americanos a deixar as diferenças de lado para salvar os animais. Estreou 09/03/2012.” (Veja São Paulo)

***JOHN CARTER - Entre Dois Mundos
2,7 – Bom (John Carter, aventura, EUA/2012, direção Andrew Stanton, com Taylor Kitsch, Lynn Collins, Willem Dafoe):
3,4-Imdb; 2,6-Metacritic; 2,0-VejaSP
“Criador de Tarzan, Edgar Rice Burroughs (1875-1950) escreveu uma série de onze livros com outro personagem, John Carter, entre 1912 e 1964. Esta aventura de ficção científica é baseada, portanto, na primeira publicação, "Uma Princesa de Marte". Trata-se de uma superprodução de estimados 250 milhões de dólares, repleta de efeitos visuais, algumas boas ideias e outras tantas imitações. Às vezes, parece um encontro de "Avatar" com "Star Wars". Em outros momentos, tem-se a sensação de ser um "Conan" misturado com "Gladiador". Ou seja: o forte não é a originalidade. Desertor da Guerra Civil americana, o capitão John Carter (Taylor Kitsch) foi feito prisioneiro, mas conseguiu escapar. Ao se esconder numa caverna, a magia acontece e ele vai parar no planeta Barsoom, conhecido na Terra como Marte. Lá, Carter, consegue habilidades como dar grandes pulos por causa da baixa gravidade. Não demora muito, porém, para o protagonista conhecer os tharks, seres muito altos, verdes, de quatro braços, que falam uma língua própria (depois de um tempo, eles passam a se comunicar em inglês mesmo). Esta raça vive em conflito com dois povos inimigos e de feições humanas: os habitantes de Zodanga e os de Helium. Para selar a paz entre eles, o rei de Helium decide casar a filha, a princesa Dejah Thoris (Lynn Collins), com o líder rival (papel de Dominic West). Além de ter um casal de canastrões na linha de frente, o filme dá a impressão de ser uma matinê do passado com a modernidade técnica do presente — uma combinação que, aqui, definitivamente, não deu muito certo. Estreou 09/03/2012.” (Veja São Paulo)

**O PACTO
2,5 – Regular (Seeking Justice, ação, EUA/2011, direção Roger Donaldson, com Nicolas Cage, Guy Pearce, January Jones): 3,0-Imdb; 2,0-VejaSP
“Desde que ganhou o Oscar de melhor ator, em 1996, por “Despedida em Las Vegas”, Nicolas Cage trabalhou em 32 longas-metragens, uma média de dois filmes por ano. Atuou sob a direção de grandes mestres, como Martin Scorsese (“Vivendo no Limite”), Brian De Palma (“Olhos de Serpente”), Werner Herzog (“Vício Frenético”) e Ridley Scott (“Os Vigaristas”) e se deu bem nos tipos excêntricos de “Adaptação” e “O Sol de Cada Manhã”. Sobretudo nos últimos tempos, sua coleção de pontos baixos tem aumentado. Incluem-se aí fitas horrendas, a exemplo de “Perigo em Bangkok” e “Fúria sobre Rodas”. Filmando freneticamente e sem nenhum critério, Cage rodou cinco produções em 2011. Entre elas, “Reféns”, lançada em novembro, “Motoqueiro Fantasma — Espírito de Vingança” e “O Pacto”, ambas em cartaz. A continuação de “Motoqueiro Fantasma”, mesmo inferior ao original, já alcançou 2 milhões de espectadores. Em comparação, “A Invenção de Hugo Cabret”, vencedor de cinco prêmios no Oscar, foi visto por 800 000 pessoas. Ou seja: Cage ainda rende boas bilheterias por aqui. De premissa instigante, mas inverossímil, “O Pacto” traz Cage na pele de Will, um professor de literatura cuja esposa (January Jones) foi brutalmente violentada. No hospital, o protagonista recebe o apoio moral e uma proposta indecente do misterioso Simon (Guy Pearce). O estranho faz parte de um esquadrão da morte secreto cujo objetivo é eliminar criminosos. Basta o marido concordar e, horas depois, o cara que espancou sua mulher estará morto. A fatura chega seis meses depois: Will passa a ser importunado por Simon para cumprir o trato e matar um pedófilo. Se o início da trama aponta para um drama de suspense estrelado por um homem comum, da metade em diante o canastrão Cage assume o posto de herói. Antes, um professor declamando Shakespeare; agora, um brucutu metido a investigador policial. Cineasta experiente, Roger Donaldson (de “O Inferno de Dante” e “Efeito Dominó”) até mantém o clima de tensão. Contudo, fica difícil engolir um roteiro de tantos absurdos. Estreou 09/03/2012.” (Veja São Paulo)

***PARA POUCOS
3,3 – Bom (França, 2011, direção Antony Cartier): 4,0-EstMinas;2,7-Imdb
Funcionária de loja de jóias conhece um homem, decide organizar um jantar de casais, que acabam se envolvendo.

***W.E. - O Romance do Século
2,7 – Bom (W.E., drama, Inglaterra/2011, direção Madonna, com Abbie Cornish, James D'Arcy, Andrea Riseborough):
4,0-VejaSP; 3,0-VejaSP; 2,3-Imdb; 1,8-Metacritic
“A cantora Madonna virou diretora de cinema. "Filth and Wisdom" (2008), seu primeiro filme, nem sequer passou pelo Brasil. Sua segunda investida atrás das câmeras foi igualmente tratada com desdém no Festival de Veneza no ano passado. Não era para tanto. Este drama romântico pode ter alguns momentos pretensiosos, mas, no fim das contas, resulta num longa-metragem envolvente. Parte da trama foi abordada em "O Discurso do Rei". Em 1936, o rei britânico Eduardo VIII (1894-1972), interpretado por James D’Arcy, abdicou do trono em favor de seu irmão, Bertie, o gago. O motivo: Edward estava apaixonado por Wallis Simpson (1896-1986), papel de Andrea Riseborough, uma americana casada pela segunda vez e de comportamento muito liberal para os padrões da realeza. O roteiro faz um paralelo dessa história do passado com o amargo cotidiano de Wally (Abbie Cornish) na Nova York de 1998. Essa dona de casa, infeliz no casamento e fascinada pelo amor do duque e da duquesa de Windsor, se vê diante de um impasse afetivo ao ser paquerada por um segurança russo (Oscar Isaac). Além de servir-se de registros documentais de época, Madonna, em leve tom feminista, busca na figura de Wallis o exemplo de uma mulher à frente de seu tempo, o oposto da Wally contemporânea. Sem se
perder no vaivém da narrativa, a realizadora mantém-se firme no propósito de apostar no romantismo. Estreou 09/03/2012.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS,2 de março
**ANJOS DA NOITE - O Despertar
2,1 – Regular (Underworld: Awakening, ação, EUA/2012, direção Mans Marlind e Björn Stein, com Kate Beckinsale, Stephen Rea, Michael Ealy, Theo James, India Eisley): 3,3-Imdb; 2,0-Metacritic
1,0-VejaSP
“Depois de sair de cena no terceiro longa-metragem da cinessérie de ficção científica, Kate Beckinsale volta ao papel de protagonista. O jeito que encontraram para explicar o sumiço de Selene: esta vampira ficou em coma por doze anos e, ao acordar, descobre que teve uma filha — fruto de sua relação com Michael, um híbrido de lobisomem. A guerra das duas raças encontra aqui seu capítulo mais anêmico. Para se ter uma ideia, os humanos descobriram a batalha entre os vampiros e os Lycans, como são conhecidos os lobisomens, e querem exterminar ambos os grupos da Terra. Para rolar um clima romântico com Selene, surge o jovem bonitão David (Theo James). Ação genérica, efeitos visuais medianos e um 3D que não faz diferença. Até quem é fã da saga pode achar aborrecido. A dupla de diretores suecos estreou no longa-metragem americano com um filme bem mais instigante: Identidade Paranormal, só lançado em DVD. Estreou em 02/03/2012.” (Veja São Paulo)
“Esta quarta sequência já demonstra claros sinais de fadiga da franquia. Não há como esconder um certo grau de saciedade do que se vê na tela, apesar das competentes cenas de ação e efeitos especiais.
Quando estreou sua produção "Anjos da Noite" em 2003, o diretor e roteirista Len Wiseman já estava de olho na infinidade de sequências a que esta história poderia levar.
Ele desenhou um universo de lendas e profecias, inspirado por videogames e RPGs (Role Playing Games), para contar uma história manjada sobre um amor proibido com a milenar batalha entre vampiros e lobisomens, aqui chamados lycans, como pano de fundo.
Em sua intrincada fantasia, já que é preciso assistir a todas as partes da série para entender a trama, Selene (Kate Beckinsale) é uma vampira que se apaixona por Michael (Scott Speedman), um médico azarado que acaba se transformando em uma criatura híbrida das duas raças, já no primeiro filme. Como ninguém parece gostar dessa união, eles são caçados nas sequências.
Exceto por "A Rebelião" (2009), que mostra o início das rivalidades entre esses dois grupos, segundo o mito contado nas primeiras produções, a história mantém praticamente o mesmo argumento. Porém, em "O Despertar", lançado também em cópias 3D e IMAX, as criaturas, que até então viviam à margem -e conhecimento- dos humanos, são descobertas.
As cenas iniciais, ultraviolentas, diga-se, mostram um verdadeiro extermínio de vampiros e lycans e a captura de Selene e Michael por uma empresa de pesquisas.
Doze anos mais tarde, a vampira "desperta" e parte em busca de seu amado. O que ela não espera é encontrar a pequena Eve (India Eisley), única de sua espécie e capaz de criar uma nova linhagem de superseres sobrenaturais.
A menina, entende-se em seguida, é filha de Selene, nascida enquanto a mãe era mantida inconsciente em cativeiro. Assim, além de ser perseguida pelas duas raças, a família passa a enfrentar também o inescrupuloso médico Jacob Lane (Stephen Rea) e seu exército. Contará, para isso, com a ajuda do policial Sebastian (Michael Ealy) e do vampiro sobrevivente ao massacre, David (Theo James).
Pesa também em "O Despertar" a incapacidade de Len Wiseman de ir além, de sair da mesmice. Fora o apelo visual, com figurinos à la Matrix, não parece haver outra preocupação por parte do cineasta, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento dos personagens e do enredo -talvez por isso não tenham sido realizadas pré-estreias para a crítica lá fora.”
(Rodrigo Zavala, Cineweb, via Reuters Brasil)


**A SAGA MOLUSCO: Anoitecer
2,5 – Regular (Breaking Wind, comédia, EUA/2012, direção Craig Moss, com Heather Ann Davis, Eric Callero, Frank Pacheco): 2,5-Imdb
“Infame, o título nacional já vai direto ao ponto: trata-se de uma sátira à cinessérie Crepúsculo, fazendo troça da mesma história dos livros de Stephenie Meyer. Até os personagens da comédia ganharam nomes idênticos. A jovem Bella (Heather Ann Davis) está para casar com o vampiro branquelo Edward (Eric Callero). Além de pressentir a gravidez, a moça não consegue fazer com que Jacob (Frank Pacheco), o amigo-chiclete, largue de seu pé. Estreou em 02/03/2012.” (Veja São Paulo)

BILLI PIG (comédia, Brasil/2011, direção José Eduardo Belmonte, com Selton Mello, Grazi Massafera, Milton Gonçalves): 2,0-VejaSP
Diretor de "Brasília", Belmonte, até então, teve uma carreira marcada por filmes densos e autorais, como "A Concepção" (2005) e "Se Nada Mais Der Certo" (2008). Parte agora para um projeto muito mais comercial, de fundo chanchadesco e humor ingênuo. Embora protagonistas e coadjuvantes tenham encontrado o timing certo nas atuações, o roteiro, de coautoria de Belmonte, apela para situações raspando o lugar-comum. Entretenimento leve e rasteiro, a comédia enfoca a vida conjugal de Wanderley (Selton Mello) e Marivalda, interpretada por Grazi Massafera, grande destaque do elenco. Ele vive um corretor de seguros em crise, ela é uma aspirante a atriz, que se aconselha com um porco rosa de borracha chamado Billi. Para sair do buraco financeiro, Wanderley tem uma ideia a princípio promissora. Ao saber que a filha de um traficante (Otávio Müller) está em coma, ele entra num acordo com seu vizinho Roberval (Milton Gonçalves) — este falso padre deverá fazer um milagre para salvar a garota e, assim, ganharem uma bolada. O numeroso casting ainda inclui Preta Gil, Murilo Grossi, Léa Garcia, Aramis Trindade, entre outros. Estreou em 02/03/2012.” (Veja São Paulo)

***Drive
3,3 – Bom (Drive, ação, EUA/2011, direção Nicolas Winding Refn, com Ryan Gosling, Albert Brooks, Christina Hendricks, Carey Mulligan): 4,0-Imdb; 3,0-VejaSP; 3,0-OTempo
“A atuação neste thriller e no drama "Tudo pelo Poder" renderam merecidos elogios ao ator Ryan Gosling, mas ele foi totalmente ignorado nas indicações ao Oscar. Em papel de palavras contidas, olhar expressivo e fúria interior, Gosling interpreta um sujeito sem nome que mora em Los Angeles e tem no volante seu maior ganha-pão. Embora trabalhe numa oficina mecânica durante o dia, o rapaz faz bico de motorista de assaltantes à noite e participa como dublê de produções cinematográficas. Solitário, ele acaba se encantando por Irene (Carey Mulligan, de "Educação"), sua vizinha, uma jovem mãe cujo marido está na cadeia. Standard (Oscar Isaac) ganha a liberdade e precisa participar de um roubo a fim de se ver livre de agiotas. Como é bom de direção e tem apego à família ao lado, o mecânico/piloto decide lhe dar uma mãozinha. A partir daí, tem início um eletrizante acerto de contas, movido a fugas espetaculares e tensão constante. Estreou em 02/03/2012.” (Veja São Paulo)

***PODER SEM LIMITES
3,0 – Bom (Chronicle, ação, Inglaterra-EUA/2012, direção Josh Trank, com Dane DeHaan, Alex Russell, Michael B. Jordan): 3,0-VejaSP
“O diretor Josh Trank e o roteirista Max Landis não chegaram aos 30 anos de idade e já realizaram, em sua estreia no cinema, um dos longas-metragens de fantasia mais empolgantes da temporada. Deram, ao menos, um novo fôlego àquele já cansado clichê do filme que quer parecer realidade, na linha de fitas de terror como “Atividade Paranormal” e “O Último Exorcismo”. Aqui, saem de cena os sustos programados para entrar um misto de suspense e ficção científica plugado na imaginação. Irresistível sobretudo para os mais jovens, a trama começa mostrando as reviravoltas na vida de três estudantes. Tímido e virgem, Andrew (Dane DeHaan) comprou uma câmera para registrar sua sofrida adolescência. Espancado pelo pai e achacado pelos colegas de escola, ainda convive com a mãe à beira da morte. Seu alento é o primo Matt (Alex Russell), a única pessoa com quem consegue desabafar. Junta-se à dupla o popular Steve (Michael B. Jordan). Durante uma festa, o trio faz uma descoberta ao entrar num buraco no solo. Lá embaixo, prismas luminosos vão dar a eles poderes telecinéticos. Assim, são capazes de mover objetos e até voar apenas com a força da mente. Mas o que antes era uma deliciosa brincadeira toma rumo oposto quando a raiva e o ódio invadem o coração de Andrew. Efeitos sutis, porém bem realizados, completam uma diversão acima da média. Estreou em 02/03/2012.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 24 de fevereiro
***A MULHER DE PRETO
Bom - 2,6 (The Woman in Black, suspense, Inglaterra-Canadá-Suécia/2012, direção James Watkins, com Daniel Radcliffe, Ciarán Hinds, Roger Allam, Janet McTeer): 3,5-Imdb; 3,1-Metacritic; 3,0-VejaSP; 1,0-EstMinas
“Jovem advogado viaja para uma região remota da Inglaterra para cuidar dos papéis de um cliente recém-falecido. Enquanto trabalha em uma isolada casa antiga, começa a descobrir seus trágicos segredos. O fantasma de uma mulher amaldiçoa a casa e todo o vilarejo...”
Bom: “Mesmo feito de sustos raros, o filme traz um bom clima de tensão e ambiência funérea. O desfecho também surpreende, embora a derradeira imagem aponte para algo espírita brega.”
Ruim: “Falhou ao abusar de clichês, optando pelo sentimentalismo exagerado.” (EstMinas)
“A bela direção de arte -os brinquedos de corda são excepcionais- não compensa a fragilidade do roteiro...”
“Exceto pela atuação no fraco drama “Um Verão para Toda Vida” (2007), Daniel Radcliffe ficou preso ao papel do bruxo Harry Potter por uma década (2001-2011). Este suspense de terror apresenta seu momento da virada. Aos 22 anos, o ator inglês amadureceu e fez uma escolha acertada para mudar de tipo e, pelo menos por enquanto, dar adeus à fantasia e aos enredos infantojuvenis. Radcliffe, adulto e de novo visual, vive Arthur Kipps, advogado viúvo e pai de um garotinho na Londres do início do século XX. Sua mulher morreu no parto e ele tem adoração pelo menino. Fica, portanto, desgostoso por deixar o filho para resolver pendências de um testamento num remoto vilarejo do litoral, onde depara com uma recepção nada hospitaleira. Os moradores não gostam do estranho e insistem para que ele parta logo dali. Relutante em abandonar o serviço, ele vai até a mansão onde morava a viúva que perdeu um filho em circunstâncias misteriosas — o corpo dele nunca foi encontrado. Lá, começa a ver vultos de uma mulher de preto. Seria algo real, uma ilusão ou um fantasma à espreita? E Radcliffe funciona? Empenhado e maduro, deixou, sim, Harry Potter para trás. Só o tempo dirá se ainda fará sucesso daqui em diante. Estreou em 24/02/2012.” (Veja São Paulo)
“A bela direção de arte -os brinquedos de corda são excepcionais- não compensa a fragilidade do roteiro, que muda o fecho da história original, escrita por Susana Hill, e que, há mais de duas décadas é sucesso nos palcos de Londres, chegando à sua 9.000a apresentação no meio do ano.
Radcliffe, aliás, não é uma boa escolha para o personagem - e isso não tem nada a ver com sua até aqui limitada capacidade dramática. Ele não tem o porte físico que o papel pede. Às vezes, parece um garoto usando as roupas do pai -grandes demais para ele- e brincando de ser adulto.”
Quando o personagem de Daniel Radcliffe entra num trem, logo no começo de "A mulher preto", algum desavisado poderia pensar que ele estivesse a caminho de Hogwarths, em mais uma aventura da cinessérie `Harry Potter´.
Mas não, ele vai para um lugarejo remoto na Inglaterra. O que vai fazer, pouco importa, porque não passa de uma mera desculpa, para, pouco depois, aprisioná-lo numa mansão assombrada pela personagem-título.
Radcliffe é um advogado viúvo que não tem muito tempo para o filho pequeno, e precisa lidar com fantasmas -reais e imaginários- durante sua viagem.
A Mulher de Preto, uma maldição local, mata criancinhas toda vez que alguém a vê, como punição por terem-na separado de seu filho pequeno. Assim, a cada aparição, uma criança morre de forma trágica. E o ex-Harry Potter vê a mulher vezes suficientes para os moradores locais cogitarem expulsá-lo dali.
Só um ricaço (Ciarán Hinds) toma as suas dores. Embora ele tenha perdido um filho, não acredita naquilo que chama de crendice popular. Sua mulher (Janet McTeer, de "Albert Nobbs"), pelo contrário, diz até travar contato com o filho morto durante transes mediúnicos. Já a tal Mulher de Preto aparece sem qualquer sutileza e só vem mesmo para provocar sustos.
Quando algum filme de fantasmas e casas amaldiçoadas irá fugir da gramática do gênero? Quando sustos baratos serão evitados? E quando, o mais importante, a conclusão vai deixar de ser patética?
Aliás, por que se precisa de uma explicação? Por que no final todas as pontas precisam ser atadas?
Em "Os pássaros", Alfred Hitchcock fez uma grande ousadia: ao final, nada se conclui, nada se explica. Aqui, ao contrário, o filme acaba muito antes da história. Não seria nada mal se o diretor James Watkins e a roteirista Jane Goldman optassem por algo parecido, ao invés do final previsivelmente frustrante.” (Alysson Oliveira, do Cineweb)

***TÃO FORTE E TÃO PERTO
2,8 - Bom (Extremely Loud and Incredibly Close, drama, EUA/2011, direção Stephen Daldry, com Thomas Horn, Tom Hanks, Sandra Bullock): 3,2-Imdb; 3,0-VejaSP; 2,3-Metacritic
Bom: “É uma pena a indicação apenas ao Oscar de melhor filme e melhor ator coadjuvante (Max von Sydow), já que suas qualidades vão além... narrativa ágil e muito sensível... vai fazer o espectador compartilhar suas dores, expectativas, aventuras e frustrações. Embora ceda às emoções fáceis no desfecho, o filme traz um desenrolar de dar nó na garganta, além de exibir a cena de ficção mais triste e impactante da queda do WTC.”
“Publicado em 2005, o livro “Extremamente Alto & Incrivelmente Perto”, segundo romance de Jonathan Safran Foer, foi lançado no Brasil pela editora Rocco. Fascinado pelo personagem central, o diretor Stephen Daldry (de “As Horas” e “O Leitor”) resolveu levá-lo às telas sob o roteiro de Eric Roth (“Forrest Gump”). Daldry foca na trajetória, por vezes errante, de Oskar Schell (o ótimo estreante Thomas Horn). Esse menino de 11 anos vive em Nova York, tem uma habilidade de raciocínio ímpar e uma imensa ligação afetiva com o pai, Thomas (Tom Hanks). No dia 11 de setembro de 2001, Thomas estava no World Trade Center quando ele veio abaixo no maior atentado terrorista da história. Um ano depois, Oskar encontra uma chave que pertencia ao pai dentro de um envelope e apenas com a indicação do sobrenome Black. Começa aí a obsessiva saga do garoto. Buscando por todas as pessoas de sobrenome Black na lista telefônica, ele arma uma esquema para driblar a marcação da mãe (Sandra Bullock) e encontrá-las. A certeza de que seu pai lhe deixou uma mensagem por meio do objeto vai fazer o espectador compartilhar suas dores, expectativas, aventuras e frustrações. Embora ceda às emoções fáceis no desfecho, o filme traz um desenrolar de dar nó na garganta, além de exibir a cena de ficção mais triste e impactante da queda do WTC. Max von Sydow interpreta um misterioso inquilino que vive no apartamento da avó de Oskar. Estreou em 24/02/2012.” (Veja São Paulo)

BH - ESTREIAS, 17 de fevereiro
****A INVENÇÃO DE HUGO CABRET (Cineplex)
4,1 – Ótimo (Hugo, drama, EUA/2011, direção Martin Scorsese, com Asa Butterfield, Ben Kingsley, Jude Law): 5,0-OGlobo; 4,1-Imdb; 4,1-Metacritic; 4,0-EstMinas; 4,0-FolhaSP; 4,0-Jornal do Brasil; 3,0-EstSP; 3,0-VejaSP
“Órfão vive uma vida secreta nas paredes de uma estação de trem em Paris. Com a ajuda de uma garota excêntrica, ele busca a resposta para um mistério que liga o pai que ele perdeu recentemente, o mal humorado dono de uma loja de brinquedos que vive abaixo dele e uma fechadura em forma de coração, aparentemente sem chave.”
Ótimo: “O filme com mais indicações ao Oscar desse ano - 11 no total, - tem aquela fórmula mágica que seduz quase sempre os julgadores da academia do cinema americano: emoção e sucesso comercial. O filme ambientado em Paris nos anos trinta acompanha as aventuras de Hugo Cabret (Asa Butterfield de O menino do pijama listrado), um órfão que fica escondido nas paredes internas da estação de trem Paris Nord que tem seu bem mais precioso um robô deixado pelo seu pai.
Apesar de alguns momentos perigosamente didáticos e explicativos que arrastam perigosamente o filme na sua parte final, tudo é brilhante, desde a sua roteirização, iluminação e desempenhos. As indicações ao Oscar são mais do que justas e eleva o cinema de Martin Scorsese num novo patamar de técnica e qualidade.” (Jornal do Brasil)
Bom: “... prima por um visual de época esplêndido. Há, contudo, um probleminha de ritmo, que pode aborrecer a criançada. Depois de uma magnífica abertura sem diálogos, o roteiro demora a chegar ao tema central.” (VejaSP)

**MOTOQUEIRO FANTASMA 2: Espírito de Vingança – 3D (Cineplex)
2,0 – Regular (Ghost Rider: The Spirit of Vengeance, ação/aventura, EUA-Emirados Árabes/2011, direção Brian Taylor e Mark Neveldine):3,0-Imdb; 1,0-OTempo
“Nicolas Cage está de volta no papel de Johnny Blaze. Depois de se esconder na Europa, Blaze é recrutado por uma seita secreta da igreja para salvar um garoto (Fergus Riordan) do demônio (Ciaran Hinds). Johnny tenta recusar o chamado, mas essa é a sua grande chance de se livrar de sua maldição.”
“A dupla de diretores dos dois "Adrenalina" (2006 e 2009) e de "Gamer" (2009) está por trás da segunda aventura do personagem dos quadrinhos criado pela Marvel. Na pele de Johnny Blaze, Nicolas Cage se escondeu na Europa ao término do primeiro filme (de 2007), mas volta à ativa para atender ao chamado de uma seita secreta da Igreja. Na pele do Motoqueiro Fantasma, terá de resgatar um garoto (Fergus Riordan) das mãos do demônio (Ciarán Hinds).” (VejaSP)

BH - ESTREIAS 10 de fevereiro
****O ARTISTA
3,9 – Ótimo (The Artist, comédia dramática, França-Bélgica/2011, direção Michel Hazanavicius, com Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman): 5,0-OGlobo; 4,4-Metacritic; 4,2-Imdb; 3,0-EstSP; 3,0-VejaSP
“Depois de levar o troféu de melhor ator (para Jean Dujardin) no Festival de Cannes em 2011, a comédia dramática francesa criou um burburinho nos Estados Unidos, onde foi consagrada em várias premiações, incluindo o Globo de Ouro. Laureada também nos sindicatos dos produtores e dos diretores, desponta agora como favorita às principais estatuetas do Oscar. Se vencer, vai entrar para a história: trata-se de uma produção não americana, sem diálogos e em preto e branco. O que pode parecer monótono, ganha interesse a cada minuto. Um roteiro muito simples, com alguns intertítulos e conduzido apenas pela trilha sonora de Ludovic Bource, é desfiado com delicadeza. Nele, enfoca-se a trajetória de George Valentin (Dujardin, cotado para o prêmio de melhor ator). Astro de filmes mudos na Hollywood de 1927, Valentin, embora casado, se vê atraído pela dançarina e aspirante a atriz Peppy Miller (a graciosa Bérénice Bejo, indicada a atriz coadjuvante). A chegada do cinema falado, porém, trará um revés ao destino dos dois. Sem grandes pretensões nem voos altos, o diretor e roteirista Hazanavicius faz uma encantadora homenagem ao cinema, usando referências (talvez a maior delas seja ao clássico “Cantando na Chuva”) e desprezando firulas visuais e artifícios narrativos. Estreou em 10/02/2012.” (M. Barbieri Jr, Veja São Paulo)

**CADA UM TEM A GÊMEA QUE MERECE
2,5 – Regular (Jack and Jill, comédia, EUA2/2012, direção Dennis Dugan, com Adam Sandler, Katie Holmes, Al Pacino : 3,0-OGlobo; 3,0- VejaSP; 1,5-Imdb
“Apesar de já ter encarado papéis dramáticos, como em “Embriagado de Amor” (2002), Adam Sandler é especialista em fazer a plateia rir. E seu público no Brasil vem crescendo: a comédia “Esposa de Mentirinha” (2011), penúltimo longa-metragem dele, foi o recordista em renda de sua carreira. Faturou por aqui 19 milhões de reais e conquistou 2,1 milhões de espectadores. Na correria de protagonizar um filme por ano, surgem pequenos desastres no caminho. Felizmente, “Cada um Tem a Gêmea que Merece” possui uma fórmula mais abrangente. Mostra-se uma comédia popular com piadas sofisticadas. Na trama, Sandler interpreta Jack Sadelstein, um homem casado, pai de dois filhos e dono de uma produtora de comerciais em Los Angeles. Sua próxima tarefa no emprego será árdua. Ele deve convencer o grande astro Al Pacino a estrelar uma propaganda das rosquinhas Dunkin’Donuts. Para piorar, sua irmã, Jill, vem de Nova York para passar o Dia de Ação de Graças ao lado da família. Embora gêmeos, eles não têm nada em comum. Jack sabe conciliar as vidas profissional e doméstica. Já a solteirona Jill revela-se um poço de breguice, insegurança e burrice. Sandler optou pelo mínimo de artifícios para se transformar em mulher. Caso não fosse um intérprete descolado, Jill ficaria reduzida à aparência e ao jeitão de um travesti. Como se trata de uma produção para a família, o roteiro se serve de momentos sentimentais e chega a apelar para uma grotesca cena de flatulência para agradar a crianças e adolescentes. Em troca, há deliciosos momentos, sobretudo as brincadeiras com Al Pacino, interpretando a si mesmo e completamente apaixonado pela gêmea. Como ela nem sabe quem é o ator, prefere a companhia de um jardineiro mexicano. Entre o politicamente incorreto e o escracho leve, a fita sobressai no raso cenário do humor atual e cumpre a tarefa de provocar risos com um pouco de inteligência. Estreou em 10/02/2012.” (M. Barbieri Jr, Veja São Paulo)

***O DESPERTAR
2,7 - Bom (The Awakening, suspense, Inglaterra/2011,direção Nick Murphy, com Rebecca Hall, Dominic West, Imelda Staunton): 3,5-Imdb;
2,0- VejaSP
“Florence Cathcart (Rebecca Hall, de "Vicky Cristina Barcelona") perdeu os pais ainda criança e, adulta, abraçou uma profissão incomum na Londres de 1921. Espécie de caça-fantasmas, essa mulher não acredita em Deus nem em vida após a morte e, por isso, vive investigando os charlatões do além. Algo tende a mudar quando é procurada por Robert Mallory (Dominic West), um herói da I Guerra. Ele leva Florence até um internato de meninos no interior do país, onde o espírito de uma criança aparece anualmente nas fotos tiradas no colégio. A princípio, o caso tem um desfecho rápido. Mas, em seguida, Florence sentirá na própria pele os efeitos do sobrenatural ao perceber a presença de um espectro pelo casarão. Desde os imbatíveis "O Sexto Sentido" (1999) e "Os Outros" (2001), o tema voltou à tona com força e vem sendo explorado em resultados irregulares. Ocorre algo parecido aqui. Embora tenha premissa instigante e desenrolar com dois ou três sustos eficientes, a fita parte para o sentimentalismo espírita a fim de, vá lá, comover a plateia. Estreou em 17/02/2012.” (M. Barbieri Jr, Veja São Paulo)

***STAR WARS: Episódio I — A Ameaça Fantasma - 3D
2,7 – Bom (Star Wars: Episode I — The Phantom Menace, ficção científica, EUA/1999), direção George Lucas, com Ewan McGregor, Liam Neeson, Natalie Portman): 3,2-Imdb;
3,0O-Globo; 2,0-VejaSP
“Não contente em ter faturado quase 1 bilhão de dólares no mundo com este primeiro capítulo da cinessérie de ficção científica, o diretor George Lucas quer agora engordar ainda mais o cofrinho relançando os seis filmes da saga em cópias 3D. Prevaleceu a ordem cronológica da história, mas não o percurso da estreia das fitas — o primeiro a ser feito foi o quarto capítulo, “Guerra nas Estrelas”, de 1977. Lançado quase treze anos atrás, “A Ameaça Fantasma” foi saudado como novidade, sobretudo no quesito efeitos visuais. Hoje, seus truques digitais são genéricos, embora ainda convençam. O interesse de Lucas foi promover aqui a segunda revolução tecnológica e mostrar como nasceram alguns personagens emblemáticos. Assim, a história flagra o surgimento de Anakin Skywalker (Jake Lloyd), então com 10 anos de idade e vivendo como escravo ao lado da mãe. Ao conhecê-lo, os cavaleiros jedis Qui-Gon (Liam Neeson) e seu aprendiz Obi-Wan (Ewan McGregor) acreditam que, dotado de um poder extraordinário, o menino tem qualidades para ser um dos seus — só para recordar, o personagem vai se transformar no vilão Darth Vader. Como Lucas não é um bom diretor de atores, as atuações beiram a canastrice. E o 3D faz diferença? Os cenários e os personagens criados pelo computador ganharam uma boa profundidade, mas não superam a versão em Blu-ray, lançada em setembro de 2011 e que traz nitidez impressionante. Natalie Portman interpreta a rainha Amidala, do planeta Naboo. Estreou em 10/02/2012.” (M. Barbieri Jr, Veja São Paulo)

EM CARTAZ,3 a 9 de fevereiro
****A BELA E A FERA - 3D, animação, EUA/1991
***A GUERRA ESTÁ DECLARADA, drama, França/2011
***HISTÓRIAS CRUZADAS, drama, EUA-Índ-EmÁr/2011
**À BEIRA DO ABISMO, ação, EUA/2012
**VIAGEM 2: A Ilha Misteriosa, aventura, EUA/2012
*FILHA DO MAL, terror, EUA/2012
****L'APOLLONIDE: Os Amores da Casa de Tolerância, drama,
França/20011
****OS DESCENDENTES, drama, EUA/2011
****MILLENIUM – Os Homens que não Amavam as Mulheres, drama,
EUA-Suéc-Ingl-Al/2012
****PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN, drama, EUA/Ingl/2011
****A SEPARAÇÃO, drama, Irã/2011
***AS AVENTURAS DE TINTIM, animação, EUA-NZel/2011
***2 COELHOS, ação, Brasil/2010
***GATO DE BOTAS - o Filme, animação, EUA/2011
***J. EDGAR, drama, EUA/2011
***LATE BLOOMERS: o Amor Não Tem Fim,drama,
Fr-Bélg-Ingl/2011
***ROMÂNTICOS ANÔNIMOS, comédia romântica, Fr-Bélg/2010
***SHERLOCK HOLMES - O Jogo de Sombras, aventura, EUA/2011
*ALVIN E OS ESQUILOS 3, animação, EUA/2011
*AS AVENTURAS DE AGAMENON - o Repórter, comédia, Br/2011

ESTRÉIAS, 03 de fevereiro
**À BEIRA DO ABISMO
2,0 – Regular (Man on a Ledge, ação, EUA/2012, direção Asger Leth, com Sam Worthington, Elizabeth Banks, Ed Harris): 3,3-Imdb; 3,0-VejaSP; 2,0-Metacritic; 2,0-FolhaSP; 1,0-EstSP; 1,0-OGlobo
Bom: “Mesmo com enredo improvável e um frouxo confronto final entre vilão e mocinho, proporciona à plateia entretenimento eletrizante em tempo integral.” (Veja São Paulo)
“A princípio parece um drama, mas não demora para virar um enigmático thriller. Entre o presente e o passado recente, dá para adiantar: o personagem Nick Cassidy (Sam Worthington, o astro de “Avatar”) entra no Hotel Roosevelt, em Nova York, pede um quarto no último andar, uma refeição elegante, escreve um bilhete de despedida, abre a janela e ajeita-se no parapeito do edifício. Lá embaixo, os pedestres vibram diante da iminente queda do suicida. A história, então, retrocede e mostra como Nick chegou a tal ponto de desespero. Preso por ter roubado um diamante de um empresário bilionário (Ed Harris), esse ex-policial foi condenado a 25 anos de cadeia. Ele alega inocência, arranja um jeito de escapar das grades e, no coração de Manhattan, tenta chamar a atenção da mídia. Na chegada dos policiais, Nick faz uma exigência: só trata do assunto com a negociadora Lydia Mercer (Elizabeth Banks). É melhor parar a sinopse por aqui. Quanto menos se revela da trama, mais surpreendente ela fica. Mesmo com enredo improvável e um frouxo confronto final entre vilão e mocinho, proporciona à plateia entretenimento eletrizante em tempo integral. Estreou 03/02/2012.” (Veja São Paulo)
“A trama principal gira em torno de policial que está cumprindo pena injustamente, foge durante o enterro do pai e vai parar no beiral de um hotel. Quando a polícia chega para salvá-lo, aos poucos ele revela seu plano para a psicóloga atormentada que vê nele a chance de se redimir e voltar a acreditar em si mesma e na sua competência.”
Quantos clichês são necessários para destruir uma boa idéia? Na verdade, não muitos - a julgar pelo resultado pífio do suspense "À beira do abismo", que conjuga um amontoado de chavões, seja nos personagens, nas situações ou nos diálogos risíveis.
Os diálogos são repletos de frases de efeito e os personagens mais parecem figuras de papelão desfilando sua função na história
Enfim, em "À beira do abismo" há mais clichês do que o filme tem direito. E pouco ajuda a falta de tato do diretor Asger Leth para lidar com esse amontoado de ideias surradas.
O final, como é de se esperar, é visível a milhas de distância.
Fica a decepção de ver bons atores dizendo diálogos que beiram o constrangimento”. (Alysson Oliveira, Cineweb)

****A BELA E A FERA - 3D
3,7 – Ótimo (Beauty and The Beast, animação, EUA/1991, direção Gary Trousdale e Kirk Wise, com Paige O'Hara, Bobby Benson, Richard White): 4,0-EstSP; 4,0-Imdb; 3-VejaSP
“A jovem Bela se torna prisioneira de Fera em seu castelo. Ela faz amizade com os empregados enfeitiçados do castelo e acaba se encantando com o coração e a alma de príncipe da Fera.” (Folha de SP)
“Ao ser lançado nos Estados Unidos, no fim de 1991, este desenho provocou um certo frenesi. Além de ter sido um dos pioneiros na utilização de computadores, que deram efeito tridimensional à cena do baile, foi a primeira animação da história a concorrer ao Oscar de melhor filme — perdeu para "O Silêncio dos Inocentes", mas saiu da cerimônia com os troféus de melhor trilha sonora e melhor canção. Vinte anos depois, a fita retorna aos cinemas, agora em cópias em 3D. A história trata de um príncipe arrogante que ganha aparência monstruosa por causa de um feitiço. Para voltar a ser o belo moço de antes, terá de conquistar o amor de uma mulher. Feita prisioneira no castelo da Fera, a jovem Bela esbanja charme e simpatia para dobrar o durão. Os traços à moda antiga de "A Bela e a Fera" podem parecer ultrapassados diante de trabalhos novos tecnicamente mais impressionantes. Contudo, a graça dos personagens secundários, o clima de fábula e fantasia e o romance dos protagonistas continuam encantadores. Reestreou em 03/02/2012.” (Veja São Paulo)
“Voltando novamente ao cartaz, agora na versão 3D, "A Bela e a Fera" tem a missão de reapresentar a história para novas gerações. Não uma história qualquer, é bom que se diga. O desenho animado original, produzido em 1991, afinal, foi a primeira animação a ser indicada ao Oscar de melhor filme - façanha repetida, longos 18 anos depois, por "Up - Altas Aventuras". Mas nenhum dos dois levou essa estatueta.
Indicado originalmente a seis Oscars, vencendo dois deles - melhor trilha sonora e canção, "A Bela e a Fera" tornou mais famosa do que nunca uma fábula que teve origem na mitologia grega, foi se transformando ao longo do tempo e chegou ao cinema na inesquecível versão de Jean Cocteau, com os atores Jean Marais e Josette Day, em 1946
Como a animação foi produzida digitalmente, sendo a segunda produção da Disney a merecer essa distinção, o 3D valoriza algumas das sequências mais espetaculares, como a famosa cena do baile em que Bela e a Fera, o príncipe deformado por um feitiço, dançam em seu castelo, simulando-se movimentos de câmera. Também ganha maior graça a trupe de objetos animados do castelo da Fera, tendo à frente o candelabro de sotaque francês, o relógio de pêndulo de bigode e a dupla formada pelo bule de chá e seu filhinho-xícara, todos falantes.
Igualmente climática, a sequência final, em que o caçador Gastão, esnobado por Bela, incita os aldeões a invadirem o castelo e matar a Fera, fica um pouco mais emocionante em 3D.” (Reuters)

*FILHA DO MAL
1,2 – Ruim (The Devil Inside, terror, EUA/2012, direção William Brent Bell, com Fernanda Andrade, Simon Quarterman, Evan Helmuth): 1,8-Imdb; 1,0-FolhaSP; 1,0-OGlobo; 0,9-Metacritic
“Em 1989, Maria Rossi (Suzan Crowley) liga para a emergência (911) afirmando ter matado três pessoas --durante seu próprio exorcismo. Vinte anos depois, sua filha Isabella (Fernanda Andrade) vai até o hospital psiquiátrico (Itália), onde sua mãe foi internada, e tenta compreender a verdade.” (Folha de SP)
“O terror enfoca a trajetória de Isabella Rossi (papel da brasileira Fernanda Andrade) em busca de um mistério ocorrido em 1989. Naquela época, sua mãe, Maria Rossi (Suzan Crowley), foi acusada de matar três pessoas na Itália. É para lá que, mais de vinte anos depois, Isabella se dirige em busca da verdade. Internada num hospício, Maria seria louca ou estaria possuída pelo demônio? A filha, então, contrata dois padres para exorcizá-la. Estreou 03/02/2012.” (Veja São Paulo)
“Em 1989, os atendentes da emergência recebem uma ligação pelo 9-1-1 de Maria Rossi (Suzan Crowley) confessando que havia matado brutalmente três pessoas. 20 anos mais tarde, sua filha Isabella (Fernanda Andrade) tenta compreender a verdade sobre o que aconteceu naquela noite. Ela viaja até o Hospital Centrino para Criminosos Insanos na Itália, onde sua mãe foi detida, para determinar se ela é doente mental ou se está possuída pelo demônio. Quando ela recruta dois jovens exorcistas (Simon Quarterman e Evan Helmuth) para curarem sua mãe usando métodos não convencionais que combinam ciência e religião, eles se deparam com o mais puro mal, na forma de quatro poderosos demônios que possuem Maria.” (Cinema 10)

***A GUERRA ESTÁ DECLARADA
3,3 – Bom (La Guerre est Declare, drama, França/2011, direção Valerie Donzelli,com César Desseix, Jéremie Elkaim): 4,0-VejaSP; 3,7-Metacritic; 3,6-Imdb; 2,0-FolhaSP
“De uma vitalidade ímpar... A realizadora jamais se entrega ao melodrama. Autêntica e de baixo orçamento, bela fita... raro faro para retratar emoções sem pieguice.” (Veja São Paulo)
“O que diferencia o drama francês “A Guerra Está Declarada” de tantos outros baseados em fatos reais encontra-se em sua sincera concepção. A diretora Valérie Donzelli quis exorcizar seu passado recente e, em conjunto com o ex-companheiro, Jérémie Elkaïm, escreveu a trajetória deles. Ambos também são protagonistas de um trabalho bastante sensível, não à toa ovacionado no Festival de Cannes, sucesso de bilheteria na França, onde conquistou mais de 800 000 espectadores, e representante do país na corrida ao Oscar 2012 de melhor produção estrangeira.
De uma vitalidade ímpar, a trama acompanha o amor de Roméo (Elkaïm) e Juliette (Valérie). Eles se conhecem numa festa e passam a formar um casal apaixonado pelas encantadoras ruas de Paris. Enquanto Juliette quer ser atriz, Roméo sonhar ter uma gravadora. Adam (César Desseix) nasce pouco tempo depois e tumultua o cotidiano da dupla. O bebê chora sem trégua. Ao completar 18 meses, vem o diagnóstico de um raro tipo de tumor no cérebro da criança. A realizadora jamais se entrega ao melodrama e prefere deixar explícito: há esperança no futuro e pode-se dar leveza e, vá lá, alto-astral a um tema tão sério. Se não fosse extraído da própria experiência de Valérie e Elkäim, ocorrida cerca de dez anos atrás, o segundo longa-metragem da cineasta talvez caísse na vala comum de filmes pesadões sobre doenças e suas consequências. Autêntica e de baixo orçamento, a bela fita foi praticamente rodada com uma câmera fotográfica que filmava em alta definição. Além de um raro faro para retratar emoções sem pieguice, Valérie possui ouvidos antenados. Na formidável trilha sonora, cabem de Vivaldi a Georges Delerue, de Ennio Morricone a Laurie Anderson. Deve mesmo arrebatar o coração dos brasileiros a tocante sequência na qual se ouve a versão instrumental de “Manhã de Carnaval”, de Luiz Bonfá e Antônio Maria.”

***HISTÓRIAS CRUZADAS
3,3 – Bom (The Help, drama, EUA-Índia-Emirados Árabes/2011, direção Tate Taylor, com Emma Stone, Viola Davis, Octavia Spencer: 4,0-EstMinas; 4,0-OGlobo; 4,0-Imdb; 3,6-Metacritic 3,0-VejaSP; 2,0-EstSP; 2,0-FolhaSP
***Bom: “...registro humano e comovente.” (Veja São Paulo)
“No Mississippi da década de 1960, garota da sociedade sulista volta da universidade e resolve entrevistar mulheres negras que passaram a vida toda cuidando de ricas famílias para escrever um livro.” (Folha de SP)
“A Academia de Hollywood soube reconhecer: a maior atração do drama é a atuação de suas atrizes. Enquanto Viola Davis concorre ao Oscar principal, Octavia Spencer e Jessica Chastain disputam a estatueta de coadjuvante. A fita também está no páreo para melhor filme. Adaptado do livro “A Resposta”, de Kathryn Stockett, o longa-metragem traz à tona um tema já abordado no cinema, mas quase engolido pela indústria de blockbusters. Trata-se aqui de um registro humano e comovente da convivência entre brancos e negros no racista estado do Mississippi da década de 60. A jovem repórter Skeeter (Emma Stone) quer tornar-se escritora e arranja um assunto bombástico para seu primeiro livro. Às escondidas, ela quer entrevistar domésticas e babás negras para relatar algumas das desagradáveis experiências vividas por elas junto aos patrões. A primeira a ajudá-la é Aibileen (Viola Davis). Em seguida, Skeeter consegue o depoimento da explosiva Minny (Octavia). Mais do que as histórias delas, às vezes frustrantes do ponto de vista emocional, o enredo enfoca a vida fútil das dondocas brancas recorrendo a clichês. Destaca-se nesse retrato apenas correto e burocrático a relação de Minny com a espevitada Celia (Jessica), uma mulher à frente de seu tempo. Estreou em 03/02/2012.
(Veja São Paulo)

**VIAGEM 2: A Ilha Misteriosa
2,1 – Regular (Journey 2: The Mysterious Island, aventura, EUA/2012, direção Brad Peyton, com Josh Hutcherson, Dwayne Johnson, Michael Caine): 3,3-Imdb; 3,0-VejaSP; 2,0-FolhaSP; 1,0-EstMinas; 1,0-OGlobo
“Sean Anderson parte junto com o namorado da mãe em uma missão para encontrar uma mítica ilha.” (Folha de SP)
“Quando foi lançado no Brasil, em julho de 2008, “Viagem ao Centro da Terra” provocou uma correria aos cinemas. Motivo: o espectador pôde assistir pela primeira vez a uma fita de ficção em 3D com atores — o sistema tridimensional havia despontado no país dois anos antes. De lá para cá, surgiram o fenômeno “Avatar”, muitos desenhos e uma leva de produções usando o recurso de forma banal. No mesmo dia do relançamento da animação “A Bela e a Fera”, agora em 3D, estreia a continuação “Viagem 2 — A Ilha Misteriosa”. Embora com menos efeitos saltando da tela, a aventura mantém o clima de matinê do filme anterior. O ator Brendan Fraser disse não à sequência e passou o bastão para o brucutu Dwayne Johnson. À frente do elenco, contudo, está Josh Hutcherson (de “ABC do Amor”), crescido e candidato a galã das adolescentes. Ele interpreta Sean Anderson, um rapazote fascinado por literatura graças ao incentivo de seu avô desaparecido (Michael Caine). Às voltas com um pedido de ajuda cifrado, Sean ganha o apoio do padrasto (Johnson) para decodificá-lo. Sobrepondo os mapas encontrados nos romances “As Viagens de Gulliver”, de Jonathan Swift, “A Ilha Misteriosa”, de Julio Verne, e “A Ilha do Tesouro”, de Robert Louis Stevenson, a dupla localiza o enigmático pedaço de terra no meio do Pacífico Sul. Eles se mandam para lá e, acompanhados de um piloto destrambelhado (Luis Guzmán) e da filha gatinha dele (papel de Vanessa Hudgens), são tragados dentro de um helicóptero para o olho de um furacão. O grupo acaba em uma ilha habitada por minielefantes, abelhas e lagartos gigantes. Fica ali também o paraíso perdido de Atlântida (!). Esquemático, o roteiro se vale de frases feitas e soluções simplistas. Mas será que a criançada se liga em diálogos quando a fantasia rola solta na tela? Forrada de efeitos visuais atraentes, a história indica: ler livros dá asas à imaginação, um bom conselho para a meninada da era do videogame e da internet. Estreou 03/02/2012.” (Veja São Paulo)

CONTINUAÇÕES
*ALVIN E OS ESQUILOS 3
1,4 – Ruim (Alvin and the Chipmunks: Chip-Wrecked, animação, EUA/2011, direção Mike Mitchell): 2,0-Imdb; 2,0-Metacritic; 1,0-FolhaSP; 1,0-OGlobo; 1,0-VejaSP
“Ainda menos inspirada do que os dois episódios anteriores, a comédia infantil mira só na criançada e traz mais do mesmo na história dos esquilos falantes. Parece que os produtores querem apenas aprimorar a técnica de animação dos bichinhos e, por isso, roteiro e direção de atores são apenas um apêndice da atração. Desta vez, os pequenos roedores Alvin, Theodore e Simon, mais as três esquiletes do filme anterior, tiram férias com seu protetor (papel de Jason Lee, de volta à cinessérie depois de se ausentar no longa-metragem anterior). A bordo de um luxuoso navio, Alvin acaba aprontando mais uma travessura e, levado pelo vento, o sexteto de roedores vai parar numa ilha. Lá, tentam sobreviver quando encontram uma exploradora (Jenny Slate), perdida no local há quase dez anos. Sem muito ânimo nem ação, a previsível aventurazinha deles só ganha alguma graça quando, mais uma vez, surgem covers de músicas de sucesso. Se antes era Beyoncé e seu hit Singles Ladies, agora os esquilos atacam de Lady Gaga e Bad Romance — pena que a cena seja bem curtinha. Estreia 06/01/2012” (Veja São Paulo)

**AS AVENTURAS DE AGAMENON - o Repórter
1,2 – Ruim (comédia, Brasil/2011, direção Victor Lopes. com Hubert, Luana Piovani, Marcelo Madureira, Marcelo Adnet): 2,0-EstMinas; 1,0-EstSP; 1,0-FolhaSP; 1,0-OGlobo
“Narra as aventuras de um jornalista fictício, criado pelos humoristas Madureira e Hubert, que também interpreta o personagem. Na juventude, Agamenon ganha vida com as caras e bocas de Marcelo Adnet. Estreou 06/01/2012.” (Veja São Paulo)

***AS AVENTURAS DE TINTIM
3,5 - Bom (The Adventures of Tintin, animação, EUA-Nova Zelândia/2011, direção Steven Spielberg, com Jamie Bell, Simon Pegg, Andy Serkis): 4,0-EstMinas; 4,0-OGlobo; 3,8-Imdb; 3,4-Metacritic; 3,0-EstSP; 3,0-VejaSP; 2,0-FolhaSP
***Bom: “...resultado técnico fabuloso... tira um pouco da fantasia do original para investir numa trama agitada... Embora o ritmo caia em alguns momentos, Spielberg imprime sua marca de ação.” (Veja São Paulo)
“Tintim é um personagem criado pelo belga Hergé (1907-1983) no fim da década de 20, muito mais famoso na Europa do que nos Estados Unidos. Por isso, Spielberg só foi conhecê-lo já adulto. Agora, numa parceria com o diretor neozelandês Peter Jackson ("O Senhor dos Anéis"), adaptou algumas histórias do protagonista para esta animação. O processo de filmagem foi o mesmo usado em fitas como "Os Fantasmas de Scrooge". A performance capture, ou “captura de atuação”, grava as cenas com os atores e, em seguida, os animadores fazem seu trabalho. Com resultado técnico fabuloso, o desenho tira um pouco da fantasia do original para investir numa trama agitada, não à toa aos moldes da cinessérie Indiana Jones. Dotado de um senso investigativo, o rapazinho Tintim (Jamie Bell) trabalha como repórter e, ao comprar a réplica em miniatura de um antigo galeão, passa a ser perseguido por um misterioso sujeito também interessado na relíquia. A partir daí começa a aventura do protagonista, que, ao lado do esperto cãozinho Milu, embarca num navio rumo ao Marrocos, onde conhece o beberrão capitão Haddock (Andy Serkis). Embora o ritmo caia em alguns momentos, Spielberg imprime sua marca de ação, sobretudo em dois momentos: na sequência dentro de um avião e na espetacular fuga de Tintim num vilarejo marroquino. Estreou 20/01/2012.” (Veja São Paulo)

****OS DESCENDENTES
3,6 – Ótimo (The Descendants, drama, EUA/2011, direção Alexander Payne, com George Clooney, Shailene Woodley, Amara Miller: 4,2-Metacritic;
4,0-OGlobo; 3,9-Imdb; 3,0-EstSP; 3,0-FolhaSP; 3,0-VejaSP
Bom: “...drama digno, honesto, por vezes tocante, salpicado de humor e conduzido com firmeza pelo cineasta.” (Veja São Paulo)
“Depois de consagrar-se no Globo de Ouro, o novo trabalho do diretor de “Sideways” (2004) conquistou cinco indicações ao Oscar: melhor filme, direção, roteiro adaptado, montagem e ator, para George Clooney. Trata-se de um drama digno, honesto, por vezes tocante, salpicado de humor e conduzido com firmeza pelo cineasta. Está longe, contudo, de ser o melhor longa-metragem do ano ou até da ótima safra atual. À vontade, Clooney interpreta Matt King, um advogado que mora numa ilha do Havaí, tem duas filhas e há um bom tempo já não está bem com a mulher. Quando ela sofre um acidente de lancha e fica em coma, o protagonista viverá um revés do destino. Em tempo integral, ele tem de voltar ao papel de pai de uma garota desconsolada (Amara Miller) e de uma adolescente rebelde (Shailene Woodley). Além disso, precisa decidir se vende ou não suas milionárias terras, herdadas de seus descendentes, para a construção de um resort. No meio do turbilhão, descobre que a esposa possui um amante. Estreou em 27/01/2012.” (Veja São Paulo)

***2 COELHOS
2,7 – Bom (ação, Brasil/2010, direção Afonso Poyart, com Fernando Alves Pinto, Alessandra Negrini, Caco Ciocler): 4,0-OGlobo; 3,0-VejaSP; 2,0-EstSP; 2,0-FolhaSP
****Ótimo: “É entretenimento, provocação e busca de uma arte sem vergonha de ser popular.” (O Globo)
***Bom: “... ação, original para os padrões do cinema brasileiro. Pop, vibrante e com efeitos visuais criativos, o resultado vai ao encontro dos jovens... o roteiro bem amarrado traz surpresas ao longo da história... deliciosa narrativa de vaivéns no tempo... desfecho eletrizante...” (Veja São Paulo)
“Surpreende a estréia no longa-metragem do cineasta santista, vindo dos filmes publicitários e videoclipes. Além da direção, Poyart, de 32 anos, ocupou-se da produção, do roteiro e da montagem e fez uma bacana fita de ação, original para os padrões do cinema brasileiro. Pop, vibrante e com efeitos visuais criativos, o resultado vai ao encontro dos jovens, seu público-alvo. A trama pode parecer confusa, mas o roteiro bem amarrado traz surpresas ao longo da história. Nela, o jovem nerd Edgar (Fernando Alves Pinto) foi absolvido depois de atropelar duas pessoas num acidente de carro. Após dois anos em Miami, volta a São Paulo com um plano de vingança. Estão em sua mira uma quadrilha chefiada pelo irascível Máicon (o sempre excelente Marat Descartes, de "Trabalhar Cansa") e um deputado corrupto (Roberto Marchese). Em deliciosa narrativa de vaivéns no tempo, o realizador não perde o fio da meada e ainda abre espaço para um casal de advogados (Alessandra Negrini e o fraco Neco Vila Lobos), um grupo de bandidos, um professor (Caco Ciocler) arrasado pela morte da mulher e do filho... Os personagens vão convergir para um desfecho eletrizante, rodado da Praça Rooselvelt — o cineasta aproveita bem a cidade filmando no edifício Copan, na Praça Charles Miller, na Avenida do Estado e na Vila Brasilândia. Estreou 20/01/2012.” (Veja São Paulo)

***GATO DE BOTAS - o Filme
3,1 – Bom (Puss in Boots, animação, EUA/2011, direção Chris Miller, com Antonio Banderas, Salma Hayek, Zach Galifianakis:
4,0-EstMinas; 3,5-Imdb; 3,2-Metacritic; 3,0-OGlobo; 3,0-OGlobo; 3,0- VejaSP; 2,0-FolhaSP
“Diretor de Shrek Terceiro, o mais fraco dos episódios da cinessérie, Chris Miller manda bem melhor na primeira animação estrelada pelo Gato de Botas — o personagem surgiu no segundo longa-metragem do ogro verde. Cheio de charme e malícia, o protagonista (dublado por Antonio Banderas na versão em inglês) tem o auxílio de novos companheiros para amparar sua história. Assim como em Shrek, há uma saborosa mistura de contos de fada, que inclui o ovo falante Humpty Dumpty, extraído da obra de Lewis Carroll, e a fábula João e o Pé de Feijão. Na trama, Gato de Botas foi expulso do vilarejo San Ricardo depois de se envolver em roubos. Quem o colocou nesta jogada foi Humpty Dumpty, seu coleguinha desde os tempos de orfanato. Agora, ambos se unem para uma nova empreitada: furtar os feijões mágicos de um casal para chegar até uma gansa que bota ovos de ouro. A sensual gatinha Kitty Pata Leve se junta à dupla. Técnica irrepreensível, humor espirituoso e ligeireza na ação completam o programa para adultos e crianças. Estreou 09/12/2011.” (Veja São Paulo)

***J. EDGAR
3,1 – Bom (J. Edgar, drama, EUA/2011, direção Clint Eastwood, com Leonardo DiCaprio, Naomi Watts, Armie Hamme): 4,0-FolhaSP; 4,0-VejaSP; 3,5-Imdb; 3,0-EstSP; 3,0-Metacritic; 1,0-OGlobo
Ótimo: “...belo roteiro... melhor atuação da carreira de Di Caprio.” (Veja São Paulo)
“Quando foi anunciado que Clint Eastwood faria uma biografia de J. Edgar Hoover (1895-1972), especulou-se que o diretor traria à tona o até então obscuro lado homossexual do chefão do FBI. Discreto na abordagem, Eastwood não se furta a tocar no delicado assunto neste drama. Em muitos momentos, é possível enxergar no belo roteiro de Dustin Lance Black (vencedor do Oscar por “Milk”) uma velada e comovente história de amor entre Hoover e seu fiel parceiro de investigações, Clyde Tolson (vivido pelo bonitão Armie Hammer, intérprete dos gêmeos de “A Rede Social”). O máximo da ousadia, no entanto, é beijo na boca à força entre os personagens. Na melhor atuação de sua carreira, que a Academia de Hollywood absurdamente ignorou no Oscar, Leonardo DiCaprio faz o protagonista da juventude até a morte, aos 77 anos — fruto de um espetacular trabalho de maquiagem. A trama tem início com Hoover ainda rapazinho e empenhado no trabalho — ele começou como bibliotecário do Congresso Americano. Em sua primeira conquista amorosa, levou um fora de Helen (Naomi Watts), mas transformou-a em sua secretária ao ser nomeado assistente do diretor do FBI. Nas décadas de 20 e 30, já no posto principal, havia comprado briga com imigrantes comunistas e dado início a uma caça a lendários bandidos, como Dillinger e Baby Face. Reprimido por uma mãe dominadora (Judi Dench), Hoover mantinha a pose de líder e homem forte da lei. Eastwood expõe não só essa imagem de durão, mas também a de uma pessoa solitária, frágil e indisposta com seus reprimidos desejos. Estreou em 27/01/2012.” (Veja São Paulo)

****L'APOLLONIDE: Os Amores da Casa de Tolerância
3,6 - Ótimo (L'Apollonide - Souvenirs de la Maison Close, drama, França/2011, direção Bertrand Bonello, com Hafsia Herzi, Jasmine Trinca, Xavier Beauvois, Noemie Lvovski): 4,0-Leitores; 4,0-EstMinas; 4,0-EstSP; 4,0-FolhaSP; 3,7-Imdb; 3,6-Metacritic; 2,0-VejaSP
****Ótimo: “... poderosa capacidade de espelhar o espírito do fim de uma era (aspecto claramente viscontiano). Riquíssimo em estética e em idéias, radicalmente feminista...” (P. Butcher, Folha de São Paulo)
***Bom: “... rigoroso e belo.” (L. Z. Oricchio, O Estado de São Paulo)
“Dolorosamente, insuportavelmente belo.” (L. C. Merten, O Estado de São Paulo)
**Regular: “... traz sofisticação à belíssima recriação de época, mas chove no molhado... Arrastada, a trama tem um desfecho tão anêmico quanto seu desenrolar.” (Veja São Paulo)
“O diretor francês não primou pelo bom gosto nem em "O Pornógrafo" (2001) nem em "Tirésia" (2003), seus dois longas-metragens exibidos por aqui. Em seu novo drama, projetado no último Festival de Cannes, Bonello traz sofisticação à belíssima recriação de época, mas chove no molhado ao focar o mundo da prostituição. Na Paris do início do século XX, o bordel L’Apollonide está com os dias contados. As acompanhantes fazem seus programas, discutem entre si as relações com a clientela e procuram distração em ambiente movido a álcool e perversões. A mais prejudicada delas é Madeleine (Alice Barnole). Após ser amarrada na cama por um cliente, tem seus lábios cortados por uma navalha e fica com um sorriso à la Coringa. Mesmo marcada, continua na batalha. Arrastada, a trama tem um desfecho tão anêmico quanto seu desenrolar. Estreou 20/01/2012.” (Veja São Paulo)

***3,0 - LATE BLOOMERS: o Amor Não Tem Fim (Late Bloomers, drama, França-Bélgica-Reino Unido/2011, direção Julie Gavras, com William Hurt, Isabella Rossellini): 3,0-EstSP; 3,0-OGlobo; 3,0-Imdb
“Embora o tema seja atraente, o roteiro beira a superficialidade e traz um desfecho facilmente feliz em meio a uma narrativa monótona.” (Veja São Paulo)
“Filha do renomado diretor Costa-Gavras, Julie fez uma bela estreia na direção com o adorável `A Culpa É do Fidel´ (2006). Esperava-se mais, portanto, deste seu novo trabalho. Tão à vontade para retratar a infância na fita anterior, Julie parece deslocada para tratar do relacionamento na meia-idade. Isabella Rossellini e William Hurt interpretam Mary e Adam, o casal de protagonistas. Juntos há mais de trinta anos e com três filhos adultos, eles começam a encarar as crises. Enquanto Adam, arquiteto renomado, precisa se modernizar para enfrentar a concorrência, Mary dá sinais de que está perdendo a memória. É a chegada da velhice. Estreou em 11/11/2011.” (Veja São Paulo)

***MILLENIUM – Os Homens que não Amavam as Mulheres
3,7 – Ótimo (The Girl With the Dragon Tattoo, drama, EUA/-Suécia-Inglaterra-Alemanha/2012, direção David Fincher, com Rooney Mara, Daniel Craig, Steven Berkoff): 5,0-OGlobo; 4,0-FolhaSP; 3,0-EstSP; 3,0-VejaSP
“A trilogia de livros do escritor sueco Stieg Larsson (1954-2004) já havia sido adaptada pelo cinema de seu país. No Brasil, só foi lançado, em 2010, o primeiro longa-metragem, que deu origem a esta refilmagem americana dirigida por David Fincher, de “A Rede Social”. Quem viu o original vai notar pequenas alterações, sobretudo no desfecho. Contudo, a estrutura narrativa do drama policial está intacta. Embora o filme tenha um epílogo esticado e uma resolução mais morna do que a da fita sueca, Fincher tem timing e faro para envolver a plateia. Sabe-se lá o motivo, mas a história continua ambientada na Suécia e com atores falando inglês. Daniel Craig vive Mikael Blomkvist, um repórter que caiu em desgraça após ter sido processado por um empresário, difamado por ele na revista “Millennium”. A fim de sair de cena por um tempo, ele aceita uma missão investigativa: contratado pelo rico industrial Henrik Vanger (Christopher Plummer), o jornalista deverá descobrir o paradeiro de Harriet, uma sobrinha dele, desaparecida quando tinha 16 anos na década de 60. Tateando em terreno misterioso e inseguro, cercado por dissimulados familiares de Vanger, Blomkvist vai precisar de ajuda. Quem deve socorrê-lo é Lisbeth Salander. A personagem, uma hacker tatuada, lésbica e de comportamento inconstante, é interpretada por Rooney Mara, que concorre ao Oscar de melhor atriz — o filme ainda teve quatro indicações a prêmios técnicos. Estreou em 27/01/2012.”

****PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN
3,7 – Ótimo (We Need To Talk About Kevin, drama, EUA/Inglaterra/2011, direção Lynne Ramsay, com Tilda Swinton, John C. Reilly, Ezra Miller): 4,0-EstSP; 4,0-OGlobo; 4,0-VejaSP; 3,9-Imdb; 3,5-Metacritic; 3,0-FolhaSP
Ótimo: “...Contado de forma envolvente e liderado por uma estrela em absoluto estado de entrega...” (Veja São Paulo)
“No drama, a diretora e roteirista escocesa Lynne Ramsay fez algumas alterações na estrutura do livro homônimo, sobretudo limando a narrativa em primeira pessoa presente no original. Nos primeiros minutos, a realizadora usa o vaivém do tempo, mas sem confundir o espectador. Dá para adiantar: no presente, Eva Khatchadourian (Tilda Swinton) vive acuada e está à procura de emprego. Sem marido nem amigos, ela encontra uma vaga como digitadora numa agência de viagens. Nas ruas, costuma receber olhares enviesados — isso quando não leva um tapa na cara de estranhos. Motivo: Eva é mãe de Kevin, preso por uma barbárie. A história, então, acomoda-se no passado para enfocar o começo de tudo. Casada com Franklin (John C. Reilly), ela teve Kevin e já o achava estranho ainda bebê. A criança (Rock Duer) era malcriada, turrona e não havia nela nenhuma ligação sentimental com Eva. Maiorzinho (e interpretado pelo ótimo Jasper Newell), ficou pior. Virou um menino dissimulado e provocador, porém esperto e inteligente. Aos 16 anos (papel do ator Ezra Miller), Kevin decidiu aliar sua rebeldia à crueldade. Por meio da soberba atuação de Tilda, compreende-se o andar sem rumo e o olhar vago da amargurada personagem. Contado de forma envolvente e liderado por uma estrela em absoluto estado de entrega, esse duelo psicológico provavelmente não deixará a plateia indiferente. Estreou em 27/01/2012.” (Veja São Paulo)

***ROMÂNTICOS ANÔNIMOS
2,8 – Bom (Les Émotifs Anonymes, comédia romântica, França-Bélgica/2010, direção Jean-Pierre Améris, com Benoit Poelvoorde, Isabelle Carré, Lorella Cravotta, Lise Lamétrie): 4,0-OGlobo; 3,4-Imdb; 3,1-Metacritic; 3,0-EstSP; 3,0-VejaSP; 2,0-EstMinas; 1,0-FolhaSP
“Simpática comédia romântica para quem quer começar o ano com um sorriso nos lábios. Mesmo mais velhos, os protagonistas lembram vagamente a dupla de `Medianeras — Buenos Aires na Era do Amor Virtual´, filme argentino de sucesso em São Paulo e também uma aposta da Imovision. Tanto Jean-René (papel do ótimo Benoît Poelvoorde, de `Coco Antes de Chanel´) quanto Angélique (Isabelle Carré) são um poço de insegurança e sofrem de timidez crônica. Chocolatière de mão cheia, Angélique frequenta um grupo de apoio para melhorar sua relação com o mundo. Desempregada, essa quarentona se candidata a uma vaga numa centenária (e quase falida) fábrica de chocolates, cujo dono, Jean-René, igualmente bate ponto no terapeuta. Seu objetivo: dar fim ao medo de tudo e todos, inclusive seu pavor de se envolver com as mulheres. A trama pode indicar um dramalhão psicológico, mas o diretor e roteirista Jean-Pierre Améris, inspirado em experiências pessoais, prefere extrair graça dos distúrbios de seus personagens. Entre algumas cenas impagáveis, Jean-René convida sua funcionária para jantar e, devido ao incômodo suor de nervoso, vai ao banheiro trocar de camisa a todo instante. Em levada de fábula romântica, puxada por breves números cantados (na linha do clássico `Os Guarda-Chuvas do Amor´), a enxuta história conquista por sua despretensão e simplicidade. Típico longa-metragem francês de apelo popular, traz começo, meio e fim para a plateia sair da sessão feliz da vida. Estreou em 23/12/2011.” (Veja São Paulo)

****A SEPARAÇÃO
4,5 – Ótimo (Jodaeiye Nader az Simin, drama, Irã/2011, direção Asghar Farhadi, com Leila Hatami, Peyman Moadi, Sarina Farhadi): 5,0-OGlobo; 5,0- VejaSP; 4,7-Metacritic; 4,3-Imdb; 4,0-EstSP; 4,0-FolhaSP
*****Excelente: “... o afiadíssimo elenco entrega-se sem trégua a debates de ordem política, religiosa e moral. Parece contraditório: de uma nação reprimida... surge um magnífico tratado das relações humanas.” (Veja São Paulo)
“O casal formado por Simin (Leila Hatami) e Nader (Peyman Moadi) está de frente para um juiz. Ela precisa do divórcio para poder mudar de país com Termeh (Sarina Farhadi), a filha adolescente. Como ele se recusa a assinar os papéis para a viagem da menina, o caso fica sem conclusão. Nader trabalha num banco e não quer sair do Irã e deixar seu pai, debilitado pela doença de Alzheimer. Na sequência seguinte, Simin faz as malas e volta a morar com sua família, Termeh permanece em casa com o pai e Nader contrata Razieh (Sareh Bayat) para cuidar do velho doente. Sem nenhuma experiência no ramo, Razieh tenta ajudar o marido desempregado (Shahab Hosseini) nas despesas. Mas, extremamente religiosa, essa muçulmana esconde do companheiro sua nova ocupação. Um descuido dela vai desencadear uma série de segredos, mentiras e mal-entendidos, que culminam em calorosas discussões na Justiça. Depois do surpreendente “Procurando Elly” (2009), o diretor Asghar Farhadi conseguiu se superar. Vencedor do Globo de Ouro e bastante cotado para o Oscar de melhor filme estrangeiro, 'A Separação' saiu do Festival de Berlim 2011 com o Urso de Ouro e o Urso de Prata para os quatro protagonistas (Leila, Sareh, Moadi e Hosseini), além de ter sido a produção internacional preferida das associações de críticos de Nova York, Toronto e Chicago, entre outras. Todas as recompensas têm justificativa. Das fitas iranianas que desembarcam por aqui, as de Farhadi são, digamos, as mais acessíveis. Se há, sim, como pano de fundo as regras do rígido mundo islâmico, suas tramas possuem um apelo universal. Ao contrário dos trabalhos de conterrâneos, a exemplo de Jafar Panahi (“Isto Não É um Filme”) e Abbas Kiarostami (“Gosto de Cereja”), o enredo de “A Separação” mostra-se plural, além de ser carregado de realismo. Como se, a cada reviravolta, o realizador exigisse da plateia uma posição sobre os variados assuntos e comportamentos. O tema do divórcio, enfim, torna-se um mero detonador de conflitos cada vez maiores e irresistivelmente fascinantes. Em duas horas, o afiadíssimo elenco entrega-se sem trégua a debates de ordem política, religiosa e moral. Parece contraditório: de uma nação reprimida, controlada pelo ditador Mahmoud Ahmadinejad, surge um magnífico tratado das relações humanas. Estreou 20/01/2012.” (Veja São Paulo)

***SHERLOCK HOLMES - O Jogo de Sombras
2,8 – Bom (Sherlock Holmes: A Game of Shadows, aventura, EUA/2011, direção Guy Ritchie, com Robert Downey Jr., Jude Law, Jared Harris): 4,0-EstMinas; 3,8-Imdb; 2,4-Metacritic; 2,0-EstSP; 2,0-FolhaSP; 2,0-VejaSP
Regular: “ritmo alucinante em traminha sem consistência.”
Dois anos atrás, o diretor Guy Ritchie havia quase acertado a mão ao resgatar o detetive do escritor Arthur Conan Doyle (1859-1930) numa fita acelerada e com roupagem de ação, sem esquecer os mistérios, trunfos das histórias originais. Nesta segunda aventura, o ex-marido de Madonna regride ao dar ritmo alucinante a uma traminha sem consistência. Mais parece um genérico de uma fita de super-heróis, só que ambientada no fim do século XIX — direção de arte, figurinos e cenários digitais são de tirar o chapéu. Em 1891, uma série de mortes e atentados, como uma explosão a bomba em Viena, intriga Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.). Ele quer investigar o caso, mas seu fiel amigo e parceiro, Dr. Watson (Jude Law), vai se casar. Holmes, porém, consegue raptar Watson na lua de mel e parte para cima do suspeito, o professor James Moriarty (Jared Harris). Estrela do primeiro filme, Rachel McAdams faz uma ponta e deixa o posto para a sueca Noomi Rapace, mais bem aproveitada na versão original de "Os Homens que Não Amavam as Mulheres". Estreou em 13/01/2012.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 27 de janeiro
****A SEPARAÇÃO
4,5 – Ótimo (Jodaeiye Nader az Simin, drama, Irã/2011, direção Asghar Farhadi, com Leila Hatami, Peyman Moadi, Sarina Farhadi): 5,0- VejaSP; 4,7-Metacritic; 4,3-Imdb; 4,0-EstSP
*****Excelente: “... o afiadíssimo elenco entrega-se sem trégua a debates de ordem política, religiosa e moral. Parece contraditório: de uma nação reprimida... surge um magnífico tratado das relações humanas.” (Veja São Paulo)
“O casal formado por Simin (Leila Hatami) e Nader (Peyman Moadi) está de frente para um juiz. Ela precisa do divórcio para poder mudar de país com Termeh (Sarina Farhadi), a filha adolescente. Como ele se recusa a assinar os papéis para a viagem da menina, o caso fica sem conclusão. Nader trabalha num banco e não quer sair do Irã e deixar seu pai, debilitado pela doença de Alzheimer. Na sequência seguinte, Simin faz as malas e volta a morar com sua família, Termeh permanece em casa com o pai e Nader contrata Razieh (Sareh Bayat) para cuidar do velho doente. Sem nenhuma experiência no ramo, Razieh tenta ajudar o marido desempregado (Shahab Hosseini) nas despesas. Mas, extremamente religiosa, essa muçulmana esconde do companheiro sua nova ocupação. Um descuido dela vai desencadear uma série de segredos, mentiras e mal-entendidos, que culminam em calorosas discussões na Justiça. Depois do surpreendente “Procurando Elly” (2009), o diretor Asghar Farhadi conseguiu se superar. Vencedor do Globo de Ouro e bastante cotado para o Oscar de melhor filme estrangeiro, 'A Separação' saiu do Festival de Berlim 2011 com o Urso de Ouro e o Urso de Prata para os quatro protagonistas (Leila, Sareh, Moadi e Hosseini), além de ter sido a produção internacional preferida das associações de críticos de Nova York, Toronto e Chicago, entre outras. Todas as recompensas têm justificativa. Das fitas iranianas que desembarcam por aqui, as de Farhadi são, digamos, as mais acessíveis. Se há, sim, como pano de fundo as regras do rígido mundo islâmico, suas tramas possuem um apelo universal. Ao contrário dos trabalhos de conterrâneos, a exemplo de Jafar Panahi (“Isto Não É um Filme”) e Abbas Kiarostami (“Gosto de Cereja”), o enredo de “A Separação” mostra-se plural, além de ser carregado de realismo. Como se, a cada reviravolta, o realizador exigisse da plateia uma posição sobre os variados assuntos e comportamentos. O tema do divórcio, enfim, torna-se um mero detonador de conflitos cada vez maiores e irresistivelmente fascinantes. Em duas horas, o afiadíssimo elenco entrega-se sem trégua a debates de ordem política, religiosa e moral. Parece contraditório: de uma nação reprimida, controlada pelo ditador Mahmoud Ahmadinejad, surge um magnífico tratado das relações humanas. Estreou 20/01/2012.” (Veja São Paulo)

***OS DESCENDENTES
3,5 – Bom (The Descendants, drama, EUA/2011, direção Alexander Payne, com George Clooney, Shailene Woodley, Amara Miller: 4,2-Metacritic; 3,9-Imdb; 3,0-EstSP; 3,0-VejaSP
“Depois de consagrar-se no Globo de Ouro, o novo trabalho do diretor de “Sideways” (2004) conquistou cinco indicações ao Oscar: melhor filme, direção, roteiro adaptado, montagem e ator, para George Clooney. Trata-se de um drama digno, honesto, por vezes tocante, salpicado de humor e conduzido com firmeza pelo cineasta. Está longe, contudo, de ser o melhor longa-metragem do ano ou até da ótima safra atual. À vontade, Clooney interpreta Matt King, um advogado que mora numa ilha do Havaí, tem duas filhas e há um bom tempo já não está bem com a mulher. Quando ela sofre um acidente de lancha e fica em coma, o protagonista viverá um revés do destino. Em tempo integral, ele tem de voltar ao papel de pai de uma garota desconsolada (Amara Miller) e de uma adolescente rebelde (Shailene Woodley). Além disso, precisa decidir se vende ou não suas milionárias terras, herdadas de seus descendentes, para a construção de um resort. No meio do turbilhão, descobre que a esposa possui um amante. Estreou em 27/01/2012.” (Veja São Paulo)

***J. EDGAR
3,4 – Bom (J. Edgar, drama, EUA/2011, direção Clint Eastwood, com Leonardo DiCaprio, Naomi Watts, Armie Hamme): 4,0-VejaSP; 3,5-Imdb; 3,0-Metacritic
“Quando foi anunciado que Clint Eastwood faria uma biografia de J. Edgar Hoover (1895-1972), especulou-se que o diretor traria à tona o até então obscuro lado homossexual do chefão do FBI. Discreto na abordagem, Eastwood não se furta a tocar no delicado assunto neste drama. Em muitos momentos, é possível enxergar no belo roteiro de Dustin Lance Black (vencedor do Oscar por “Milk”) uma velada e comovente história de amor entre Hoover e seu fiel parceiro de investigações, Clyde Tolson (vivido pelo bonitão Armie Hammer, intérprete dos gêmeos de “A Rede Social”). O máximo da ousadia, no entanto, é beijo na boca à força entre os personagens. Na melhor atuação de sua carreira, que a Academia de Hollywood absurdamente ignorou no Oscar, Leonardo DiCaprio faz o protagonista da juventude até a morte, aos 77 anos — fruto de um espetacular trabalho de maquiagem. A trama tem início com Hoover ainda rapazinho e empenhado no trabalho — ele começou como bibliotecário do Congresso Americano. Em sua primeira conquista amorosa, levou um fora de Helen (Naomi Watts), mas transformou-a em sua secretária ao ser nomeado assistente do diretor do FBI. Nas décadas de 20 e 30, já no posto principal, havia comprado briga com imigrantes comunistas e dado início a uma caça a lendários bandidos, como Dillinger e Baby Face. Reprimido por uma mãe dominadora (Judi Dench), Hoover mantinha a pose de líder e homem forte da lei. Eastwood expõe não só essa imagem de durão, mas também a de uma pessoa solitária, frágil e indisposta com seus reprimidos desejos. Estreou em 27/01/2012.” (Veja São Paulo)

***MILLENIUM – Os Homens que não Amavam as Mulheres
3,0 – Bom (The Girl With the Dragon Tattoo, drama, EUA/-Suécia-Inglaterra-Alemanha/2012, direção David Fincher, com Rooney Mara, Daniel Craig, Steven Berkoff): 3,0-EstSP; 3,0-VejaSP
“A trilogia de livros do escritor sueco Stieg Larsson (1954-2004) já havia sido adaptada pelo cinema de seu país. No Brasil, só foi lançado, em 2010, o primeiro longa-metragem, que deu origem a esta refilmagem americana dirigida por David Fincher, de “A Rede Social”. Quem viu o original vai notar pequenas alterações, sobretudo no desfecho. Contudo, a estrutura narrativa do drama policial está intacta. Embora o filme tenha um epílogo esticado e uma resolução mais morna do que a da fita sueca, Fincher tem timing e faro para envolver a plateia. Sabe-se lá o motivo, mas a história continua ambientada na Suécia e com atores falando inglês. Daniel Craig vive Mikael Blomkvist, um repórter que caiu em desgraça após ter sido processado por um empresário, difamado por ele na revista “Millennium”. A fim de sair de cena por um tempo, ele aceita uma missão investigativa: contratado pelo rico industrial Henrik Vanger (Christopher Plummer), o jornalista deverá descobrir o paradeiro de Harriet, uma sobrinha dele, desaparecida quando tinha 16 anos na década de 60. Tateando em terreno misterioso e inseguro, cercado por dissimulados familiares de Vanger, Blomkvist vai precisar de ajuda. Quem deve socorrê-lo é Lisbeth Salander. A personagem, uma hacker tatuada, lésbica e de comportamento inconstante, é interpretada por Rooney Mara, que concorre ao Oscar de melhor atriz — o filme ainda teve quatro indicações a prêmios técnicos. Estreou em 27/01/2012.”

****PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN
3,8 – Ótimo (We Need To Talk About Kevin, drama, EUA/Inglaterra/2011, direção Lynne Ramsay, com Tilda Swinton, John C. Reilly, Ezra Miller): 4,0-EstSP; 4,0-VejaSP; 3,9-Imdb; 3,5-Metacritic
“No drama, a diretora e roteirista escocesa Lynne Ramsay fez algumas alterações na estrutura do livro homônimo, sobretudo limando a narrativa em primeira pessoa presente no original. Nos primeiros minutos, a realizadora usa o vaivém do tempo, mas sem confundir o espectador. Dá para adiantar: no presente, Eva Khatchadourian (Tilda Swinton) vive acuada e está à procura de emprego. Sem marido nem amigos, ela encontra uma vaga como digitadora numa agência de viagens. Nas ruas, costuma receber olhares enviesados — isso quando não leva um tapa na cara de estranhos. Motivo: Eva é mãe de Kevin, preso por uma barbárie. A história, então, acomoda-se no passado para enfocar o começo de tudo. Casada com Franklin (John C. Reilly), ela teve Kevin e já o achava estranho ainda bebê. A criança (Rock Duer) era malcriada, turrona e não havia nela nenhuma ligação sentimental com Eva. Maiorzinho (e interpretado pelo ótimo Jasper Newell), ficou pior. Virou um menino dissimulado e provocador, porém esperto e inteligente. Aos 16 anos (papel do ator Ezra Miller), Kevin decidiu aliar sua rebeldia à crueldade. Por meio da soberba atuação de Tilda, compreende-se o andar sem rumo e o olhar vago da amargurada personagem. Contado de forma envolvente e liderado por uma estrela em absoluto estado de entrega, esse duelo psicológico provavelmente não deixará a plateia indiferente. Estreou em 27/01/2012.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 20 de janeiro
****A MÚSICA SEGUNDO TOM JOBIM
4,0 - Ótimo (documentário, Brasil/2011, direção Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim): 5,0-OGlobo; 4,0-EstSP; 4,0-FolhaSP; 3,0- VejaSP
*****Excelente: “... um marco em filme musical brasileiro.” (O Globo)
****Ótimo: “... as únicas palavras do filme são as das letras das canções... opção de Nelson e da codiretora, apostaram tudo na força da música. Apostaram e ganharam.” (Ruy Castro, Folha de São Paulo)
***Bom: “...deixa de lado as entrevistas e o blá-blá-blá para ir direto ao ponto: as canções eternizadas na voz de seu criador e de artistas variados. São as cenas tiradas do fundo do baú, contudo, que mais impressionam.” (Veja São Paulo)
“Na semana que marca os 85 anos de seu nascimento, celebrados na quarta (25), Tom Jobim (1927-1994) ganha um novo documentário. Apesar de nada acrescentar à sua biografia, o longa-metragem deve agradar aos fãs do autor de Águas de Março. Numa parceria do cineasta Nelson Pereira dos Santos com Dora Jobim, neta do compositor, a coletânea musical deixa de lado as entrevistas e o blá-blá-blá para ir direto ao ponto: as canções eternizadas na voz de seu criador e de artistas variados. Há momentos emblemáticos, a exemplo dos célebres encontros de Tom com Frank Sinatra, em 1967, e com Elis Regina, registrado no formidável disco Elis & Tom (1974). São as cenas tiradas do fundo do baú, contudo, que mais impressionam. Entre elas, Agostinho dos Santos canta A Felicidade, o francês Henri Salvador, Eu Sei que Vou Te Amar, a diva Ella Fitzgerald mostra uma versão em inglês de Desafinado (Off Key) e a italiana Mina dá uma roupagem brega para Garota de Ipanema. Sobressaem na fita as imagens raras e desbotadas pelo tempo de Judy Garland interpretando How Insensitive (Insensatez). Estreou 20/01/2012.” (Veja São Paulo)

****L'APOLLONIDE: Os Amores da Casa de Tolerância
3,6 - Ótimo (L'Apollonide - Souvenirs de la Maison Close, drama, França/2011, direção Bertrand Bonello, com Hafsia Herzi, Jasmine Trinca, Xavier Beauvois, Noemie Lvovski): 4,0-Leitores; 4,0-EstMinas; 4,0-EstSP; 4,0-FolhaSP; 3,7-Imdb; 3,6-Metacritic; 2,0-VejaSP
****Ótimo: “... poderosa capacidade de espelhar o espírito do fim de uma era (aspecto claramente viscontiano). Riquíssimo em estética e em idéias, radicalmente feminista...” (P. Butcher, Folha de São Paulo)
***Bom: “... rigoroso e belo.” (L. Z. Oricchio, O Estado de São Paulo)
“Dolorosamente, insuportavelmente belo.” (L. C. Merten, O Estado de São Paulo)
**Regular: “... traz sofisticação à belíssima recriação de época, mas chove no molhado... Arrastada, a trama tem um desfecho tão anêmico quanto seu desenrolar.” (Veja São Paulo)
“O diretor francês não primou pelo bom gosto nem em "O Pornógrafo" (2001) nem em "Tirésia" (2003), seus dois longas-metragens exibidos por aqui. Em seu novo drama, projetado no último Festival de Cannes, Bonello traz sofisticação à belíssima recriação de época, mas chove no molhado ao focar o mundo da prostituição. Na Paris do início do século XX, o bordel L’Apollonide está com os dias contados. As acompanhantes fazem seus programas, discutem entre si as relações com a clientela e procuram distração em ambiente movido a álcool e perversões. A mais prejudicada delas é Madeleine (Alice Barnole). Após ser amarrada na cama por um cliente, tem seus lábios cortados por uma navalha e fica com um sorriso à la Coringa. Mesmo marcada, continua na batalha. Arrastada, a trama tem um desfecho tão anêmico quanto seu desenrolar. Estreou 20/01/2012.” (Veja São Paulo)

***AS AVENTURAS DE TINTIM
3,5 - Bom (The Adventures of Tintin, animação, EUA-Nova Zelândia/2011, direção Steven Spielberg, com Jamie Bell, Simon Pegg, Andy Serkis): 4,0-EstMinas; 4,0-OGlobo; 3,8-Imdb; 3,4-Metacritic; 3,0-EstSP; 3,0-VejaSP
***Bom: “...resultado técnico fabuloso... tira um pouco da fantasia do original para investir numa trama agitada... Embora o ritmo caia em alguns momentos, Spielberg imprime sua marca de ação.” (Veja São Paulo)
“Tintim é um personagem criado pelo belga Hergé (1907-1983) no fim da década de 20, muito mais famoso na Europa do que nos Estados Unidos. Por isso, Spielberg só foi conhecê-lo já adulto. Agora, numa parceria com o diretor neozelandês Peter Jackson ("O Senhor dos Anéis"), adaptou algumas histórias do protagonista para esta animação. O processo de filmagem foi o mesmo usado em fitas como "Os Fantasmas de Scrooge". A performance capture, ou “captura de atuação”, grava as cenas com os atores e, em seguida, os animadores fazem seu trabalho. Com resultado técnico fabuloso, o desenho tira um pouco da fantasia do original para investir numa trama agitada, não à toa aos moldes da cinessérie Indiana Jones. Dotado de um senso investigativo, o rapazinho Tintim (Jamie Bell) trabalha como repórter e, ao comprar a réplica em miniatura de um antigo galeão, passa a ser perseguido por um misterioso sujeito também interessado na relíquia. A partir daí começa a aventura do protagonista, que, ao lado do esperto cãozinho Milu, embarca num navio rumo ao Marrocos, onde conhece o beberrão capitão Haddock (Andy Serkis). Embora o ritmo caia em alguns momentos, Spielberg imprime sua marca de ação, sobretudo em dois momentos: na sequência dentro de um avião e na espetacular fuga de Tintim num vilarejo marroquino. Estreou 20/01/2012.” (Veja São Paulo)

***2 COELHOS
2,7 – Bom (ação, Brasil/2010, direção Afonso Poyart, com Fernando Alves Pinto, Alessandra Negrini, Caco Ciocler): 4,0-OGlobo; 3,0-VejaSP; 2,0-EstSP; 2,0-FolhaSP
****Ótimo: “É entretenimento, provocação e busca de uma arte sem vergonha de ser popular.” (O Globo)
***Bom: “... ação, original para os padrões do cinema brasileiro. Pop, vibrante e com efeitos visuais criativos, o resultado vai ao encontro dos jovens... o roteiro bem amarrado traz surpresas ao longo da história... deliciosa narrativa de vaivéns no tempo... desfecho eletrizante...” (Veja São Paulo)
“Surpreende a estréia no longa-metragem do cineasta santista, vindo dos filmes publicitários e videoclipes. Além da direção, Poyart, de 32 anos, ocupou-se da produção, do roteiro e da montagem e fez uma bacana fita de ação, original para os padrões do cinema brasileiro. Pop, vibrante e com efeitos visuais criativos, o resultado vai ao encontro dos jovens, seu público-alvo. A trama pode parecer confusa, mas o roteiro bem amarrado traz surpresas ao longo da história. Nela, o jovem nerd Edgar (Fernando Alves Pinto) foi absolvido depois de atropelar duas pessoas num acidente de carro. Após dois anos em Miami, volta a São Paulo com um plano de vingança. Estão em sua mira uma quadrilha chefiada pelo irascível Máicon (o sempre excelente Marat Descartes, de "Trabalhar Cansa") e um deputado corrupto (Roberto Marchese). Em deliciosa narrativa de vaivéns no tempo, o realizador não perde o fio da meada e ainda abre espaço para um casal de advogados (Alessandra Negrini e o fraco Neco Vila Lobos), um grupo de bandidos, um professor (Caco Ciocler) arrasado pela morte da mulher e do filho... Os personagens vão convergir para um desfecho eletrizante, rodado da Praça Rooselvelt — o cineasta aproveita bem a cidade filmando no edifício Copan, na Praça Charles Miller, na Avenida do Estado e na Vila Brasilândia. Estreou 20/01/2012.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 13 de janeiro
***O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS
2,8 – Bom (Tinker Tailor Soldier Spy, suspense, França-Inglaterra-Alemanha/2011, direção Tomas Alfredson, com Gary Oldman, Colin Firth, John Hurt): 4,3-Imdb; 3,0-FolhaSP; 2,0-EstMinas; 2,0-VejaSP
“O diretor sueco de "Deixa Ela Entrar" comanda uma adaptação gélida e por vezes sonolenta do best-seller de John le Carré. Na trama, ambientada em 1973, o agente George Smiley (Gary Oldman) é designado para uma tarefa árdua: descobrir, entre seus colegas do serviço de inteligência secreto, quem seria um espião a serviço dos soviéticos. Embora o filme valha pelo empenho do soberbo elenco inglês, que ainda inclui o vencedor do Oscar Colin Firth ("O Discurso do Rei"), John Hurt, Mark Strong, Toby Jones e Tom Hardy, a complexa narrativa exige atenção redobrada da plateia. Estreou 13/01/2012.” (Veja São Paulo)

**A HORA DA ESCURIDÃO
2,1 – Regular (The Darkest Hour, terror, EUA-Rússia/2011. direção Chris Gorak, com Emile Hirsch, Olivia Thirlby, Max Minghella): 2,5-Imdb; 2,0-EstMinas; 2,0-EstSP;
2,0-VejaSP
“Diretor do revigorante filme de ação "O Procurado", o russo Timur Bekmambetov anda promovendo parcerias com Hollywood como produtor. Uma delas é esta aventura de terror, toda ambientada em Moscou — daí seu diferencial e sua maior atração. Há ainda eficiência no suspense e bons efeitos visuais em uma trama americanizada e, pior, recheada de clichês. O elenco também não ajuda. Emile Hirsch ("Na Natureza Selvagem") e Max Minghella ("Tudo pelo Poder") são amigos e sócios numa empresa especializada em criar sites nos Estados Unidos. Ao chegarem à capital russa para uma reunião de negócios, descobrem que foram passados para trás por um rival sueco (Joel Kinnaman). A dupla, contudo, decide se esbaldar na noite, quando conhecem duas conterrâneas (papéis de Olivia Thirlby e Rachael Taylor, ambas constrangedoras como atriz). O pior vem a seguir: do céu caem fachos de energia alienígena que, num piscar de olhos, transformam as pessoas em cinzas. Os protagonistas conseguem se trancar na despensa de um bar e, dias depois, encontram uma cidade vazia, na linha desoladora de "Eu Sou a Lenda", com o qual este longa-metragem guarda parentesco. Estreia 13/01/2012.” (Veja São Paulo)

***SHERLOCK HOLMES - O Jogo de Sombras
2,8 – Bom (Sherlock Holmes: A Game of Shadows, aventura, EUA/2011, direção Guy Ritchie, com Robert Downey Jr., Jude Law, Jared Harris): 4,0-EstMinas; 3,8-Imdb;
2,4-Metacritic; 2,0-EstSP; 2,0-VejaSP
Dois anos atrás, o diretor Guy Ritchie havia quase acertado a mão ao resgatar o detetive do escritor Arthur Conan Doyle (1859-1930) numa fita acelerada e com roupagem de ação, sem esquecer os mistérios, trunfos das histórias originais. Nesta segunda aventura, o ex-marido de Madonna regride ao dar ritmo alucinante a uma traminha sem consistência. Mais parece um genérico de uma fita de super-heróis, só que ambientada no fim do século XIX — direção de arte, figurinos e cenários digitais são de tirar o chapéu. Em 1891, uma série de mortes e atentados, como uma explosão a bomba em Viena, intriga Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.). Ele quer investigar o caso, mas seu fiel amigo e parceiro, Dr. Watson (Jude Law), vai se casar. Holmes, porém, consegue raptar Watson na lua de mel e parte para cima do suspeito, o professor James Moriarty (Jared Harris). Estrela do primeiro filme, Rachel McAdams faz uma ponta e deixa o posto para a sueca Noomi Rapace, mais bem aproveitada na versão original de "Os Homens que Não Amavam as Mulheres". Estreou em 13/01/2012.” (Veja São Paulo)

***TRIÂNGULO AMOROSO
3,0 – Bom (Drei, drama, Alemanha/2010, direção Tom Tykwer, com Sebastian Schipper, Sophie Rois, Devid Striesow): 3,4-Imdb; 3,0-EstMinas; 3,0-EstSP; 3,0- VejaSP;
2,7-Metacritic
“Há algo que diferencia "Triângulo Amoroso" — drama alemão dirigido por Tom Tykwer, do badalado "Corra, Lola, Corra" (1998) — de tantos outros filmes sobre o polêmico tema. A tal relação a três demora a se consumar e se constrói de forma inusitada e original. Para acompanhar o comportamento racional dos personagens, a fita investe em uma narração fria e exibe uma técnica fabulosa, muitas vezes com enquadramentos de tirar o fôlego. A trama segue os quarentões Hanna (Sophie Rois) e Simon (Sebastian Schipper), juntos há duas décadas e sem filhos. Ela apresenta um programa na TV e ele trabalha com arte. São modernos, antenados e têm uma agenda cheia de compromissos diários em Berlim. Pouco tempo depois de Hanna conhecer o cientista especializado em genética Adam (Devid Striesow) num congresso, a infidelidade se impõe. Na mesma noite, o marido dela passa por uma cirurgia de emergência: a retirada de um testículo sob suspeita de câncer. O relacionamento com Hanna, então, esfria e Simon recebe uma cantada de um homem no vestiário da academia onde pratica natação. Vale parar por aqui, justamente para não entregar o surpreendente desenrolar. Após o sucesso de "Corra, Lola, Corra", Tykwer, hoje com 46 anos, ampliou os horizontes rodando, geralmente em inglês, produções a exemplo de "Paraíso" (2002) e "Trama Internacional" (2009). Mas jamais acertou o passo como antes. Agora, surge a chance de dar uma guinada. Também roteirista, ele prefere manter distância das convenções sociais e vai fundo em seu questionamento sobre a sexualidade. Héteros, gays e bissexuais, para o cineasta, são papéis definidos por regras. Importam mais em sua reflexão a quebra dos tabus e a amplitude do prazer para o homem ou para a mulher, venha ele de onde vier. Algo parecido foi abordado no ousado "Para Poucos". Tal qual o longa-metragem francês, recém-exibido na cidade, "Triângulo Amoroso" mostra uma elegância ímpar na condução e maturidade plena para tratar de assunto complexo e restrito. Estreou 30/12/2011.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 06 de janeiro
*ALVIN E OS ESQUILOS 3
1,3 – Ruim (Alvin and the Chipmunks: Chip-Wrecked, animação, EUA/2011, direção Mike Mitchell): 2,0-Imdb; 2,0-Metacritic; 1,0-VejaSP
“Ainda menos inspirada do que os dois episódios anteriores, a comédia infantil mira só na criançada e traz mais do mesmo na história dos esquilos falantes. Parece que os produtores querem apenas aprimorar a técnica de animação dos bichinhos e, por isso, roteiro e direção de atores são apenas um apêndice da atração. Desta vez, os pequenos roedores Alvin, Theodore e Simon, mais as três esquiletes do filme anterior, tiram férias com seu protetor (papel de Jason Lee, de volta à cinessérie depois de se ausentar no longa-metragem anterior). A bordo de um luxuoso navio, Alvin acaba aprontando mais uma travessura e, levado pelo vento, o sexteto de roedores vai parar numa ilha. Lá, tentam sobreviver quando encontram uma exploradora (Jenny Slate), perdida no local há quase dez anos. Sem muito ânimo nem ação, a previsível aventurazinha deles só ganha alguma graça quando, mais uma vez, surgem covers de músicas de sucesso. Se antes era Beyoncé e seu hit Singles Ladies, agora os esquilos atacam de Lady Gaga e Bad Romance — pena que a cena seja bem curtinha. Estreia 06/01/2012” (Veja São Paulo)

**AS AVENTURAS DE AGAMENON - o Repórter
2,0 – Regular (comédia, Brasil/2011, direção Victor Lopes. com Hubert, Luana Piovani, Marcelo Madureira, Marcelo Adnet): 2,0-EstMinas
“Narra as aventuras de um jornalista fictício, criado pelos humoristas Madureira e Hubert, que também interpreta o personagem. Na juventude, Agamenon ganha vida com as caras e bocas de Marcelo Adnet. Estreou 06/01/2012.” (Veja São Paulo)

****CAVALO DE GUERRA
3,7 – Ótimo (War Horse, drama, Reino Unido-EUA/2011, direção Steven Spielberg, com Jeremy Irvine, Emily Watson, David Thewlis): 3,8-Metacritic; 3,6-Imdb
“Na Inglaterra, Albert treina o cavalo Joey e conquista a sua fidelidade. Durante a I Guerra, o animal passa a integrar a cavalaria britânica e eles se separam. O foco do drama recai então sobre o destino do animal e as situações que o envolvem. Estreia 06/01/2012.” (Veja São Paulo)

***ROMÂNTICOS ANÔNIMOS
3,0 – Bom (Les Émotifs Anonymes, comédia romântica, França-Bélgica/2010, direção Jean-Pierre Améris, com Benoit Poelvoorde, Isabelle Carré, Lorella Cravotta, Lise Lamétrie): 3,4-Imdb; 3,1-Metacritic; 3,0-VejaSP; 2,0-EstMinas
“Simpática comédia romântica para quem quer começar o ano com um sorriso nos lábios. Mesmo mais velhos, os protagonistas lembram vagamente a dupla de `Medianeras — Buenos Aires na Era do Amor Virtual´, filme argentino de sucesso em São Paulo e também uma aposta da Imovision. Tanto Jean-René (papel do ótimo Benoît Poelvoorde, de `Coco Antes de Chanel´) quanto Angélique (Isabelle Carré) são um poço de insegurança e sofrem de timidez crônica. Chocolatière de mão cheia, Angélique frequenta um grupo de apoio para melhorar sua relação com o mundo. Desempregada, essa quarentona se candidata a uma vaga numa centenária (e quase falida) fábrica de chocolates, cujo dono, Jean-René, igualmente bate ponto no terapeuta. Seu objetivo: dar fim ao medo de tudo e todos, inclusive seu pavor de se envolver com as mulheres. A trama pode indicar um dramalhão psicológico, mas o diretor e roteirista Jean-Pierre Améris, inspirado em experiências pessoais, prefere extrair graça dos distúrbios de seus personagens. Entre algumas cenas impagáveis, Jean-René convida sua funcionária para jantar e, devido ao incômodo suor de nervoso, vai ao banheiro trocar de camisa a todo instante. Em levada de fábula romântica, puxada por breves números cantados (na linha do clássico `Os Guarda-Chuvas do Amor´), a enxuta história conquista por sua despretensão e simplicidade. Típico longa-metragem francês de apelo popular, traz começo, meio e fim para a plateia sair da sessão feliz da vida. Estreou em 23/12/2011.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 30 de dezembro
**IMORTAIS
Regular – **2,3 (Immortals, aventura, EUA/2011, direção Tarsem Singh Dhandwar, com Henry Cavill, Mickey Rourke, John Hurt): 3,3-Imdb;
2,3-Metacritic; 2,0-FolhaSP; 1-VejaSP
“O mortal Teseu é escolhido por Zeus para liderar a luta contra o cruel Rei Hyperion, na Grécia, que quer conquistar uma arma que pode destruir a humanidade.” (FolhaSP)
*Ruim: “...a mão pesada e o gosto duvidoso do diretor do horrendo `A Cela´ comprometem o andamento do longa...” (Veja São Paulo)
“Não se deixe levar pelo trailer, que reúne as melhores e mais impactantes cenas. Por se tratar de uma aventura épica, nos moldes visuais e dos mesmos produtores de 300, esperava-se algo semelhante. Mas a mão pesada e o gosto duvidoso do diretor do horrendo “A Cela” (2000) comprometem o andamento do longa-metragem, ainda pior do que seu “primo” mais próximo, “Fúria de Titãs”. A trama se passa em 1226 a.C e envereda pela Grécia antiga a fim de retratar um pouco da mitologia. Para expandir seu império, o rei Hipérion (Mickey Rourke) dizima a aldeia onde mora o camponês Teseu (o bonitão Henry Cavill, o novo Superman) e mata a mãe dele. O rapaz, então, prepara um contra-ataque e tem uma ajudinha dos deuses, sobretudo de Zeus (Luke Evans), para combater o tirano. Se como “lição de história” a fita se mostra confusa e anêmica, a direção de arte cafonérrima e as atuações canastronas exibem os defeitos mais gritantes. A ação é rala e os enquadramentos fechados também evidenciam a falta de criatividade do realizador. Estreia 30/12/2011.” (Veja São Paulo)

***O ÚLTIMO DANÇARINO DE MAO
Bom - ***2,6 (Mao's Last Dancer, drama, Austrália/2009, direção Bruce Beresford, com Chi Cao, Bruce Greenwood, Aden Young): 3,6-Imdb; 3,0-VejaSP; 2,8-Metacritic; 1,0-FolhaSP
“Baseado na autobiografia de Li Cunxin, famoso bailarino chinês, o filme narra a trajetória do garoto que, aos 11 anos, foi levado da pequena aldeia em que vivia para Pequim.” (FolhaSP)
“O drama inspirado na autobiografia do bailarino Li Cunxin tem início em 1980. Em Houston, Texas, o diretor de uma companhia de balé (Bruce Greenwood) hospeda em casa um rapaz vindo de Pequim. Li Cunxin (Chi Cao) vai fazer um estágio de três meses nos Estados Unidos. A história, então, retrocede para mostrar sua ascensão. Nascido numa aldeia chinesa, o frágil Li (Wen Bin Huang) foi tirado da família ainda menino por agentes de Mao Tsé-tung. O objetivo: ser treinado numa escola de dança da capital. Li cresceu sob os preceitos comunistas e sempre baixou a cabeça para os desígnios de seu povo. Em sua estada americana, no entanto, vê-se tentado a mudar o destino. Diretor de "Conduzindo Miss Daisy" (1990), o australiano Bruce Beresford segue uma cartilha própria para abordar o comunismo e o capitalismo, concentrando-se sobretudo nos dilemas de seu protagonista, interpretado por um fraco ator, mas ótimo dançarino. Estreou 09/12/2011.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 23 de dezembro
***COMPRAMOS UM ZOOLÓGICO
3,1 - Bom (We Bought a Zoo, comédia dramática, EUA/2011, direção Cameron Crowe, com Matt Damon, Scarlett Johansson): 3,3-Imdb;
2,8-Metacritic
“Seis anos depois de "Tudo Acontece em Elizabethtown", o diretor Cameron Crowe retorna com uma comédia romântica inspirada em fatos reais. Na trama, Matt Damon interpreta um viúvo que se muda para o interior da Califórnia com os filhos. Motivo: fazer melhorias e reabrir um zoológico decadente. No contato com os animais, o protagonista redescobre o prazer de viver. Estreou 23/12/2011.” (Veja São Paulo)

**IMORTAIS
2,2 - Regular (Immortals, aventura, EUA/2011,direção Tarsem Singh Dhandwar, com Henry Cavill, Mickey Rourke, John Hurt): 3,3-Imdb; 2,3-Metacritic; 1,0-VejaSP
*Ruim: “...a mão pesada e o gosto duvidoso do diretor... direção de arte cafonérrima, atuações canastronas... a ação é rala e os enquadramentos fechados...” (Veja São Paulo)
“Não se deixe levar pelo trailer, que reúne as melhores e mais impactantes cenas. Por se tratar de uma aventura épica, nos moldes visuais e dos mesmos produtores de 300, esperava-se algo semelhante. Mas a mão pesada e o gosto duvidoso do diretor do horrendo “A Cela” (2000) comprometem o andamento do longa-metragem, ainda pior do que seu “primo” mais próximo, “Fúria de Titãs”. A trama se passa em 1226 a.C e envereda pela Grécia antiga a fim de retratar um pouco da mitologia. Para expandir seu império, o rei Hipérion (Mickey Rourke) dizima a aldeia onde mora o camponês Teseu (o bonitão Henry Cavill, o novo Superman) e mata a mãe dele. O rapaz, então, prepara um contra-ataque e tem uma ajudinha dos deuses, sobretudo de Zeus (Luke Evans), para combater o tirano. Se como “lição de história” a fita se mostra confusa e anêmica, a direção de arte cafonérrima e as atuações canastronas exibem os defeitos mais gritantes. A ação é rala e os enquadramentos fechados também evidenciam a falta de criatividade do realizador. Estreia 23/12/2011.” (Veja São Paulo)

***MISSÃO IMPOSSÍVEL: Protocolo Fantasma
3,4 - Bom (Mission: Impossible - Ghost Protocol, ação, EUA/2011, direção Brad Bird, com Tom Cruise, Jeremy Renner, Paula Patton, Léa Seydoux): 4,0-Imdb; 3,7-Metacritic; 3,0-VejaSP; 3,0-EstSP
***Bom: “...surpreende menos pela história e mais pelas eletrizantes sequências de tensão e suspense.” (Veja São Paulo)
“Sai J.J. Abrams (agora apenas produtor) e entra Brad Bird na direção do quarto capítulo da cinessérie de ação. Responsável pelas animações "Os Incríveis" e "Ratatouille", Bird traz humor (coisa raríssima nos filmes anteriores) e agitação na linha dos desenhos animados. O resultado surpreende menos pela história e mais pelas eletrizantes sequências de tensão e suspense. Para se ter uma ideia, no ponto alto da trama, o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) escala o Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo, em Dubai. Há também cenas em Moscou e na Índia, igualmente formidáveis e filmadas com uma precisão técnica de deixar a plateia boquiaberta. No começo do longa-metragem, Hunt está preso na Rússia e, logo em seguida, numa missão na capital, é acusado de bombardear o Kremlin. Sua agência secreta, então, sai de cena e Hunt passa a ser um homem comum. Mas não por muito tempo. Disposto a limpar o seu nome, vai atrás do verdadeiro culpado pelo ato terrorista, montando uma equipe particular. O enredo traz ainda sua colega (papel de Paula Patton) tentando encontrar o assassino de seu namorado. Estreou 21/12/2011.” (Veja São Paulo)

***TUDO PELO PODER
3,3 - Bom (The Ides of March, drama, EUA/2011, direção George Clooney, com George Clooney, Ryan Gosling, Paul Giamatti, Philip Seymour Hoffman, Evan Rachel Wood): 4,0-EstMinas; 3,7-Imdb; 3,4-Metacritic;
3,0- VejaSP
***Bom: “...consegue entreter pela narrativa bastante fluente e por reviravoltas sedutoras.” (Veja São Paulo)
“Depois de receber quatro indicações ao Globo de Ouro (melhor filme/drama, roteiro, direção e ator, para Ryan Gosling), este quarto (e melhor) filme comandado por George Clooney deve entrar na corrida do Oscar. Inspirado numa peça teatral, o drama político tem o galã como corroteirista e em um dos papéis principais. A trama trata dos bastidores de uma campanha eleitoral americana e traz Clooney na pele de Mike Morris, governador do estado da Pensilvânia às voltas com as primárias em Ohio. Ele disputa com um senador uma vaga entre os democratas para concorrer à Presidência. Em excelente atuação, Gosling (de “Namorados para Sempre”) faz o protagonista Stephen Meyers. Secretário de Morris, ele vive diariamente numa corda bamba tentando driblar a superioridade do coordenador da campanha (interpretado por Philip Seymour Hoffman) e o assédio do assessor do outro candidado (Paul Giamatti) para que ele mude de lado. O único momento de prazer é quando está na cama com a estagiária vivida por Evan Rachel Wood. Por mais que seu enredo seja muito afeito aos americanos, a fita consegue entreter pela narrativa bastante fluente e por reviravoltas sedutoras. Estreou 23/12/2011.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 09 de dezembro
***GATO DE BOTAS - o Filme
3,1 – Bom (Puss in Boots, animação, EUA/2011, direção Chris Miller, com Antonio Banderas, Salma Hayek, Zach Galifianakis:
4,0-EstMinas; 3,5-Imdb; 3,2-Metacritic; 3,0-OGlobo; 3,0- VejaSP; 2,0-FolhaSP
“Diretor de Shrek Terceiro, o mais fraco dos episódios da cinessérie, Chris Miller manda bem melhor na primeira animação estrelada pelo Gato de Botas — o personagem surgiu no segundo longa-metragem do ogro verde. Cheio de charme e malícia, o protagonista (dublado por Antonio Banderas na versão em inglês) tem o auxílio de novos companheiros para amparar sua história. Assim como em Shrek, há uma saborosa mistura de contos de fada, que inclui o ovo falante Humpty Dumpty, extraído da obra de Lewis Carroll, e a fábula João e o Pé de Feijão. Na trama, Gato de Botas foi expulso do vilarejo San Ricardo depois de se envolver em roubos. Quem o colocou nesta jogada foi Humpty Dumpty, seu coleguinha desde os tempos de orfanato. Agora, ambos se unem para uma nova empreitada: furtar os feijões mágicos de um casal para chegar até uma gansa que bota ovos de ouro. A sensual gatinha Kitty Pata Leve se junta à dupla. Técnica irrepreensível, humor espirituoso e ligeireza na ação completam o programa para adultos e crianças. Estreou 09/12/2011.” (Veja São Paulo)

*GUERRA DOS SEXOS
1,3 - Ruim (Maschi contro Femmine, comédia, Itália/2011, direção Fausto Brizzi, com Luca Canale Brucculeri, Paola Cortellesi, Chiara Francini):
3,0-Imdb; 1,0-EstSP; 1,0-VejaSP
“A velha rivalidade sexual e afetiva entre homens e mulheres ganha um exemplar de conceito rançoso e estética de TV. Primo italiano do nacional “Sexo, Amor e Traição”, a comédia espalha mais de uma dezena de personagens em enredo cujo mote está na infidelidade e suas consequências. Entre os tipos, Diego (Alessandro Preziosi) é um mulherengo que coleciona calcinhas de suas amantes e Walter (Fabio De Luigi), um técnico de voleibol casado, mas prestes a trair a mulher com Eva (Giorgia Wurth), a capitã de seu time. Pela ternura dos papéis e pela doçura dos atores, funciona melhor a paquera do arquivista cinquentão Renato (Giuseppe Cederna) pela madura Nicoletta (Carla Signoris), recém-divorciada do marido e sua colega de trabalho. Na ala jovem, o roteiro pretende ser moderno ao mostrar um triângulo amoroso formado pelos amigos Andrea (Nicolas Vaporidis), hétero, e Marta (Chiara Francini), lésbica, pela bissexual Francesca (Sarah Felberbaum). Piadas chochas, condução machista e resolução careta completam a atração. Sucesso em seu país de origem, a fita ganhou uma continuação. Estreou 02/12/2011.”
(Veja São Paulo)

**NOITE DE ANO NOVO
2,1 – Regular (New Year’s Eve, comédia dramática, EUA/2011, direção Garry Marshall, com Robert De Niro, Michelle Pfeiffer, Sarah Jessica Parker, Ashton Kutcher): 3-EstMinas; 2,5-Imdb; 2,0-FolhaSP; 2,0-OGlobo; 2,0-VejaSP; 1,2-Metacritic
“Há dois deslizes no novo filme do diretor de “Uma Linda Mulher” (1990). Além da falta de clima de réveillon, raras das várias histórias empolgam. Marshall usa a mesmíssima fórmula de “Idas e Vindas do Amor”, seu trabalho anterior: enche o vazio roteiro de estrelas para narrar um dia na vida de muuuitos personagens. Se antes era o Dia dos Namorados, agora o foco está na noite de Ano-Novo. Ambientada em Nova York, a trama mostra a preparação da festa na Times Square, comandada por uma produtora (Hilary Swank). Quem também trabalha exaustivamente é a dona de um bufê (Katherine Heigl), que vai reencontrar o ex-namorado, um cantor (Jon Bon Jovi), responsável para animar a plateia. No quesito romance, Ashton Kutcher fica preso num elevador e rola um clima com sua vizinha (a cantora do seriado “Glee” Lea Michele). O humor dá as caras na disputa de dois casais para ter seus bebês na hora da virada. E tem até drama, com Robert De Niro na pele de um fotógrafo à beira da morte. Tantos enredos novelescos comprometem o andamento e, no desfecho, forçam a barra na emoção. Agrada mais a inesperada atração de um jovem bikeboy (Zac Efron) por uma madura e travada secretária, vivida por Michelle Pfeiffer. Estreou 09/12/2011.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 02 de dezembro
***A ÁRVORE DO AMOR
3,2 - bom (Shan zha Shu Zhi Lian, drama, China/2010, direção Zhang Yimou, com Zhou Dongyu, Shawn Dou, Meijuan Xi): 3,4-Imdb;
3,0-VejaSP
“Prestes a completar 60 anos, o diretor chinês Zhang Yimou demonstra uma invejável capacidade de se reciclar. Seus primeiros trabalhos, “Sorgo Vermelho, Amor e Sedução” e “Lanternas Vermelhas”, são visualmente primorosos. Em “Nenhum a Menos”, de 1999, o realizador voltou-se para um cinema mais cru e realista, o oposto do que foi visto nos posteriores “Herói”, “O Clã das Adagas Voadoras” e “A Maldição da Flor Dourada”, robustos épicos de artes marciais. No novo drama “A Árvore do Amor”, Yimou retoma as raízes, tanto artísticas quanto pessoais. O foco recai sobre a paixão de dois jovens durante a Revolução Cultural na China de Mao Tsé-tung. Em meados dos anos 60, a estudante Jing (Zhou Dongyu) chega a um vilarejo no campo para uma “reeducação”. Por ser filha de pais contrários ao comunismo, a mocinha precisa entender como funcionam as regras no país. A garota torna-se a esperança da família — seu pai está numa cadeia para presos políticos e a mãe sustenta a casa e outros dois filhos pequenos. Entre as duras lições a aprender, como empurrar pesados carrinhos com cimento, Jing encontra tempo para viver o primeiro amor. Sun (Shawn Dou), aluno do curso de geologia, respeita cada limite da amada e, não raro, lhe dá presentes (caneta, uniforme, bacia para lavar os pés...). Não há beijos, muito menos sexo. Trata-se de uma relação amorosa inocente e virginal. A crítica à China do passado surge nas entrelinhas do enredo. Em impecável ambientação histórica, Yimou faz do melodrama a principal arma para criar uma metáfora da tristeza daquele pesado período. E, na busca por revelar belas e talentosas atrizes, como Gong Li (“Sorgo Vermelho”) e Zhang Ziyi (“O Caminho para Casa”), o cineasta traz à frente das câmeras a meiga e doce estreante Zhou Dongyu, mais uma protagonista marcante de sua rica filmografia. Estreou em 04/11/2011.”

***UM DIA
2,9 - bom (One Day, drama, EUA-Inglaterra/2011, direção Lone Scherfig, com Anne Hathaway, Jim Sturgess, Patricia Clarkson): 3,3-Imdb; 3,0-EstMinas; 3,0-VejaSP; 2,4-Metacritic
“Um dos mais festejados autores da cena literária britânica, o roteirista inglês David Nicholls fez de seu terceiro livro um best-seller. A fórmula simples, porém original, do romance “Um Dia” chamou a atenção de produtores e virou um longa-metragem com uma dupla de protagonistas fofos. Mas não se trata daquelas manjadas histórias que Hollywood despeja nos cinemas para comover facilmente as plateias. A riqueza do drama romântico encontra-se, sobretudo, em suas entrelinhas. Colegas de universidade em Edimburgo, na Escócia, Emma (Anne Hathaway, de “Amor e Outras Drogas”) e Dexter (Jim Sturgess, de “Across the Universe”) tornam-se mais próximos em 15 de julho de 1988, logo após a formatura. A partir daí, o roteiro, de autoria do próprio Nicholls, vai focar apenas a mesma data pelos próximos vinte e poucos anos. Há uma paixão mal resolvida entre os personagens. Embora eles se sintam atraídos, Emma é muito diferente de Dexter, um playboy sustentado pela família que foi descobrir o dolce far niente na Europa. Batalhadora, ela tornou-se garçonete em Londres para sobreviver. Ao longo do tempo, acompanham-se as transformações. Emma dá início a um desajeitado namoro com um colega de trabalho (Rafe Spall), enquanto Dexter, de mulher em mulher, vira um patético apresentador de uma atração de TV. Os reencontros, pouco forçados, surgem também do acaso. Bons retratistas, David Nicholls, de 45 anos, e a diretora dinamarquesa Lone Scherfig (de “Educação”) captam bem o espírito das épocas através das mudanças de comportamento, de penteados e figurinos emblemáticos. O enredo, contudo, está longe de ser meramente decorativo. Concentra-se nas escolhas erradas e, principalmente, na negação do amor a frustração dos protagonistas. Assim como o sotaque da atriz americana Anne, ridicularizado pela crítica britânica, o desfecho, além de ser incoerente com o clima romântico proposto inicialmente pelo filme, talvez não agrade a todos. Mas, até chegar a ele, os espectadores terão se envolvido muito com a trama.” (Veja São Paulo)

**OS ESPECIALISTAS
2,5 - regular (Killer Elite, ação, EUA-Austrália/2011, direção Gary McKendry, com Jason Statham, Robert De Niro, Clive Owen): 3,3-Imdb; 2,4-Metacritic; 2,0-VejaSP
**Regular: “... enredo confuso... explosões, correrias e tensão em meio a clichês e falatório explicativo na pretensão de dar à história um `conteúdo´ mais polpudo.” (Veja São Paulo)
“Inspirada livremente no livro homônimo, publicado no Brasil pela Editora Record, a trama é um híbrido de fita de ação e drama na linha denúncia. Causa estranheza não só pelo elenco heterogêneo — que reúne o brucutu Jason Statham (da cinessérie “Carga Explosiva”) mais o classudo Clive Owen e o faz-tudo Robert De Niro — como pelo enredo confuso. Nele, Statham e De Niro interpretam Danny e Hunter, uma dupla de matadores de aluguel. Em 1980, após uma missão no México, Danny desiste da “profissão” e se isola na Austrália. Mas tem de voltar à ativa quando um xeque de Omã sequestra Hunter e obriga Danny a praticar um triplo assassinato — o árabe quer vingar a morte de seus três filhos, mortos por soldados da elite militar britânica conhecida como Special Air Service (SAS). Clive Owen atua como um dos líderes desse grupo. Estreou 02/12/2011.” (Veja São Paulo)

****OS MUPPETS
3,7 - ótimo (The Muppets, comédia, EUA/2011, direção James Bobin, com Zach Galifianakis, Ed Helms, Selena Gomez, Emily Blunt): 4,1-Imdb; 4,0-Est.Minas; 3,8-Metacritic; 3,0-FolhaSP
“Com a ajuda de três fans, os Muppets precisam se reunir para salvar
seu velho teatro de um magnata do petróleo.
Criados por Jim Henson (1936-1990), os Muppets voltam ao cinema numa iniciativa do ator Jason Segel (“Eu Te Amo, Cara”). Produtor e roteirista da comédia, além de fã do programa “Muppet Show”, levado ao ar entre 1976 e 1981, Segel também faz o protagonista. Ele interpreta Gary, que, com sua namorada (Amy Adams), mora na fictícia Smalltown. Eles deixam a cidadezinha para ir até Los Angeles conhecer os estúdios dos Muppets. Mas o teatro onde eles se apresentavam está à beira de uma demolição e, pior, os bonecos se debandaram de lá. Estreou 02/12/2011.” (Veja São Paulo)

***OPERAÇÃO PRESENTE
3,5 - bom (Arthur Christmas, animação, EUA-Inglaterra/2011, direção Sarah Smith): 4,0-VejaSP; 3,6-Imdb; 3,4-Metacritic; 3,0-FolhaSP
****Ótimo: “... formidável animação. A técnica se mostra eficiente, mas contam mais pontos as originais ideias do roteiro... misto de humor e aventura. Para adultos e crianças, o programa está garantido - pelo pique acelerado ou pelo desfecho terno e comovente. Será injusto se não concorrer ao Oscar da categoria.” (Veja São Paulo)
“Se você acha que já viu tudo sobre enredos natalinos, vai arregalar os olhos diante desta formidável animação, dirigida por uma estreante e escrita por um dos autores de “Borat” e “Bruno”. A história enfoca a trajetória de Arthur, um adolescente que mora no Polo Norte e é filho do Papai Noel. Sua missão no Natal consiste em receber e responder às cartas de crianças. Acontece que, para entregar todos os pedidos numa única noite, o Bom Velhinho conta agora com uma enorme espaçonave e um esquema tecnológico liderado por seu primogênito e centenas de duendes. O trabalho termina pontualmente em 24 de dezembro. Mas, surpresa!, o presente de uma menina acaba ficando para trás. Inconformado, Arthur recruta Vovô Noel. Eles retiram da garagem o velho trenó, as renas cansadas e se preparam para fazer a entrega mais extraordinária de suas vidas. Estreou 02/12/2011.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 25 DE novembro
O GAROTO DA BICICLETA
3,4 bom (Le Gamin au Velo, drama, Bélgica-França-Itália/ 2011; direção Jean-Pierre e Luc Dardenne, com Thomas Doret, Cécile De France, Jérémie Renier): 3,8-Imdb; 3,0-VejaSP
***Bom: “...realismo quase documental capaz de emocionar pela sinceridade dos personagens e de quem os interpretam.” (Veja São Paulo)
“Vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival de Cannes, o drama mostra-se mais um acerto na carreira dos irmãos cineastas belgas de "O Filho" (2002) e "A Criança" (2005). O enredo, comum na carreira da dupla, é triste. Cyrill (Thomas Doret, uma excelente revelação), de 12 anos, foi abandonado pelo pai (Jérémie Renier) e encontrou na cabeleireira Samantha (Cécile De France) uma zelosa guardiã. Mas, ainda inconformado, o rebelde garoto começa uma amizade com um rapaz envolvido com o tráfico de drogas. Os realizadores deixam de lado o sentimentalismo barato e investem num realismo quase documental capaz de emocionar pela sinceridade dos personagens e de quem os interpretam. Estreou em 18/11/2011.” (Veja São Paulo)

HAPPY FEET 2: O Pingüim
***3,0 bom (Happy Feet Two, animação, Austrália/2011, direção George
Miller, com Elijah Wood, Robin Williams, Pink): 3-VejaSP; 2,8-Imdb; 2,5-Metacritic
“O mesmo diretor da fabulosa animação de 2006 dá sequência aos
personagens em resultado técnico primoroso - poucas vezes o 3D foi tão
bem empregado em fitas do gênero. Também co-roteirista, o australiano
Miller fez uma pequena troca no time de escritores e, talvez por isso,
a história não cative tanto quanto antes. Embora ágil e graciosa, a
trama perdeu o fator surpresa do original e virou uma aventura na
linha de `A Era do Gelo´ — há até uma tentativa de `copiar´ o esquilo
Scrat e seus azares, aqui vividos por dois krills, minúsculos
crustáceos. As cantorias (infelizes na dublagem em português) e,
sobretudo, os números de sapateado são quase pano de fundo. O enredo
cobre uma nova fase no reino dos pinguins-imperadores. Protagonista do
desenho anterior, Mano cresceu e virou pai do pequeno Erik, que também
tem traumas por não saber dançar e cantar. Após conhecer o exótico
pinguim voador Sven, o garoto passa a acreditar em suas próprias
capacidades. O mote, porém, é outro e fica restrito a um desastre
natural provocado pelo aquecimento global. Depois do deslocamento de
um iceberg, a comunidade de pinguins ficou isolada por montanhas de
gelo e impedida de chegar ao mar. Resta a Mano, Erik e dois sobrinhos
achar uma solução para libertá-los. Estreou em 25/11/2011”. (Veja São
Paulo)

NÃO SEI COMO ELA CONSEGUE
**2,3 regular (I Don't Know How She Does It, comédia, EUA/2011, direção Douglas McGrath, com Sarah Jessica Parker, Pierce Brosman, Greg Kinnear): 3,0-VejaSP; 2,0-Imdb; 1,9-Metacritic
“Na versão hollywoodiana do livro homônimo escrito pela jornalista galesa Allison Pearson, Sarah Jessica Parker vive Kate, uma executiva de Boston. Além da sobrecarga de trabalho, ela precisa dar conta da família, composta de um marido prestativo (Greg Kinnear) e dois filhos pequenos. Sem tempo nem para cuidar de si mesma, Kate recebe uma proposta tentadora: viajar semanalmente a Nova York para ficar mais perto de um poderoso cliente (Pierce Brosnan). Registro verdadeiro e bastante divertido da mulher moderna, a comédia comete um deslize apenas na escolha da protagonista. Sarah se esforça para ser “comum”, mas não consegue se desvencilhar dos tiques e do glamour do seriado Sex and the City. Isso, porém, não impede a plateia feminina de se identificar com seus dilemas e hilárias tarefas domésticas, como dar um toque pessoal a uma torta de padaria. Estreou em 25/11/2011.” (Veja São Paulo)

A MISSÃO DO GERENTE DE RECURSOS HUMANOS
***3,2 bom (The Human Resources Manager, drama, direção Eran Riklis, com Mark Ivanir, Gila Almagor, Reymond Amsalem): 3,4-Imdb; 3,1-Metacritic
O gerente de RH da maior indústria de panificação de Israel luta para salvar a reputação da empresa e evitar a publicação de um artigo difamatório.

ESTREIAS, 18 de novembro
**2,5 - AMANHECER – PARTE (Breaking Dawn - Part 1, romance, EUA/2011, direção Bill Condon, com Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner): 3-VejaSP; 2-Imdb
***Bom: “...finalmente acertou (o diretor) a mão. Saíram de cena a cafonice, os efeitos visuais, as maquiagens de gosto duvidoso e as subtramas que, em geral, só enchiam lingüiça. Se a primeira parte libera um romantismo de folhetim, o restante se fixa na tensão e em bons momentos de horror. Desse jeito, parece que a série cresceu, apareceu e deixou um sabor de quero mais” (Veja São Paulo)
“No penúltimo capítulo da cinessérie, extraída dos best-sellers de Stephenie Meyer, o diretor Bill Condon (de Deuses e Monstros e Kinsey), pela primeira vez no posto, finalmente acertou a mão. O quarto episódio está quase todo focado no desenlace do romance entre o vampiro Edward Cullen (Robert Pattinson) e a jovem de 18 anos Bella (Kristen Stewart, ainda com carinha de enjoo). Depois de uma bela cerimônia de casamento, eles vão passar a lua de mel no Rio de Janeiro. Numa ilha do litoral fluminense, têm a primeira noite de amor e, poucos dias depois, Bella engravida. Mas será que a humana vai suportar gerar um bebê vampiro? A segunda parte deve estrear só em novembro de 2012. Às fãs de Taylor Lautner: o ator que interpreta o lobisomem Jacob tem participação um pouco menor, porém significativa. Não saia do cinema sem ver os créditos finais, pois há uma cena derradeira importante inserida nesse momento. Estreou em 18/11/2011.” (Veja São Paulo)

***2,6 - O CÉU SOBRE OS OMBROS (documentário, Brasil/2010, direção Sérgio Borges): 3-EstMinas; 3-EstSP; 1-VejaSP
*Ruim: “Com estética despojada e ritmo lento, o filme encena situações nas quais verdades e mentiras se embaralham. Embora instigante enquanto proposta, não chega a lugar algum.” (Veja São Paulo)
“Foi um exagero o número de prêmios que a fita de estreia do mineiro Sérgio Borges recebeu no Festival de Brasília de 2010: melhor filme, direção, roteiro e montagem. O realizador quer brincar aqui com os limites entre realidade e ficção e faz um docudrama envolvendo três personagens de Belo Horizonte. Everlyn Barbin, um travesti que cobra 30 reais por um programa completo, mostra-se inteligente ao citar Freud e Foucault, além de dar palestras sobre sua vida sexual. Desempregado e aspirante a escritor, o angolano Edjucu Moio vive à custa da mulher. Murari Krishna é o personagem mais interessante. Trabalha como operador de telemarketing, picha muros à noite, faz parte de uma torcida organizada do Atlético Mineiro e é seguidor do hare krishna. Estreou em 18/11/2011.” (Veja São Paulo)

***3,0 - TRABALHAR CANSA (drama, Brasil/2011, direção Juliana Rojas e Marcos Dutra, com Helena Albergaria e Marat Descartes): 3-EstSP
“Dona de casa resolve abrir mini-mercado e contrata doméstica para cuidar da casa. Quando o marido é demitido, as relações se transformam com conseqüências perturbadoras.” (Est.SP)

ESTREIAS, 11 de novembro
**1,6 - 11-11-11 (terror, EUA-Espanha/2011, direção Darren Lynn Bousman, com Timothy Gibbs, Michael Landes, Wendy Glen): 2,1-Imdb; 1.3-Metacritic
“Aproveita-se da data para fazer sua estreia mundial. Na trama, o escritor Joseph Crone (Timothy Gibbs) sai de Nova York após a morte da mulher e do filho para reencontrar o irmão e o pai em Barcelona, na Espanha. Lá, tem visões com o número 11 em duplicidade. Obcecado em encontrar uma resposta para o mistério, Crone descobre que, além de uma data, é um aviso para a humanidade. Estreou em 11/11/2011.” (Veja São Paulo)

***3,0 - LATE BLOOMERS: o Amor Não Tem Fim (Late Bloomers, drama, França-Bélgica-Reino Unido/2011, direção Julie Gavras, com William Hurt, Isabella Rossellini): 3-EstSP; 3-OGlobo
“Embora o tema seja atraente, o roteiro beira a superficialidade e traz um desfecho facilmente feliz em meio a uma narrativa monótona.” (Veja São Paulo)
“Filha do renomado diretor Costa-Gavras, Julie fez uma bela estreia na direção com o adorável `A Culpa É do Fidel´ (2006). Esperava-se mais, portanto, deste seu novo trabalho. Tão à vontade para retratar a infância na fita anterior, Julie parece deslocada para tratar do relacionamento na meia-idade. Isabella Rossellini e William Hurt interpretam Mary e Adam, o casal de protagonistas. Juntos há mais de trinta anos e com três filhos adultos, eles começam a encarar as crises. Enquanto Adam, arquiteto renomado, precisa se modernizar para enfrentar a concorrência, Mary dá sinais de que está perdendo a memória. É a chegada da velhice. Estreou em 11/11/2011.” (Veja São Paulo)

***3,5 - PRONTO PARA RECOMEÇAR (Everything Must Go, drama, EUA/2010, direção Dan Rush, com Will Ferrell, Rebecca Hall, Michael Pena): 4-OGlobo; 3-VejaSP
****Ótimo: “Ferrer carrega consigo toda a intensidade de que o filme necessita.” (O Globo)
***Bom: “Um bom texto à altura de um astro, que aqui revela sua versatilidade, só poderia render algo surpreendente.” (Veja São Paulo)
“Estrela do programa de humor `Saturday Night Live´, Will Ferrell começou a carreira de ator na TV americana, em meados dos anos 90. Na década seguinte, firmou-se no cinema como um requisitado comediante. Entre seus principais trabalhos cômicos estão `O Âncora´, `A Feiticeira´ (ele era o marido de Nicole Kidman), `Ricky Bobby — A Toda Velocidade´, `Quase Irmãos´ e `Os Outros Caras´. Ferrell atuou até sob a direção de Woody Allen em `Melinda e Melinda´ (2004) e pendeu para algo mais denso em `Mais Estranho que a Ficção´. Drama mesmo, ele só encara agora — e se sai muito bem. Antes de tudo, o filme tem um dos títulos mais estapafúrdios do ano. Em nenhum momento, a trama dá indício de um recomeço do personagem. Pelo contrário. Amarga e melancólica, a história flagra o caos instalado na vida de Nick Halsey (Ferrell). Embora um dos melhores gerentes de vendas da empresa, esse quarentão acaba demitido devido ao alcoolismo. Nick já aprontou confusões por causa da bebida e agora passará por maus bocados. Ao chegar em casa, outro susto: sua mulher, ex-alcoólatra, se mandou e colocou todas as tralhas de Nick na rua. Sem poder entrar na residência, o protagonista decide fazer do jardim o seu lar. Em meio a LPs e troféus de beisebol, ele passa dias bebendo cerveja, conversando com sua nova vizinha (Rebecca Hall) e tentando encontrar uma saída para o buraco financeiro e moral. Raymond Carver (1938-1988), mesmo autor de Short Cuts (1993), publicou em 1981 o conto que originou o longa-metragem. Diante da atual crise econômica americana, seu enredo parece muito fresco. Ferrell enfrenta a difícil tarefa de dar nuances ao papel. Ao mesmo tempo um pobre coitado, frágil e impotente diante do futuro, Nick destila rancor e ironia em palavras cruéis.. Estreou em 11/11/2011.” (Veja São Paulo)

***2,8 - OS 3 (comédia romântica, Brasil / 2011, direção Nando Olival, com Juliana Schalch, Gabriel Godoy, Victor Mendes, Sophia Reis): 3-OGlobo; 3-VejaSP; 2-EstSP
***Bom: “Ágil, tecnicamente impecável e deliciosamente maliciosa, a fita merece encontrar nos jovens seu público-alvo.” (Veja São Paulo)
“Diretor publicitário, Nando Olival estreou no cinema dividindo o comando de `Domésticas´ (2001) com Fernando Meirelles. Seu primeiro filme-solo revela-se ainda melhor, mais pop e ousado. O projeto é arriscado. Trata-se de uma comédia romântica sem elenco famoso, com flertes no drama e explorando situações corriqueiras da vida moderna sob uma ótica não usual. Na trama, Camila (Juliana Schalch), Cazé (Gabriel Godoy) e Rafael (Victor Mendes) se conhecem numa festa e, na sequência, decidem morar juntos num armazém desocupado — eles são universitários, vieram do interior de São Paulo e têm pouca grana. Um projeto para a faculdade, porém, dá chance ao trio de conseguir mais dinheiro. Bancados por uma loja, eles terão sua vida vigiada 24 horas por câmeras para um reality show na internet. Uma das promessas feitas entre eles é não se apaixonar. Mas isso cai por terra quando Camila vai para a cama com o conquistador Cazé, deixando Rafael enciumado — ele também tem uma quedinha pelo amigo.. Estreou em 11/11/2011.” (Veja São Paulo)

**2,0 - REFÉNS (Trespass, suspense, EUA/2011, direção Joel Schumacher, com Nicolas Cage, Nicole Kidman, Cam Gigandet): 2,0-VejaSP
“Diretor de altos (`Um Dia de Fúria´, `Tigerland´) e baixos (`8mm´, `O Fantasma da Ópera´), Joel Schumacher reprisa desgastados clichês do gênero em suspense estrelado por dois vencedores do Oscar. Nicolas Cage (por `Despedida em Las Vegas´) e Nicole Kidman (`As Horas´) interpretam o casal Kyle e Sarah, pais da rebelde adolescente Avery (Liana Liberato). Kyle é um milionário negociante de diamantes e trabalha demais. Por isso, Sarah sente-se solitária e mal-amada. Certa noite, porém, a família terá a mais perturbadora madrugada de sua vida quando um bando de assaltantes mascarados invade a residência. Para apimentar a história, insinua-se que a esposa teria tido um caso com um dos bandidos (papel de Cam Gigandet). Embora o realizador acerte no bom e constante clima de tensão, a trama vai ficando cada vez mais rocambolesca e nada crível. O desfecho beira o risível.” (Veja São Paulo)

**2,3 - REIDY, A CONSTRUÇÃO DA UTOPIA (documentário, Brasil/2009, direção Ana Maria Magalhães, com Lucio Costa, Paulo Mendes da Rocha, Roland Castro, Carmen Portinho): 3-OGlobo; 2-EstSP; 2-VejaSP
“Atriz bastante ativa na década de 70, Ana Maria Magalhães estreou na direção de longas de ficção com o desastroso `Lara´ (2002). Investe agora num personagem interessante para um documentário irregular. Trata-se aqui da trajetória, estritamente profissional, de Affonso Eduardo Reidy (1909-1964). Este arquiteto e urbanista nasceu em Paris, era filho de uma brasileira com um inglês e cursou a Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro a partir dos 17 anos. A fita procura jogar luz na importância de Reidy, responsável pela criação, na capital fluminense, do Conjunto Habitacional Pedregulho, das colunas do Museu de Arte Moderna e das vias do Aterro do Flamengo. Um locutor dá voz às ideias e aos pensamentos de Reidy de forma entediante e há algumas obras do arquiteto que não são sinalizadas com legendas. Para os leigos, restam, portanto, alguns pontos de interrogação. De aproveitável, há curiosos registros de época (como um documentário de 1971 dizendo que as favelas iriam acabar no Rio) e depoimentos dos arquitetos Lúcio Costa (1902-1998) e Paulo Mendes da Rocha. Estreou em 11/11/2011.” (Veja São Paulo)

ESTRÉIAS, 04 de novembro
**2,3-A CASA DOS SONHOS (Dream House, suspense, EUA/2011, direção Jim Sheridan, com Naomi Watts, Rachel Weisz, Daniel Craig): 2,8-Imdb; 2,2-Metacritic; 2-OGlobo
**Regular: “... pálido exercício de suspense.” (O Globo)
“O diretor inglês Jim Sheridan sempre pautou seu cinema no drama - “Meu Pé Esquerdo”, “Em Nome do Pai” e “O Lutador” são exemplos do gênero. Pela primeira vez, ele investe num suspense com elenco renomado. Daniel Craig (o atual 007) e Rachel Weisz (“O Jardineiro Fiel”) formam um casal que muda de Manhattan com as duas filhas para um casa na Nova Inglaterra. Sem que saibam, o local foi palco de um crime: uma mãe e suas duas crianças acabaram mortas, provavelmente pelo marido dela. Enquanto depara com fantasmas, o protagonista dá início a uma investigação com a colaboração de uma estranha vizinha, papel de Naomi Watts. Estréia prometida 04/11/2011.” (Veja São Paulo)

****4,0-A PELE QUE HABITO (La Piel que Habito, drama, Espanha/2011, direção Pedro Almodóvar, com Antonio Banderas, Elena Anaya, Marisa Paredes): 5-EstMinas; 5-OGlobo; 4-EstSP; 3,8-Imdb;
3,5-Metacritic; 3-VejaSP
*****Ótimo: “... referências a Hithcock e Fritz Lang.” (O Globo)
“Pode ser clichê, mas um filme mais fraco de Almodóvar sempre é melhor do que a média em cartaz. Em seu 18º longa-metragem, o grande e inspirado diretor espanhol tira o humor de cena e investe num drama de suspense com toques macabros. Na trama, o cirurgião plástico Robert Ledgard (Antonio Banderas) possui uma clínica particular em Toledo e, lá, vive às voltas com a revolucionária invenção de uma pele humana sintética. Motivações não lhe faltam: anos atrás, sua esposa teve o corpo queimado num acidente de carro e se suicidou tempos depois. A cobaia da experiência é uma bela jovem (papel de Elena Anaya), que fica trancada num quarto e não pode se comunicar com ninguém pessoalmente. Só o doutor tem acesso a ela. Quem seria essa moça? Qual o motivo de ela viver como uma presidiária? Por que a empregada de Ledgard (papel de Marisa Paredes) quer que o patrão a mate? As respostas, como quase sempre ocorre nos roteiros de Almodóvar, chegam recheadas de surpresas - e aqui não é diferente. Estreou 04/11/2011.” (Veja São Paulo)

***3,0-O PREÇO DO AMANHÃ (In Time, ficção científica, EUA/2011, direção Andrew Niccol, com Amanda Seyfried, Justin Timberlake, Olivia Wilde, Will Harris): 3,3-Imdb; 3-OGlobo; 2,6-Metacritic; 2-VejaSP
***Bom: “... ótimo argumento, direção segura, mas trama sem fôlego.” (O Globo)
**Regular: “... a primeira meia hora surpreende pela estranheza da temática, o restante se perde num corre-corre...” (Veja São Paulo)
“Se não tivesse duas estrelas na produção (o cantor Justin Timberlake e Amanda Seyfried, de “Mamma Mia!”), o thriller de ficção científica ganharia uma cara ainda mais de filme B. A idéia não é de se jogar fora e, enquanto argumento futurista, tem lá sua originalidade. Na trama, o tempo passou a ser literalmente dinheiro e as pessoas só chegam até os 25 anos. A partir daí, precisam ganhar, roubar ou herdar mais dias se quiserem sobreviver. O lugar onde elas moram se divide entre o mundo dos ricos e o dos pobres. Por sorte, o simplório operário Will Salas (Timberlake) adquiriu mais de 100 anos de um ricaço suicida. Agora, ele quer se infiltrar na alta sociedade para, como um Robin Hood, tirar dos milionários para dar aos miseráveis. Quem o acompanha na jornada é a patricinha interpretada por Amanda. Se a primeira meia hora surpreende pela estranheza da temática, o restante se perde num corre-corre envolvendo o casal numa espécie de Bonnie & Clyde. Diretor de “Gattaca” (1997) e “O Senhor das Armas” (2005), Andrew Niccol não tira proveito nem de bons atores como Cillian Murphy e deixa as atuações no nível da canastrice. Fracos também são os figurinos assinados por Colleen Atwood, premiada com o Oscar por “Alice no País das Maravilhas”. Estreou 04/11/2011.”

**1,6-TERROR NA ÁGUA (Shark Night 3D, terror, EUA/2011, direção David R. Ellis, com Sara Paxton, Dustin Milligan, Chris Carmack): 2,1-Imdb; 1,1-Metacritic
“O ex-dublê David R. Ellis virou diretor especializado em fitas de terror, a exemplo de “Serpentes a Bordo” (2006) e “Premonição 4” (2009). Em seu novo trabalho, aproveita-se do mote do famoso longa-metragem de Steven Spielberg da década de 70. Mas troca praia por um lago, onde se concentra um bando de tubarões prontos para atacar os desavisados. O primeiro a perder um braço é um jogador de futebol americano (Sinqua Walls). Desesperados, seus amigos tentam levá-lo ao hospital, mas a lancha quebra no caminho. O que era para ser um fim de semana tranquilo transforma-se num pesadelo — desta vez em terceira dimensão. Estreou 04/11/2011.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 27 de outubro
***3,2-CONFIAR (Trust, EUA/2011, direção David Schwimmer, com Clive Owen): 3,5-Imdb; 3-Metacritic
“Vida de família se transforma quando menina se envolve na Internet com suposto adolescente, sem saber quem ele realmente é.” (Est.Minas)

***3,0-CONTÁGIO (Contagion, drama, EUA/2011, direção Steven Soderbergh, com Marion Cotillard, Matt Damon, Jude Law, Gwyneth Paltrow, Kate Winslet): 3,5-Imdb; 3,5-Metacritic; 3-OGlobo;
3-VejaSP; 2-Est.SP
“Premiado com o Oscar de melhor diretor por “Traffic” (2000), Steven Soderbergh é um cineasta tão talentoso que, mesmo num filme supostamente de ação, ele consegue deixar uma marca autoral. O que poderia ser um novo “Epidemia” (1995) vira um drama com suspense de arrancada densa. Nos primeiros minutos, embalados apenas por uma música eletrônica, vários personagens mundo afora apresentam sintomas semelhantes: suor excessivo, visão distorcida, febre e convulsão. A primeira a morrer é Beth Emhoff (Gwyneth Paltrow), uma americana que estava em Hong Kong. Enquanto o pequeno filho dela também mostra sinais parecidos, seu marido (Matt Damon) desespera-se para saber o que aconteceu com a mulher. A partir daí, a epidemia se espalha pelo planeta. Especialistas na área, como as doutoras interpretadas por Kate Winslet e Marion Cotillard, deslocam-se para averiguar as causas enquanto os Estados Unidos apressam-se em produzir uma vacina. Quem desconfia da eficiência do governo americano é um blogueiro inglês (papel de Jude Law), que acredita ter descoberto um remédio natural capaz de impedir os avanços da doença. Sem a pretensão de dar uma cara grandiosa à fita, Soderbergh perde um pouco do fôlego, muito por conta do roteiro, que, a partir da metade, vai se tornando esquemático. Comprovando o prestígio do realizador, há no elenco estelar três vencedoras do Oscar de melhor atriz: Gwyneth (“Shakespeare Apaixonado”), Marion (“Piaf”) e Kate (“O Leitor”). Estreou 28/10/2011”. (Veja São Paulo)

****3,9-UM CONTO CHINÊS (Un Cuento Chino, comédia dramática, Argentina-Espanha/2011, cireção Sebastian Borensztein, com Ricardo Darín, Muriel Santa Ana, Huang Sheng Huang): 4-OGlobo; 4-VejaSP; 3,6-Imdb
****Ótimo: “... boa trama, roteiro elaborado...” (O Globo)
“Praticamente com apenas dois atores, o diretor argentino Sebastián Borensztein fez um pequeno grande filme. Um ótimo roteiro, também de sua autoria, mistura drama e humor na trajetória de Roberto, interpretado por Ricardo Darín, de "O Filho da Noiva" e "Abutres". Esse tipo de poucas palavras e raros amigos é dono de uma loja de ferragens em Buenos Aires. Nunca casou, não tem filhos e cultua a falecida mãe. Em seu trabalho, revela-se metódico e sem muita paciência com os fregueses, digamos, mais exigentes. Seu cotidiano, contudo, vira de pernas para o ar quando decide ajudar um imigrante chinês a reencontrar o tio pela cidade. Sem falar uma única palavra em espanhol e sequer saber o paradeiro do parente, Jun (Ignacio Huang) mostra-se amigável e prestativo. O cineasta não apela para o sentimentalismo. Prefere comover a plateia na base da diversão e da delicadeza. Estreou (SP) 02/09/2011”. (Veja São Paulo)

****3,6-O PALHAÇO (comédia dramática, Brasil/2011, direção Selton Mello, com Paulo José, Selton Mello, Jackson Antunes): 4-EstMinas; 4-OGlobo; 4-VejaSP; 4-EstSP; 3-EstSP; 3-FolhaSP
“Grande ator do cinema e da TV, Selton Mello estreou como diretor em 2008 com o denso “Feliz Natal”. Para seu segundo trabalho, aparou arestas, maneirismos e as tentações típicas dos principiantes. Conseguiu, assim, um feito: realizar um dos mais belos filmes do ano, tanto por seu visual arrebatador quanto pelo roteiro emotivo, uma mistura de drama melancólico e humor singular, raramente presente no cinema nacional. Trata-se aqui da transformação do conformista Benjamin (papel de Selton). Filho do dono de um circo, seu trabalho consiste em dividir o picadeiro com o pai (Paulo José) em andanças pelo interior do Brasil, provavelmente na década 70 (não há uma data específica na história). A dupla de palhaços Pangaré e Puro Sangue é a sensação de crianças e adultos. Mas, embora divirta as plateias, Benjamim, lá no fundo, não se sente confortável nem feliz. Triste e solitário, quer mudar de profissão, ter uma namorada, ser outra pessoa. Para isso, precisa cortar os laços. Referências aos diretores Jacques Tati e Fellini são evidentes e a direção de arte de Claudio Amaral Peixoto é de arrepiar, assim como a trilha sonora de Plínio Profeta. No elenco afiado, composto de novatos (como Larissa Manoela) e experientes (Teuda Bara e Jorge Loredo), Moacyr Franco rouba a cena numa aparição curtíssima que lhe valeu um surpreendente prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Paulínia. Selton também saiu de lá com os troféus de melhor diretor e melhor roteiro. Estreou 28/10/2011”. (Veja São Paulo)

***3,0-TANCREDO – A TRAVESSIA, documentário, Brasil/2011, direção Silvio Tendler): 4-OGlobo; 3-VejaSP; 2-EstSP
“Depois de enfocar os ex-presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart, Tendler põe em evidência outra figura emblemática da política brasileira. O documentário começa e termina com a morte de Tancredo Neves (1910-1985), o primeiro presidente civil depois de vinte anos de regime militar. Volta-se, então, no tempo para mostrar como esse mineiro de São João del Rey chegou até lá. Ministro da Justiça de Getúlio Vargas, Tancredo foi vereador, deputado federal e governador de Minas Gerais. Entre as imagens do passado há relíquias como uma propaganda política de TV de 1960. Mas são nas décadas de 70 e 80 que o filme ganha mais emoção e conteúdo. Não há coração que resista ao rever os brasileiros clamando pelas Diretas Já, a decepção com o Congresso Nacional (que rejeitou a emenda para permitir a eleição para presidente) e os momentos de agonia quando, um dia antes da posse, Tancredo foi internado e morreu depois de uma semana, cedendo a presidência ao vice José Sarney. Entre os 28 entrevistados estão o neto de Tancredo, Aécio Neves, os jornalistas Carlos Chagas e Alberto Dines e artistas como Fafá de Belém e Maitê Proença. Estreou 28/10/2011.” (Veja São Paulo)

***2,9-O RETORNO DE JOHNNY ENGLISH (Johnny English Reborn, comédia, EUA-França-Inglaterra/2011, direção Oliver Parker, com Rowan Atkinson, Rosamund Pike, Dominic West): 3,4-Imdb; 3-OGlobo;
2,3-Metacritic; 2-VejaSP
“Sem apelar para baixarias, a comédia de espionagem faz uma sátira a James Bond com gosto de piada requentada. Eterno intérprete de Mr. Bean, o inglês Rowan Atkinson investe pela segunda vez no personagem extraído do original de 2003. A fita tem uma boa arrancada com passagens divertidas, sobretudo quando o protagonista, em momento politicamente incorreto, dá bordoadas numa velhinha. Mas o humor vai cedendo espaço para a ação a partir da metade. Na trama, o agente secreto Johnny English caiu em desgraça após fracassar num trabalho em Moçambique. Cinco anos depois, vivendo em exílio no Tibete, é novamente recrutado para uma missão em Hong Kong. Estreou 28/10/2011.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 20 de outubro
**2,5-ALÉM DA ESTRADA (Por El Camino, drama, Brasil-Uruguai/2010, direção Charly Braun, com Esteban Feune de Colombi, Jill Mulleady, Guilhermina Guinle): 3-VejaSP;
2-OGlobo
**Regular: “Não oferece muito mais que sedução fotográfica.” (O Globo)
“Produzido pela atriz Guilhermina Guinle, meia-irmã do diretor estreante, o longa-metragem faz uma interessante mescla de ficção e realidade no ritmo de um road movie dramático. Na trama, o argentino Santiago (Esteban Feune de Colombi) chega a Montevidéu para resolver pendências da herança de seus pais, mortos num acidente. A caminho de Punta del Este, dá carona à belga Juliette (Jill Mulleady), uma moça à procura de um amigo numa comunidade neo-hippie. A aproximação dos dois torna-se um mero pretexto para o realizador se aprofundar no interior do Uruguai, um país de belas paisagens, captadas com olhar sensível. Entre uma e outra passagem artificial, Braun enxerta registros documentais. Se há pouco estofo na dramaturgia (a maioria dos personagens não é interpretada por atores), sobram delicadeza e harmonia na composição estética. Guilhermina e Naomi Campbell fazem participações amigáveis.” (Veja São Paulo)

***3,1-ATIVIDADE PARANORMAL 3 (Paranormal Activity 3, terror, EUA/2011, direção Henry Joost e Ariel Schulman, com Chloe Csengery, Jessica Tyler Brown, Dustin Ingram): 3,3-Imdb; 3-Metacritic
“A distribuidora repete a tática do segundo episódio e, para manter o suspense, não mostrou o filme previamente para a imprensa. No terceiro capítulo da cinessérie de terror, a história retrocede no tempo para revelar como foi a infância de Katie, protagonista da fita original. Em 1988, ao lado da irmã Kristi, ela experimentava brincadeiras macabras, quase sempre na presença de uma alma penada. A fórmula é a de sempre: treme-treme de câmera na mão para dar a impressão de um documento real. Estreou em 21/10/2011.” (Veja São Paulo)

***3,1-GAINSBOURG – O HOMEM QUE AMAVA AS MULHERES (Gainsbourg - Vie Héroïque, drama, França/2010, direção Joann Sfar, com Eric Elmosnino, Lucy Gordon, Laetitia Casta): 3,4-Imdb; 3-Metacritic; 3-VejaSP
“Era uma vez um garoto com orelhas de abano, olhos esbugalhados e narigão que sonhava ser artista plástico para pintar mulheres bonitas. Quando cresceu, a música o levou a conquistar as mais desejadas beldades do mundo. O jovem cartunista Joann Sfar estreia como cineasta dando à biografia do temperamental cantor e compositor francês Serge Gainsbourg (1928-1991) um encantador tom de fábula. "Gainsbourg — O Homem que Amava as Mulheres" é baseado em uma história em quadrinhos de sua autoria e, portanto, a caricatura também faz parte do filme. Talvez só assim seja possível explicar o charme irresistível do homenageado, cuja feiura foi eclipsada por sua genialidade. Na Paris ocupada pelos alemães durante a II Guerra Mundial, o menino Lucian (seu nome verdadeiro) já se sentia homem, desenhando cenas eróticas, fumando cigarros e assustando os adultos com uma resposta ardilosa sempre engatilhada. Filho de judeus russos, desdenhava da perseguição nazista escondendo-se em seu universo criativo, povoado por um alter ego esquisitão como ele. O personagem imaginário, apresentado como um alegórico boneco do próprio Gainsbourg, o acompanha nas décadas seguintes, quando, já crescido (incorporado de maneira impressionante pelo ator Eric Elmosnino), torna-se compositor de músicas popularizadas por vozes femininas. Na tela surgem atrizes lindíssimas que interpretam estrelas ainda mais fascinantes, do naipe de Brigitte Bardot (Laetitia Casta), sua amante, e Jane Birkin (Lucy Gordon), com quem se casaria e teria uma filha. Os bastidores da criação de canções célebres, como Bonnie & Clyde e a provocativa Je t’Aime Moi non Plus, rendem números musicais divertidos e envolventes. Extremamente sensual, a fita é prejudicada apenas pelo final um tanto apressado e pouco conclusivo.” (Veja São Paulo)

***3,1-UM GATO EM PARIS (Une vie de chat, animação, França-Holanda-Suíça-Bélgica/2010, direção Alain Gagnol e Jean-Loup Felicioli): 4-OGlobo;
3,5-Imdb; 2-VejaSP
****Ótimo: “Pulsa como um verdadeiro thriller.” (O Globo)
“O desenho animado francês, feito de lindas cores e belos traços à mão, tem ação, suspense e drama, além de ritmo pulsante. Só não ganha uma estrela extra porque não puniu um dos vilões — exemplo, que, para a criançada, não pega nada bem. Em Paris, uma delegada tem o marido assassinado por um famigerado criminoso e, na ânsia de encontrá-lo, deixa a pequena filha aos cuidados de uma babá. A menina ficou traumatizada com a perda do pai e gosta da companhia de um gato. Mas o felino tem vida dupla: na calada da noite, ele se alia a um ladrão para roubar apartamentos enquanto seus donos dormem. Estreou 21/10/2011.” (Veja São Paulo)

***3,5-GIGANTES DE AÇO (Real Steel, ficção científica, EUA-Índia/2011, direção Shawn Levy, com Hugh Jackman, Evangeline Lilly, Dakota Goyo):
4-OGlobo; 3,8-Imdb; 2,8-Metacritic
“Ambientada no futuro, a ficção científica de ação mostra um ex-lutador de boxe (papel de Hugh Jackman), que abandonou os ringues depois de robôs tomarem o lugar dos competidores. Mas, com a ajuda de seu filho, ele tem a chance de dar a volta por cima. Estreou 21/10/2011.” (Veja São Paulo)

***3,5-MINHAS TARDES COM MARGERITTE (La Tête en Friche, drama, França/2010, direção Jean Becker, com Gérard Depardieu, Gisèle Casadesus, Maurane, Patrick Bouchitey): 4-VejaSP; 3,5-Imdb; 3-Metacritic
“A forma roliça de Gérard Depardieu cai bem para o físico de Germain, protagonista do drama, que mora num vilarejo no centro-oeste da França, vive de bicos e namora uma motorista de ônibus. Tipo humilde e de coração sem tamanho, teve uma infância problemática ao lado da mãe destemperada. Com dificuldades de aprendizado, cresceu complexado, sobretudo pelas humilhações sofridas por não saber ler perfeitamente. Esse cara bonachão, porém, vai ganhar uma chance de ouro ao conhecer a simpática velhinha Margueritte (a atriz Gisèle Casadesus) numa praça. No contato diário com a letrada nonagenária, Germain descobre a riqueza dos livros. O tema pode parecer árido, mas o experiente diretor-roteirista Jean Becker (de "Conversas com Meu Jardineiro") tira da frente qualquer sinal de marasmo ou literatice, injetando certo humor nos conflitos dramáticos. Nascida do acaso, a amizade de Germain e Margueritte consegue arrebatar a plateia pela extrema dedicação de um ao outro. O espectador, portanto, se vê fisgado em meio a histórias íntimas tratadas com autenticidade, alguns clichês e muita sensibilidade.” (Veja São Paulo)

***3,0-ROCK BRASÍLIA - Era de Ouro, documentário, Brasil/2011, direção Vladimir Carvalho): 3-EstSP; 3-VejaSP
“Cineasta paraibano mais voltado ao cinema verdade político e social (como em "Barra 68"), Vladimir Carvalho, de 76 anos, surpreende em sua primeira incursão no documentário musical, sobretudo por enfocar o rock de Brasília na década de 80. Há um motivo para isso: Carvalho, então professor da Univerdade de Brasília na época, foi um dos primeiros a registrar os shows dos grupos. O realizador escolheu Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial para relembrar a efervescência do movimento, trazendo à tona, além de imagens de arquivo inéditas, depoimentos atuais de vários integrantes das bandas. Entre eles, Dinho Ouro Preto, os irmãos Fê e Flávio Lemos (Capital), Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá (Legião) e Philippe Seabra (Plebe). Não à toa, Renato Russo (1960-1996) aparece em primeiro plano no pôster e vira o centro das atenções. Corpo e alma do filme, o líder da Legião Urbana nunca mediu suas declarações polêmicas. Um dos pontos altos da fita é justamente o show da Legião em 1988, no Estádio Mané Garrincha, que terminou em pancadaria e um saldo de centenas de feridos. Premiado como melhor documentário no Festival de Paulínia, trata-se de um testamento em celuloide para cair no agrado dos fãs e, historicamente importante, tem ingredientes para informar às novas gerações. Estreou 21/10/2011.” (Veja São Paulo)

**2,5-THE ULTIMATE WAVE TAHITI 3D (documentário, EUA/2011, Direção Stephen Low): 3-OGlobo; 2-VejaSP
“Concebido originalmente para ser exibido em salas Imax, o documentário de 55 minutos ganha as salas 3D da rede Cinemark com entrada a 22 reais. Seu único trunfo está nas cenas de belezas naturais e no recurso que faz a plateia sentir-se mergulhando no fundo do mar — algumas vezes há água ou pranchas “saindo” da tela. De resto, trata-se de um registro burocrático e turístico patrocinado pelo Taiti. O mote é a chegada do surfista campeão Kelly Slater a esta maior ilha da Polinésia Francesa. Recepcionado pelo nativo Raimana, Slater, que está à espera da maior onda de lá, fala pouco e experimenta por uns dias a tranquilidade deste paraíso tropical. Estreou 20/10/2011.” (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 14 de outubro
**2,0-EU QUERIA TER A SUA VIDA (The Change-Up, comédia, EUA/2011, direção David Dobkin, com Ryan Reynolds, Jason Bateman, Olivia Wilde):
2-Globo; 2-VejaSP
“Exceto em alguns casos, a exemplo das recentes "Eu Te Amo, Cara" e "Passe Livre", as comédias destinadas ao público masculino têm pecado pelo moralismo. Talvez dois dos responsáveis por isso sejam os roteiristas Jon Lucas e Scott Moore. Eles escreveram a história de "Se Beber, Não Case!", o longa-metragem que faturou quase meio bilhão de dólares no mundo, ganhou uma continuação ainda mais rentável, fez um barulho estrondoso e deu origem a muitas imitações. A dupla volta agora com outro trabalho e, novamente, comete o deslize. Dirigida por David Dobkin (de "Penetras Bons de Bico"), "Eu Queria Ter a Sua Vida" aponta, de início, para uma trama provocativa e despudorada. A partir da metade, entram no enredo as simplistas lições de moral e prevalece o tom conservador. Há, claro, hilariantes momentos, principalmente porque Jason Bateman e Ryan Reynolds são atores extremamente empenhados e, aqui, em perfeita sintonia. Bateman (um especialista do gênero em fitas como "Quero Matar Meu Chefe") e o mais versátil Reynolds (protagonista de "Lanterna Verde") interpretam Dave e Mitch. Amigos de infância, eles tomaram rumos distintos quando adultos. Dave, renomado advogado, se casou e teve três filhos, entre eles um inquieto casal de gêmeos. Mitch é mulherengo, faz bicos como ator e fuma maconha. Após uma noite de bebedeira, eles confessam desejar ter a vida do outro. Após um blecaute, acordam, no dia seguinte, de corpos trocados. Dave virou Mitch — e vice-versa. Sim, algo muito parecido acontece no nacional "Se Eu Fosse Você". A meia hora seguinte vale o ingresso. Mitch, por exemplo, não tem o menor tato para lidar com os bebês e acaba criando deliciosas situações politicamente incorretas. Já Dave vai descobrir o tipo de “filme” do qual seu amigo participa e suas preferências sexuais. A ousadia, contudo, vai cedendo espaço para os clássicos draminhas pessoais e, no desfecho, o bom humor de antes transforma-se num ensopado de clichês e caretice. Estreou 07/10/2011”. (Veja São Paulo)

**2,0-NÃO TENHA MEDO DO ESCURO (Don’t Be Afraid of the Dark, terror,
EUA-Austrália-México/2010, direção Troy Nixey, com Bailee Madison, Guy Pearce, Katie Holmes): 3-Globo; 1-VejaSP
“Ilustrador de HQs, Troy Nixey estreia como diretor de um longa-metragem sob a produção do craque Guillermo del Toro, realizador de "Hellboy". Também autor do roteiro, Del Toro tenta imprimir aqui o mesmo clima sombrio de seu insuperável "O Labirinto do Fauno", igualmente protagonizado por uma menina. Agora, a garota em questão é a versátil Bailee Madison, que trabalhou na comédia "Esposa de Mentirinha". Nesta refilmagem do telefilme de terror "Criaturas da Noite" (1973), Bailee interpreta Sally, que sai de Los Angeles para passar uma temporada com o pai (Guy Pearce) e a nova namorada dele (papel de Katie Holmes). O casal está reformando uma mansão vitoriana em Rhode Island e não dá a devida atenção à menina. Ao descobrir um porão na casa, Sally vai libertar umas criaturinhas do mal. Seguem, então, explicações rasteiras, gritos e sustos. Para quem está acostumado ao gênero, só resta sentir cheiro de naftalina numa fórmula copiada à exaustão. Estreou 14/10/2011”. (Veja São Paulo)

***3,0-QUAL É O SEU NÚMERO? (What's Your Number?, comédia, EUA/2011, direção Mark Mylod, com Anna Faris, Chris Evans, Mike Vogel, Ryan Phillippe): 3-Globo; 3-VejaSP
“Anna Faris, estrela de "A Casa das Coelhinhas", é mais conhecida por sua veia humorística do que por sua aparência tão comum. Chris Evans, bonitão de olhos azuis, coleciona fãs por seu corpão sarado, exibido nos filmes "Quarteto Fantástico", "Heróis" e no recente "Capitão América". Portanto, uma das boas surpresas da comédia romântica "Qual Seu Número?" vem justamente do encontro desses dois atores. À primeira vista, eles não foram mesmo feitos um para o outro, mas, diante de um roteiro simpático e divertido, só resta à plateia torcer pela união de seus personagens. Na trama, Anna interpreta Ally, uma extrovertida trintona de Boston, sempre à procura da cara-metade. Após ser demitida de uma empresa de marketing, a moça lê um artigo capaz de mudar seu destino. Nele, há uma afirmação reveladora: a mulher que já transou com vinte homens perdeu a chance de ter seu príncipe encantado. Ally atingiu recentemente a cota e, afoita para encontrar um futuro marido, resolve ir atrás de ex-parceiros de cama. Colin, seu mulherengo vizinho, resolve ajudá-la na empreitada. Músico metido a investigador, ele vai querer algo em troca — Ally deverá socorrê-lo quando alguma paquerinha pegar demais no seu pé. Por se tratar da junção do humor com o amor, durante a missão, claro, haverá faíscas e atração entre os protagonistas. Assim como no novo "Amizade Colorida", o sexo ganha tratamento natural, e, não raras vezes, Evans (atenção, meninas!) aparece seminu. A fórmula aqui funciona adequadamente: uma primeira parte dedicada aos risos certeiros (muito por causa do timing cômico e das caras e bocas de Anna) e a segunda voltada ao romantismo, campo dominado por um dos galãs do momento. Estreou 14/10/2011”. (Veja São Paulo)

WINTER, O GOLFINHO (Dolphin Tale, drama, EUA/2011, direção Charles Martin Smith, com Morgan Freeman, Harry Connick Jr., Ashley Judd): 4-Globo
“A aventura, inspirada em fatos reais, narra o drama de um golfinho fêmea que, após perder a cauda numa armadilha, vai parar em um aquário na Flórida. Lá, Winter tenta ser salva por uma equipe de especialistas. Estreia 14/10/2011”. (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 07 de outubro
***3,3-CAPITÃES DA AREIA (drama, Brasil/2011, direção Cecília Amado, com Jean Luis Souza de Amorim, Ana Graciela Conceição da Silva, Romário Santos de Assis): 4-EstMinas; 3-FolhaSP; 3-VejaSP
“É a própria neta de Jorge Amado (1912-2001), em sua estreia em longa-metragem, quem leva às telas o livro homônimo do celebrado escritor baiano - o texto já havia sido adaptado para um minissérie da Rede Bandeirantes, em 1989. A trama, ambientada na década de 50, mostra o cotidiano de moleques de rua de Salvador. Abandonados pelas famílias, os personagens Pedro Bala, Professor, Sem-Pernas e Dora, entre outros, vivem de pequenos delitos e, sem rumo ou futuro, vão se tornando adultos pelo peso de uma vida desregrada. A trilha sonora é assinada por Carlinhos Brown. Estreou 07/10/2011”. (Veja São Paulo)

**2,0-EU QUERIA TER A SUA VIDA (The Change-Up, comédia, EUA/2011, direção David Dobkin, com Ryan Reynolds, Jason Bateman, Olivia Wilde):
2-VejaSP
“Exceto em alguns casos, a exemplo das recentes "Eu Te Amo, Cara" e "Passe Livre", as comédias destinadas ao público masculino têm pecado pelo moralismo. Talvez dois dos responsáveis por isso sejam os roteiristas Jon Lucas e Scott Moore. Eles escreveram a história de "Se Beber, Não Case!", o longa-metragem que faturou quase meio bilhão de dólares no mundo, ganhou uma continuação ainda mais rentável, fez um barulho estrondoso e deu origem a muitas imitações. A dupla volta agora com outro trabalho e, novamente, comete o deslize. Dirigida por David Dobkin (de "Penetras Bons de Bico"), "Eu Queria Ter a Sua Vida" aponta, de início, para uma trama provocativa e despudorada. A partir da metade, entram no enredo as simplistas lições de moral e prevalece o tom conservador. Há, claro, hilariantes momentos, principalmente porque Jason Bateman e Ryan Reynolds são atores extremamente empenhados e, aqui, em perfeita sintonia. Bateman (um especialista do gênero em fitas como "Quero Matar Meu Chefe") e o mais versátil Reynolds (protagonista de "Lanterna Verde") interpretam Dave e Mitch. Amigos de infância, eles tomaram rumos distintos quando adultos. Dave, renomado advogado, se casou e teve três filhos, entre eles um inquieto casal de gêmeos. Mitch é mulherengo, faz bicos como ator e fuma maconha. Após uma noite de bebedeira, eles confessam desejar ter a vida do outro. Após um blecaute, acordam, no dia seguinte, de corpos trocados. Dave virou Mitch — e vice-versa. Sim, algo muito parecido acontece no nacional "Se Eu Fosse Você". A meia hora seguinte vale o ingresso. Mitch, por exemplo, não tem o menor tato para lidar com os bebês e acaba criando deliciosas situações politicamente incorretas. Já Dave vai descobrir o tipo de “filme” do qual seu amigo participa e suas preferências sexuais. A ousadia, contudo, vai cedendo espaço para os clássicos draminhas pessoais e, no desfecho, o bom humor de antes transforma-se num ensopado de clichês e caretice. Estreou 07/10/2011”. (Veja São Paulo)

0-O FILME DOS ESPÍRITOS (drama, Brasil/2011, direção André Marouço e Michel Dubret, com Reinaldo Rodrigues, Nelson Xavier, Sandra Corveloni): Zero-VejaSP
"Bezerra de Menezes — O Diário de um Espírito" (2008) perdeu o posto de pior drama espírita nacional. Incomparável sob qualquer ponto de vista (técnico, emocional etc.), esta fita, patrocinada por uma fundação das Casas André Luiz, tem defeitos primários e jamais atinge o objetivo: levar uma mensagem de esperança através da doutrina espírita. Pobre de "O Livro dos Espíritos", escrito por Allan Kardec em 1857, no qual o filme se diz inspirado. Há apenas raras citações do texto original numa trama repetitiva e extremamente baixo-astral. É inegável que, para falar do tema, a morte precisa estar presente. O roteiro, porém, exagera na dose. Com montagem medonha, direção tosca e cenários horrendos, narra-se a trajetória de Bruno (Reinaldo Rodrigues). Esse professor de psiquiatria perdeu a mulher e, dois anos depois, continua abalado. Para piorar, virou alcoólatra e foi demitido do emprego. À beira do suicídio, recebe de um gari o tal livro de Kardec. Ao procurar por seu antigo mestre (papel de Nelson Xavier), médico de doentes mentais que tem os dias contados, toma contato, um pouquinho mais profundo, com o espiritismo. Exceto de Xavier e de atores tarimbados como Ana Rosa e Etty Fraser, as atuações deixam a desejar. Nada se compara, contudo, à risível participação da apresentadora Luciana Gimenez, metida numa patética maquiagem de envelhecimento. Estreou 07/10/2011”. (Veja São Paulo)

***3,0-A HORA DO ESPANTO (Fright Night, terror, EUA/2011, direção Craig Gillespie, com Colin Farrell, Anton Yelchin, Toni Collette: 3-VejaSP
“Mesmo com uma ou outra alteração na história, dá para afirmar: trata-se de uma refilmagem fiel do terror de 1985. Muitas coisas são até melhores, a começar pela dupla de protagonistas (Anton Yelchin e Colin Farrell), pelos comedidos efeitos visuais e pela eficiência dos sustos. Yelchin interpreta Charley, rapazinho de um condomínio próximo a Las Vegas que só pensa em badalar com a namorada. Tudo muda quando um amigo nerd (Christopher Mintz-Plasse) dá o alerta: seu novo vizinho (Farrel) é um vampiro. Charley não dá bola, mas fica com a pulga atrás da orelha. Preocupado com o sumiço de alguns colegas, decide, enfim, investigar o misterioso homem da casa ao lado. Chris Sarandon, o vilão sanguessuga do original, faz uma ponta na cena do acidente na estrada. Estreou 07/10/2011”. (Veja São Paulo)

***3,0-UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA (aventura, Brasil/2011, direção César Rodrigues e André Alves, com Paola Oliveira, Suely Franco, Chico Anysio): 3-VejaSP
“O livro homônimo de Ziraldo, que, lançando em 1995, já vendeu mais de 380 000 exemplares, ganhou uma versão bacana para o cinema, codirigida pelo sobrinho do escritor, André Alves Pinto. Programa ágil para crianças e nostálgico para adultos, mostra a façanha de uma espevitada professora, interpretada pela sempre graciosa Paola Oliveira. Com boa criação da década de 40, a trama se passa na pacata cidade mineira de São João del Rey. Depois de estudar na capital, Cate (Paola) vai lecionar num colégio de sua cidade natal e, lá, usa métodos de ensino nada ortodoxos. Por exemplo: dar gibis à criançada para incentivar a leitura e levá-los, pela primeira vez, ao cinema — o filme é "Cleópatra" (1934), onde eles devem aprender algo mais sobre história. Linda, simpática e inteligente, Cate vira alvo da paquera de vários moços, mas seu coração parece ter ficado preso no passado, quando brincava com Beto (Joaquim Lopes), o afilhado de seu tio (Chico Anysio) que virou padre. Talentoso, o garoto Caio Manhente faz o protagonista mirim e narra a história. Estreou 07/10/2011”. (Veja São Paulo)

**2,0-O ZELADOR ANIMAL (Zookeeper, comédia, EUA/2011, direção Frank Coraci, com Kevin James, Rosario Dawson): 2-VejaSP
“Se para os adultos pode ser uma trama previsível e insossa, para a meninada acima dos 4 anos há um atrativo extra: uma simpática bicharada que fala. O filme foi produzido pela companhia de Adam Sandler ("Gente Grande" e "Esposa de Mentirinha") e, não à toa, tem-se aqui a sensação de estar-se diante de uma comédia deste ator. No enredo, o gorducho Griffin Keyes (Kevin James) leva um fora da namorada por causa de sua profissão — ele é zelador de um zoológico. Para reconquistar a jovem, ele tenta mudar de emprego, mas os animais, que tanto gostam dele, vão se reunir para ensiná-lo a mudar seu frouxo comportamento. Entre os bichos estão um gorila, um leão, um macaco, um elefante e um urso de língua presa, todos muito bem dublados pelo humorista Marcelo Adnet. Estreou 07/10/2011”. (Veja São Paulo)

ESTREIAS, 30 de setembro
**2,5-AMIZADE COLORIDA (Friends With Benefits, comédia romântica, EUA/2011, direção Will Gluck, com Mila Kunis, Justin Timberlake, Patricia Clarkson):
3-EstSP; 3-Globo; 3-VejaSP; 1-FolhaSP
“De um tempinho para cá, as comédias românticas perderam o pudor e a caretice da era Tom Hanks-Meg Ryan e passaram a tratar o sexo como se deve — vide os recentes "Amor à Distância" e "Sexo sem Compromisso". Ou seja: os protagonistas sentem atração física e, agora, os diretores não mais escondem seus prazeres sob os lençóis ou em beijos interrompidos. É o caso de "Amizade Colorida". Em um lado está Justin Timberlake, o saradão cantor pop de 30 anos que, em menos de uma década de carreira-solo, já teve 28 indicações ao Grammy e carimbou a vida amorosa das beldades Britney Spears, Cameron Diaz e Jessica Biel. Na outra ponta encontra-se a sensual Mila Kunis, a atriz-vulcão de 28 anos responsável por pirar a personagem de Natalie Portman em "Cisne Negro". Juntos, os dois provocam faíscas e exalam uma libido raramente vista em fitas do gênero. Na trama, Dylan (Timberlake) e Jamie (Mila) levam um passa-fora de seus amados no mesmo dia, embora estejam em lados opostos do país. Eles se conhecem na cena seguinte. Headhunter de Nova York, Jamie precisa convencer o talentoso Dylan a trocar Los Angeles por Manhattan e aceitar o emprego de editor numa prestigiada revista. Depois da oferta dos futuros patrões e de perambular pela fervilhante cidade com sua nova amiga, ele topa. A partir daí, tornam-se unha e carne. Descobrem afinidades e, atraídos, decidem fazer um pacto: transar sem vínculo afetivo. Mas até quando vão resistir ao amor? Diálogos afiados e uma direção vigorosa de Will Gluck (de "A Mentira", só lançado em DVD) tornam o moderno, ágil e esperto filme um espelho de Nova York, palco principal da história, terra natal do realizador e, não à toa, formidavelmente homenageada em belas imagens do Central Park, do Chrysler Building, da Brooklyn Bridge ou de alguma outra locação menos cartão-postal. Estreou 30/09/2011”. (VejaSP)

***3,3-CONTRA O TEMPO (Source Code, suspense, EUA-França/2011, direção Duncan Jones, com Jake Gyllenhaal, Vera Farmiga): 4-Globo; 3-FolhaSP; 3-VejaSP
“No segundo longa-metragem do filho do cantor David Bowie, Jake Gyllenhaal interpreta um sujeito que desperta em um trem partindo dos subúrbios em direção a Chicago sem saber direito por que está lá. À sua frente, uma bela mulher (Michelle Monagham) fala como se o conhecesse. Após algum tempo de confusão — tanto para o personagem quanto para o espectador —, uma explosão mata todos os passageiros. O protagonista, então, percebe que faz parte de uma missão dentro de um laboratório. Ele é um piloto militar chamado Colter Stevens e, através de um avançado aparato tecnológico do governo, experimenta os últimos oito minutos de uma das vítimas do atentado. Seu objetivo: descobrir quem plantou a bomba e impedir uma próxima explosão. A inventiva mistura de ficção científica e suspense rende um longa-metragem intrigante e envolvente. Embora com desdobramentos em excesso, supera em surpresas os filminhos de ação da safra atual. Estreou 30/09/2011”. (VejaSP)

**2,2-FAMÍLIA VENDE TUDO (comédia, Brasil/2011, direção Alain Fresnot, com Lima Duarte, Marisol Ribeiro, Caco Ciocler, Vera Holtz): 3-Globo; 3-EstSP; 2-VejaSP; 1-FolhaSP
“Diretor do classudo "Desmundo" (2002), Alain Fresnot investe numa comédia popular em seu novo longa-metragem. Os mais puritanos podem ficar chocados com o enredo, mas há situações bastante divertidas, sobretudo pela afinação do elenco. Lima Duarte e Vera Holtz interpretam um humilde casal de muambeiros que, depois de fazer compras no Paraguai, tem toda a mercadoria apreendida pela Polícia Federal. Sem grana e endividados, aceitam uma ideia maluca do filho evangélico (Robson Nunes). A filha deles, Lindinha (Marisol Ribeiro), deverá seduzir o mulherengo cantor brega Ivan Carlos (Caco Ciocler) e tentar engravidar do artista numa noite. A família, então, persegue o astro, conhecido como o Rei do Xique, em seus shows. Na pele da grudenta mulher de Ivan está Luana Piovani. Enquanto Ciocler, bem à vontade num papel cômico, se diverte em cena, demais atores mandam igualmente bem em seus personagens despudoradamente amorais. É pena, contudo, que o roteiro, a partir da metade, dispense o tom politicamente incorreto e encontre a mesmice numa incoerente e tola historinha de amor. Estreou 30/09/2011”.
(VejaSP)

***3,0-PALAVRA CANTADA 3D - Show Brincadeiras Musicais (musical, Brasil/2011, direção Marcelo Siqueira e Carlos Garcia, com Paulo Tatit, Sandra Peres, Daniel Ayres): 3-FolhaSP; 3-VejaSP
“Quem nunca teve a oportunidade de ver ao vivo uma apresentação de Paulo Tatit e Sandra Peres vai sair satisfeito da sessão. Trata-se de um show da dupla infantil realizado com recursos em 3D, bem utilizados pelos diretores. Exemplos: os copos coloridos e as bolhas de sabão que “saltam” para fora da tela nas músicas Fome Come e Bolinha de Sabão, respectivamente. Outras dezoito composições alegram a criançada, entre elas Peixe Vivo, Duelo de Mágicos e Criança Não Trabalha. Vem Dançar com a Gente, uma divertida animação de caveirinhas, também não deixa o ritmo cair. Acompanham Tatit e Sandra as irmãs cantoras Julia e Marina Pittier e os músicos Daniel Ayres, Estevão Marques e Wem, além de crianças. Estreou 30/09/2011”. (VejaSP)

****4,0-SUBMARINO: 4-Est.Minas

EM CARTAZ – BH, 23 a 29 de setembro
.****4,3-A ÁRVORE DA VIDA, drama, EUA/2011
.****4,0-O MINEIRO E O QUEIJO, documentário, Br/2011
.****3,8-MEIA NOITE EM PARIS, comédia, Esp-EUA/2011,
..***3,5-MEDIANERAS - Buenos Aires na Era do Amor Virtual,
comedia dramática, Arg-Esp-Alem/2011
..***3,5-UM SONHO DE AMOR, drama, It/2009
..***3,2-PLANETA DOS MACACOS – A Origem, ficção científica, EUA/2011
..***3,0-DIÁRIO DE UM BANANA - Rodrick É o Cara, infantil, EUA/2011
..***3,0-ELVIS E MADONA, comédia dramática, Br/2009
..***3,0-ESSES AMORES, drama, Fr/2009
..***3,0-MANDA-CHUVA: o Filme, animação, Méx-Arg/2011
..***2,9-MISSÃO MADRINHA DE CASAMENTO, comédia, EUA/2011
..***2,8-O HOMEM DO FUTURO, comédia, Br/2011
..***2,6-CONFIAR, drama, EUA/2010
..***2,6-PREMONIÇÃO 5, terror, EUA/2011
....**2,5-COWBOYS & ALIENS, ficção científica, EUA-Índ/2011
....**2,5-HARRY PORTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE, aventura, EUA/2010
....**2,3-PRONTA PARA AMAR, drama, EUA/2010,
....**2,2-LARRY CROWNE - O Amor Está de Volta,
comédia romântica, EUA/2011
....**2,2-ONDE ESTÁ A FELICIDADE?, comédia romântica, Br-Esp/2011
....**2,2-OS SMURFS, aventura, EUA/2011
....**2,0-CONAN, O BÁRBARO, ação, EUA/2011
....**2,0-GLEE LIVE - O Filme, musical, EUA/2011
....**1,7-PROFESSORA SEM CLASSE, comédia, EUA/2011

ESTREIAS, 23 de setembro
***2,6-CONFIAR (Trust, drama, EUA/2010, direção David Schwimmer, com Catherine Keener, Clive Owen, Liana Liberato): 3,5-Imdb; 3,0-Metacritic; 3,0-VejaSP; 1-FolhaSP
“Graças a um chat, uma adolescente se apaixona por um garoto que, na verdade, é um predador sexual”. (FolhaSP)
“Depois de sua estreia atrás das câmeras, na tola comédia romântica "Maratona do Amor", o ator David Schwimmer (o Ross do seriado "Friends") agora parte para um intenso drama em seu segundo filme como diretor. A narrativa, bastante atual, enfoca os conflitos criados pela internet numa família de classe média alta de Chicago. Em seu aniversário de 14 anos, Annie (Liana Liberato) ganha dos pais (Clive Owen e Catherine Keener) um novo computador e estreita os laços com um namoradinho virtual. Charlie, o rapaz em questão, diz ter 16 anos; depois, 25. Na sucessão de mentiras, surge à frente da menina um trintão cheio de más intenções. Embora pareça enveredar para um policial genérico sobre os riscos do mau uso das ferramentas digitais, a fita vai além ao trazer à tona dois temas instigantes: a prepotência dos adolescentes ao encararem um amor cego e a falta de estrutura de um pai diante do crescimento da filha. De quebra, a estreante no cinema Liana trava, no desfecho, um comovente duelo emocional com o sempre competente Clive Owen. Estreou 23/09/2011”. (Veja São Paulo)

***3,0-ELVIS E MADONA (Elvis & Madona, comédia dramática, Brasil/2009, direção Marcelo Laffit, com Simone Spoladore, Igor Cotrim, Sérgio Bezerra): 4-Est.Minas; 2-FolhaSP
“Do encontro inusitado entre a motociclista lésbica Elvis e a travesti Madona, nasce uma improvável história de amor”. (FolhaSP)
“Na comédia dramática, a fotógrafa Elvira (Simone Spoladore) começa a trabalhar como entregadora de pizza. Seu destino acaba cruzando com o do travesti Madona (Igor Cotrim) cujo sonho é fazer um show no gênero teatro de revista. Eles se apaixonam, mas começa aí uma tumultuada relação de altos e baixos. Estreou 23/09/2011”. (Veja São Paulo)

***3,0-ESSES AMORES (Ces Amours-là, drama, França/2009, direção Claude Lelouch, com Audrey Dana): 3,1-Imdb; 3-EstSP; 3-Globo
“No início do século XX, mulher tenta viver à frente de seu tempo”. (Est.Minas)

****4,0-O MINEIRO E O QUEIJO (documentário, Brasil/2011, direção Helvécio Ratton): 4-Est.Minas
“Sobre o queijo artesanal de Minas Gerais, e os problemas que enfrenta”. (Est.Minas)
“... fascinante relato sobre Minas Gerais, sobre modos de fazer, viver, criar... o jeito como as pessoas falam, conversam, pensam, relacionam-se, amam. A disputa pelo queijo se transforma em algo maior - a necessidade de preservação de um modo de vida fascinante”. (Estado de Minas)

***2,9-MISSÃO MADRINHA DE CASAMENTO (Bridesmaids, comédia, EUA/2011, direção Paul Feig, com Kristen Wiig, Maya Rudolph, Rose Byrne): 3-FolhaSP; 3-VejaSP; 2,8-Imdb
“Lillian convida sua amiga Annie para ser madrinha do seu casamento e ela organiza uma despedida de solteira”. (FolhaSP)
“Tanto como diretor quanto como produtor, Judd Apatow virou uma referência de filmes para meninões, seja em "O Virgem de 40 Anos", "Ligeiramente Grávidos" ou "Quase Irmãos". Uma das surpresas da comédia "Missão Madrinha de Casamento" é que agora seu foco também mira o público feminino. Isso, porém, não exclui os homens deste novo longa-metragem produzido por Apatow e dirigido por Paul Feig. Diversão agradável e por vezes hilariante, a fita ainda apresenta o talento de Kristen Wiig, comediante do programa Saturday Night Live, aqui em seu primeiro papel principal no cinema. O enredo mostra os dilemas de uma quase quarentona chamada Annie e interpretada por Kristen. Abandonada pelo namorado, a personagem fechou sua falida loja de bolos e agora trabalha, a contragosto, como vendedora de uma joalheria. Sem muita grana, precisou alugar um quarto no apartamento de um casal de irmãos intragáveis. Sexo para ela não chega a ser um problema — mas só pode desfrutá-lo quando o amante bonitão (Jon Hamm) sente vontade. Para piorar, Annie deve encarar uma dura tarefa. Lilian (Maya Rudolph), sua melhor amiga, vai se casar e a escalou para ser uma das madrinhas. O estorvo, contudo, se chama Helen (Rose Byrne), a mulher do chefe de Lilian. Rica, bonita e finérrima, Helen fará de tudo para superar a pobretona Annie perante a noiva. Uma competição entre mulheres, enfim. Embora um tantinho esticado e, equivocadamente, comparado a uma versão de saias de "Se Beber, Não Case!", o filme tem lá seus (raros) momentos de humor escatológico. Mas sobrevive mesmo de espirituosas passagens de fácil identificação — a sequência do “duelo” das inimigas disputando um microfone chega a ser um dos pontos altos do roteiro, coescrito por sua carismática protagonista. Estreou 23/09/2011”. (Veja São Paulo)

***2,6-PREMONIÇÃO 5 (Final Destination 5, terror, EUA/2011, direção Steven Quale, com Nicholas D'Agosto, Emma Bell, Arlen Escarpeta):
3,2-Imdb; 2-FolhaSP
“Após homem ter uma premonição de que ele e seu grupo de colegas irão morrer em uma ponte, todos escapam, mas descobrem aos poucos que é impossível fugir da morte”. (FolhaSP)
“No quinto episódio da cinessérie de terror, o jovem Sam (Nicholas D’Agosto) tem uma premonição dentro de um ônibus a caminho de um retiro corporativo. Em sua aterradora visão, ele e seus amigos morrem num terrível desastre. O acidente acontece mesmo, mas o grupo consegue escapar ileso. Não tarda para fatos sinistros começarem a rodear Sam e os demais. Estreou 23/09/2011”. (Veja São Paulo)

CONTINUAÇÕES, 23 a 29 de setembro
****4,3-A ÁRVORE DA VIDA (Tree of Life, drama, EUA/2011, direção Terrence Malick, com Sean Penn, Brad Pitt, Jessica Chastain): 5-Est.Minas;
5-Globo; 4,2-Metacritic; 4,0-Est.SP; 4-FolhaSP; 4-Tempo; 3,9-Imdb
“Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2011, a fita enfoca o drama de Jack na fase adulta, interpretado por Sean Penn. A maior parte da trama, porém, se passa na década de 50 e flagra o então garoto do Meio-Oeste dos Estados Unidos numa conturbada relação com o pai, vivido por Brad Pitt. Estreou 12/08/2011”. (Veja SP)

**2,0-CONAN, O BÁRBARO (Conan the Barbarian, ação, EUA/2011, direção Marcus Nispel, com Jason Mamoa, Rachel Nichols, Stephen Lang): 3-Globo; 2-VejaSP; 1-FolhaSP
“Batalha travada pelo guerreiro cimério para vingar o assassinato de seu pai e a matança em sua aldeia, contra seus rivais hukking e monstros”. (FolhaSP)
“Diretor do remake de "Sexta-Feira 13" (2009), Nispel foi escalado para refilmar outro título da década de 80. Antes estrelado por Arnold Schwarzenegger em 1982, o fortão Conan assume os músculos do ator havaiano Jason Momoa, estreante no cinema. Ainda adolescente, Conan, cuja mãe faleceu no seu parto, mostra-se um valente guerreiro para alegria de seu pai (Ron Perlman, o Hellboy). Mas a tribo da Ciméria, onde eles moram, está prestes a ser atacada pelo vilão Khalar Zim (Stephen Lang). Ao lado de sua filha feiticeira, o inimigo quer juntar os pedaços de uma máscara para reviver sua mulher. O pai de Conan morre e ele é o único sobrevivente. Já adulto, continua um brucutu com sede de justiça. Se há caricaturas grosseiras e muita canastrice nas atuações, Nispel tem ao menos o dom de fazer um longa-metragem ritmado e cheio de ação fantástica. Abusa da pancadaria violenta, da sanguinolência e foge do filme original — o roteiro deste assemelha-se mais ao livro homônimo de Robert E. Howard (1906-1936), recém-lançado pela editora Generale. Para quem procura um programa movido a adrenalina, eis a atração. Estreou em 16/09/2011” (Veja São Paulo)

**2,5-COWBOYS & ALIENS (Cowboys & Aliens, ficção científica, EUA-Índia/2011, direção Jon Favreau, com Daniel Craig, Harrison Ford, Olivia Wilde): 3-Globo; 3-VejaSP; 2-EstSP; 2-FolhaSP
“Uma nave espacial pousa no Arizona em 1873 para dominar a Terra a partir do oeste. Sem memória, Jake vai parar em Absolution e se junta a um grupo para combater a entidade misteriosa”. (FolhaSP)
“O diretor Jon Favreau virou um especialista em dar humor à cinessérie de ação "Homem de Ferro". Esperava-se, portanto, que seu novo longa-metragem abusasse da graça na inusitada batalha entre cowboys e alienígenas. Uma ou outra piadinha mais a já folclórica presença carrancuda de Harrison Ford garantem os momentos de risos. O faroeste de ficção científica, contudo, sustenta-se em seu delicioso ponto de partida, em efeitos visuais espetaculares e numa primeira hora bastante original. Depois, cai no lugar-comum, mesmo sem comprometer o resultado final. No Velho Oeste, um estranho sem nome chega ao vilarejo de Absolution, dominado por um fazendeiro durão (papel de Ford). Ele não lembra quem é nem o motivo de carregar um bracelete metálico no pulso. Logo se sabe o nome do visitante: Jake Lonergan (o atual 007 Daniel Craig), um ladrão procurado pela Justiça. Os habitantes ficam intrigados com a presença do bandido, mas a coisa só piora quando, do céu, surgem naves espaciais com o poder de abduzir as pessoas. Na luta contra os invasores, juntam-se brancos e índios, xerifes e bandidos, numa salada racial e social criativa. Estreou 09/09/2011”.

***3,0-DIÁRIO DE UM BANANA - Rodrick É o Cara (Diary of a Wimpy Kid: Rodrick Rules, infantil, EUA/2011, direção David Bowers, com Devon Bostick, Zachary Gordon, Robert Capron): 3-Globo; 3-Imdb
“Greg Heffley e Rodrick, seu irmão mais velho, precisam lidar com os pais. Além disso, Rodrick sabe de um incidente que Greg quer manter em sigilo”. (FolhaSP)
“Nesta continuação da comédia infantil Diário de um Banana, só lançada em DVD, Rodrick (Devon Bostick), irmão mais velho de Greg (Zachary Gordon), decide torturar a criançada. Mas, sem que o valentão saiba, tudo está sendo registrado num diário. Estreou 16/09/2011”. (Veja São Paulo)

**2,0-GLEE LIVE - O Filme (Glee: the 3D Concert Movie, musical, EUA/2011, direção Kevin Tancharoen, com Cory Monteith, Dianna Agron, Lea Michele): 3-Globo; 2-VejaSP; 1-FolhaSP
“Intercalado com cenas de bastidores de personagens populares da série "Glee", o filme mostra a turnê norte-americana "Glee Live! In Concert!". (FolhaSP)
“A moda está pegando. Depois dos shows de Hanna Montana/Miley Cyrus e Justin Bieber, chega às telas o espetáculo, igualmente em 3D, com os personagens do seriado homônimo — a terceira temporada de Glee começa nesta semana nos Estados Unidos. O documentário musical tem a mesma fórmula (um tanto simplificada) de "Never Say Never", de Bieber: mistura depoimentos de fãs e cenas de bastidores com as apresentações no palco para uma plateia de adoradores esfuziantes. Mesmo quem curte a série, não pode negar: trata-se de um produto caça-níquel. Ao contrário do popzinho feito hoje para adolescentes, as 23 canções aqui são boas e interpretadas com garra e ótimas vozes. Entre os personagens, Quinn (Dianna Agron), Blaine (Darren Criss) e Kurt (Chris Colfer) recriam passagens do programa de TV através de músicas como Somebody to Love, I Want to Hold Your Hand e Don’t Stop Believin’. Participação de Gwyneth Paltrow. Estreou 16/09/2011”. (Veja São Paulo)

**2,5-HARRY PORTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE (Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 1, aventura, EUA/2010, direção David Yates, com Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson): 3-Tempo; 2-VejaSP
“Como se trata apenas da primeira metade do último episódio da cinessérie, há desfecho em aberto e muita enrolação no meio do caminho. Pela ambiência cada vez mais sombria e pelo maior número de mortes, dá para afirmar: não é mais um filme para crianças. A aventura infantil e inofensiva de antes tornou-se um embate dramático do bem contra o mal. Na trama, o vilão Voldemort (Ralph Fiennes) quer dar a cartada final contra Harry Potter. O jovem bruxo, agora um adolescente musculoso e malhado (e ainda interpretado por Daniel Radcliffe, de 21 anos), refugia-se no campo para se proteger, contando com a ajuda dos amigos Ron (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson). Poucas cenas de ação, ritmo vagaroso e uma breve cena de nudez neste penúltimo longa-metragem inspirado no derradeiro livro da série literária são provas de amadurecimento. O filme, porém, não precisava ser tão esticado e oportunista, a ponto de merecer uma continuação, prevista para julho de 2011. Estreou 19/11/2010”. (Veja SP)

***2,8-O HOMEM DO FUTURO (comédia, Brasil/2011, direção Claudio Torres, com Wagner Moura, Alinne Moraes, Gabriel Braga Nunes): 3-EstMinas; 3-EstSP; 3-Globo; 3-VejaSP; 3-Tempo; 2-FolhaSP
“Nessa nova comédia do diretor de "A Mulher Invisível", Wagner Moura faz o mesmo personagem, porém em três momentos distintos — e em todas as etapas consegue convencer muito bem. Nos dias atuais, Zero (Moura), brilhante e solitário cientista, virou um cara rancoroso por ter sido humilhado por Helena (Alinne Moraes), a grande paixão de sua juventude, numa festa em 1991. Às voltas com uma nova forma de energia, o protagonista acaba experimentando uma espécie de máquina do tempo e... volta vinte anos atrás, na sua época de estudante de física. Lá no passado, Zero terá a chance de saber os motivos que levaram Helena a desprezá-lo para virar modelo ou, então, mudar os rumos de sua história. O roteiro tem algo da cinessérie "De Volta para o Futuro" e, igualmente, de "Redentor" (2004), o genial longa-metragem de estreia de Claudio Torres. Mesmo sem ter um roteiro totalmente original, a fita traz efeitos visuais formidáveis, ritmo alucinante e uma proposta reflexiva bacana: o que você mudaria na sua vida se pudesse retroceder no tempo? Gabriel Braga Nunes faz o vilão da trama. Estreou 02/09/2011”. (Veja São Paulo)

**2,2-LARRY CROWNE - O Amor Está de Volta (Larry Crowne, comédia romântica, EUA/2011, direção Tom Hanks, com Tom Hanks, Julia Roberts, Sarah Mahoney): 3-FolhaSP; 3-Imdb; 2-EstSP; 1-VejaSP
“Após perder seu emprego, Larry Crowne resolve voltar para a faculdade, onde se apaixona por uma professora”. (FolhaSP)
“Se existisse um troféu para premiar o casal mais insosso e sem química da temporada, iria para Tom Hanks e Julia Roberts nesta comédia romântica. Escrita (em parceria com a atriz Nia Vardalos, de "Casamento Grego") e dirigida por Tom Hanks, quinze anos depois de "The Wonders — O Sonho Não Acabou", a fita toca superficialmente na crise da meia-idade e na crítica situação econômica americana. Pior de tudo: o romance entre os protagonistas custa muuuito a decolar por causa de um roteiro anêmico, dispersivo, sem graça e de conflitos rasos. Hanks faz o protagonista, Larry Crowne, um cinquentão que dedicou sua vida à Marinha e, em seguida, ao emprego numa rede de supermercados. Demitido por não ter formação superior, decide voltar a escola. Lá, torna-se um aluno exemplar e, aos poucos, se encanta por Mercedes (Julia), a durona professora de oratória. Essa mulher inflexível tem um marido imprestável e passa os dias de mal com a vida. Estreou 09/09/2011”. (Veja São Paulo)

***3,0-MANDA-CHUVA: o Filme (Top Cat, animação, México-Argentina/2011, direção Alberto Mar): 3-Globo
“Na animação, uma nova onda de crimes em Nova York, comandada por um poderoso vilão, abala a vida do gato Manda-Chuva, que precisa ajudar o Guarda Belo”. (FolhaSP)
“O desenho animado que fazia a alegria da criançada na década de 60, época em que foi produzido, ganha uma versão em longa-metragem com cópias também em 3D. Sinal dos tempos. Agora, o vilão usa recursos tecnológicos para abalar a cidade de Nova York. Por isso, o Guarda Belo vive ansioso, sobretudo porque seu chefe não está satisfeito com seu trabalho. Eis, então, que o espertalhão gato Manda-Chuva entra na parada para ajudar (ou atrapalhar ainda mais) na tarefa. Estreou 16/09/2011”.
(Veja São Paulo) Rafael Ferro, Car

***3,5-MEDIANERAS - Buenos Aires na Era do Amor Virtual (Medianeras, comedia dramática, Argentina-Espanha-Alemanha/2011, direção Gustavo Taretto, com Pilar López de Ayala, la Peterson): 4-EstSP; 4-Globo; 4-VejaSP; 2-FolhaSP
“Martin e Mariana vivem na mesma cidade, na mesma quadra, em apartamentos um de frente para o outro, mas nunca se encontram”. (FolhaSP)
“Ao longo de enxuta uma hora e meia, o roteiro vai explorar, entre a comédia e o drama, o cotidiano de duas pessoas quase iguais, quase complementares. Ambas moram na mesma avenida Santa Fé, em Buenos Aires e, apesar de serem vizinhas, nunca se encontraram. Martín (Javier Drolas) vive numa quitinete, especializou-se na criação de sites, toma ansiolíticos e, cheio de manias, só anda a pé. Formada em arquitetura, Mariana (papel da espanhola Pilar López de Ayala, de "Lope") ganhou outra ocupação: tornou-se vitrinista de lojas. Abandonada pelo namorado, a moça não usa elevador e gosta de procurar o personagem Wally no livro infantil. Lapidada com humor afiado, a fita saiu da recente competição de Gramado com os prêmios de melhor filme estrangeiro, melhor diretor e júri popular. Seus adoráveis neuróticos anônimos têm inspiração em Woody Allen — não à toa há uma cena de "Manhattan" (1979), do cineasta americano, numa referência explícita. Em resumo: trata-se de um criativo painel do mundo de hoje, movido por relações virtuais, porém com uma pontinha de esperança na sensibilidade do calor humano. Estreou em 02/09/2011.
Ao longo de enxuta uma hora e meia, o roteiro vai explorar, entre a comédia e o drama, o cotidiano de duas pessoas quase iguais, quase complementares. Ambas moram na mesma avenida Santa Fé, em Buenos Aires e, apesar de serem vizinhas, nunca se encontraram. Martín (Javier Drolas) vive numa quitinete, especializou-se na criação de sites, toma ansiolíticos e, cheio de manias, só anda a pé. Formada em arquitetura, Mariana (papel da espanhola Pilar López de Ayala, de "Lope") ganhou outra ocupação: tornou-se vitrinista de lojas. Abandonada pelo namorado, a moça não usa elevador e gosta de procurar o personagem Wally no livro infantil. Lapidada com humor afiado, a fita saiu da recente competição de Gramado com os prêmios de melhor filme estrangeiro, melhor diretor e júri popular. Seus adoráveis neuróticos anônimos têm inspiração em Woody Allen — não à toa há uma cena de "Manhattan" (1979), do cineasta americano, numa referência explícita. Em resumo: trata-se de um criativo painel do mundo de hoje, movido por relações virtuais, porém com uma pontinha de esperança na sensibilidade do calor humano. Estreou (SP) 02/09/2011”.

****3,8-MEIA NOITE EM PARIS (Midnight in Paris, comédia, Espanha-EUA/2011, direção Woody Allen, com Owen Wilson, Rachel McAdams, Marion Cotillard, Carla Bruni): 4-EstSP; 4-FolhaSP; 4-Globo; 4-Imdb;
4-Metacritic; 3-Tempo; 3-VejaSP
****Ótimo: “... é com inteligência e humor que Allen trabalha um conceito em aparência complexo: existe uma idade de ouro da humanidade ou ela é só uma construção mental de quem vive insatisfeito com seu próprio tempo... Só podemos agradecê-lo e curtir mais este filme solar, daqueles raros a nos dar alguma esperança que não pareça fraudulenta ou ingênua”.
(Luiz Z. Oricchio, Estado de São Paulo)
****Ótimo: “Se não consegue sempre manter a intensidade em sua viagem no tempo, Allen consegue, em todo caso, afirmar com força essa identidade entre fantasia e liberdade que talvez seja o melhor que o cinema pode criar. E faz um filme alguns quilômetros à frente do que temos visto neste até aqui decepcionante 2011”. (Inácio Araújo, Folha de SP)
“Em seu atual giro pelo mundo, Woody Allen parou na França para fazer um dos seus filmes mais graciosos dos últimos anos. Em Paris, um roteirista americano (Owen Wilson) com pretensão de ser escritor se distancia de sua noiva consumista (Rachel McAdams), de seus sogros conservadores e dos amigos esnobes dela. Cansado do vazio da vida moderna, ele prefere caminhar sozinho à noite para se inspirar. Depois da meia-noite, porém, descobre uma cidade diferente, atemporal, como sempre sonhou. O cineasta colocou inúmeras referências culturais para destacar o charme parisiense, principalmente aquele perdido no passado. De quebra, lembrou-se de quando viveu lá como um jovem comediante querendo escrever romances. Estreou 17/06/2011”. (VejaSP)

**2,2-ONDE ESTÁ A FELICIDADE?nde Está a Felicidade? (comédia romântica, Brasil/Espanha/2011, direção Carlos Alberto Riccelli, com Bruno Garcia, Bruna Lombardi, Marcello Airoldi): 3-VejaSP; 2-EstSP; 2-Globo;
2-Tempo
“Chef de cozinha, embarca com os amigos para o caminho de Santiago de Compostela”. (FolhaSP)
“Na trama, Teo (Bruna Lombardi), uma chef especializada em receitas afrodisíacas de um programa de TV em São Paulo, descobre que o marido (Bruno Garcia) tem uma amante via internet. Para piorar, sua atração foi cancelada pela emissora. Na rua da amargura, ela aceita o conselho de sua maquiadora, Aura (Maria Pujalte, melhor atriz coadjuvante no Festival de Paulínia): fazer a pé o caminho de Santiago de Compostela, no norte da Espanha. Acompanhada de Zeca (Marcelo Airoldi), ex-diretor de seu programa, e de Milena (Marta Larralde), sobrinha espanhola de Aura, Teo embarca numa aventura recheada de contratempos e sur- presas. Bruna mostra estar à vontade tanto à frente das câmeras quanto para criar diálogos espertos. As confusões provocadas pelo portunhol dos personagens brasileiros são o ponto alto da graça. E, aí, Marcelo Airoldi rouba as atenções. Outro grande acerto: fugir do manual de autoajuda, fórmula típica de produções americanas cuja protagonista é uma mulher descasada. Com dez minutos a menos de duração, a comédia ficaria no ponto ideal. O excesso, porém, não atrapalha o resultado. Em troca, há ritmo ágil, belas locações na Galícia, trilha sonora de colar no ouvido, cores de Almodóvar na fotografia e direção de arte e irreverência numa narrativa desbragadamente romântica. Não à toa, a fita recebeu o merecido prêmio do público no último Festival de Paulínia. Estreou 19/08/2011”. (Veja São Paulo)

**1,7-PROFESSORA SEM CLASSE (Bad Teacher, comédia, EUA/2011, direção Jake Kasdan, com Cameron Diaz, Jason Segel, Justin Timberlake):
2-VejaSP; 2-Globo; 1-FolhaSP
“Elizabeth Halsey (Cameron Diaz) é a típica vigarista que quer se dar bem arranjando um marido rico. Depois de largar o emprego de professora na intenção de um bom casamento, leva um fora do noivo e, meses depois, volta a trabalhar no mesmo colégio. Lá, mostra-se folgada, desbocada e carreirista. Quando conhece um colega rico (papel do cantor Justin Timberlake), decide conquistá-lo a qualquer preço. Como ele prefere mulheres de seios fartos, Elizabeth só tem um objetivo: descolar grana para implantar silicone. Na onda politicamente incorreta que Hollywood redescobriu, a comédia tem lá seus momentos divertidos — menos pela esforçada presença de Cameron Diaz e mais pela piadinhas do roteiro. Mas, junto com humor afiado, chegam as baixarias de praxe, além de um desfecho precipitado e aquém do restante da trama. Estreou 19/08/2011”. (Veja São Paulo)

**2,3-PRONTA PARA AMAR (A Little Bit of Heaven, drama, EUA/2010, direção Nicole Kassel, com Kate Hudson, Gael García Bernal, Whoopi Goldberg): 3-VejaSP; 2-FolhaSP; 2-Globo
“A bem-sucedida e alegre Marley descobre que está com câncer. Enquanto luta para viver, encontra o médico Julien, por quem se apaixona”. (FolhaSP)
**Regular: “Constrangedora antologia de clichês”. (O Globo)
“Das fitas que tentaram, nos últimos anos, recriar a triste situação do já clássico chororô "Love Story" (1970), incluindo o recente "Amor e Outras Drogas", talvez o melhor exemplo esteja neste drama. Sem enrolação, vai direto ao ponto e, acima de tudo, provoca uma emoção devastadora — dependendo do seu grau de sensibilidade e tolerância para o tema. Kate Hudson interpreta Marley Corbett, bem-sucedida executiva de marketing de Nova Orleans que só faz sexo sem compromisso. Cheia de amigos e muita alegria de viver, a moça descobre ter um câncer em estágio avançado. Mesmo levemente deprimida, tira o problemão de letra. Mantém sua rotina de baladas e, do patrão, esconde sua real condição de saúde. Menos paqueradora do que antes, a protagonista se deixa levar pelo bom papo do médico mexicano Julian Goldstein (Gael García Bernal) e se apaixona em meio ao tratamento quimioterápico. Estreou 16/09/2011. (Veja São Paulo)

***3,2-PLANETA DOS MACACOS – A Origem (Rise of the Planet of the Apes, ficção científica, EUA/2011, direção Rupert Wyatt, com James Franco, Freida Pinto, Andy Serkis): 4-EstSP; 3-FolhaSP; 3-Globo; 3-Tempo; 3-VejaSP
“Experimentos genéticos levam ao desenvolvimento da inteligência dos macacos, que iniciam uma guerra pelo poder”. (FolhaSP)
“Marco da ficção científica, "O Planeta dos Macacos" (1968) narrava a trajetória de um astronauta perdido num mundo de macacos falantes que dominavam humanos escravizados. Aqui a proposta é mostrar a origem desse fato. Como os tempos são outros, um thriller de ação prevalece agora em um espetáculo de ótimos efeitos visuais, da mesma produtora que criou o Gollum de "O Senhor dos Anéis". A trama até parece plausível. James Franco (de "127 Horas") interpreta o cientista Will Rodman, empenhado em produzir um medicamento para a cura do Alzheimer, mal que acomete seu pai (John Lithgow). A droga é testada numa macaca prenhe, mas ela morre tragicamente. O bebê dela, porém, sobrevive. Criado em casa por Rodman, o chimpanzé Caesar desenvolve raciocínio rápido e mostra-se bem mais ágil e inteligente do que outros símios. Estreou 26/08/2011”.

**2,2-OS SMURFS (The Smurfs, aventura, EUA/2011, direção Raja Gosnell, com Neil Patrick Harris, Katy Perry, Hank Azaria): 3-Globo;
3-EstSP; 3-VejaSP; 1-FolhaSP; 1-Tempo
“O malvado feiticeiro Gargamel invade a vila encantada dos Smurfs, que debandam do local e entram em um portal mágico que os leva a Nova York”. (FolhaSP)
“De “Esqueceram de Mim 3” (1997) a “Perdido pra Cachorro” (2008), o cineasta Raja Gosnell comandou, sempre no piloto automático, sucessos como “Vovó...Zona” (2000) e “Scooby-Doo” (2002). Criatividade nunca foi seu forte. “Os Smurfs”, seu recente trabalho, ainda carece dela, mas, comparado às suas fitas anteriores, resulta num programa familiar agradável e divertido. Criados no fim da década de 50, os seres minúsculos de cor azul eram personagens dos quadrinhos. Chegaram ao estrelato a partir de 1981 devido aos mais de 200 episódios de desenhos produzidos pela TV americana até 1990. Mostra-se acertada a transposição ao cinema. Enquanto os smurfs mantêm a origem na animação, os humanos e o vilão Gargamel são interpretados por atores. A mistura lembra a fórmula de “Alvin e os Esquilos” e “HOP — Rebelde sem Páscoa”, atrações destinadas ao público infantil que, recheadas de tiradas espertas, caíram também no agrado dos adultos. A trama tem início na floresta imaginária dos pequeninos seres. Habitantes de uma aldeia com casas no formato de cogumelo, eles são a perfeita tradução da harmonia e da felicidade. Surge, então, Gargamel (interpretado por Hank Azaria), um feiticeiro capaz de liquidar com a paz dos baixinhos em segundos. Na correria, Papai Smurf, Smurfette (a única garota do reino) e mais quatro amigos acabam em... Nova York (!). A partir do Central Park, onde vão parar, eles deparam com uma cidade frenética e cheia de contrastes. Meio na marra, eles encontram abrigo no apartamento do casal Patrick (Neil Patrick Harris) e Grace (Jayma Mays), grávida do primeiro filho. Executivo de marketing de uma fábrica de cosméticos, Patrick vive dias infernais por causa de uma chefe intransigente e de uma campanha valiosa. Os smurfs, além de incomodá-lo (motivo para risos autênticos), vão provocar uma série de contratempos em Manhattan. A agitada metrópole, inclusive, serve de palco em momentos-chave. Embora com pinta de merchandising, as sequências na loja de brinquedos FAO Schwarz respondem por situações hilárias. Estreou 05/08/2011”. (Veja SP)

***3,5-UM SONHO DE AMOR (Io Sono l'amore, drama, Itália/2009, direção Luca Guadagnino, com Tilda Swinton, Flavio Parenti, Edoardo Gabbriellini: 5-Globo; 3-EstSP; 3-FolhaSP, 3-VejaSP
***Bom: “A mistura pode ser pretensiosa, mas dá certo. Sobretudo pela condução muito elegante do realizador e pelo brilho contido de sua protagonista ...magníficos os planos abertos da cidade sob a neve e impecáveis os enquadramentos pouco usuais para registrar o cotidiano dos personagens. A arquitetura de Milão, o charme das ruazinhas de San Remo e o bucólico interior da Ligúria são atrações à parte e ganham peso de testemunhas da arrebatadora paixão”. (Veja São Paulo)
“Vem de longa data o projeto de "Um Sonho de Amor". Em 1999, o diretor italiano Luca Guadagnino comandou a atriz inglesa Tilda Swinton em "The Protagonists" e, três anos depois, reencontrou-a no documentário em curta-metragem "The Love Factory". Desde aquela época, pensavam em levar às telas uma história de amor trágica e passional. Tilda, porém, seguiu por outros caminhos em Hollywood. Fez o anjo Gabriel em "Constantine" (2005) e, em 2008, atingiu o estrelato ao levar o Oscar de melhor atriz coadjuvante por "Conduta de Risco" e atuar como a Feiticeira Branca no sucesso de bilheteria "As Crônicas de Nárnia". A nova parceria entre a intérprete e o cineasta rendeu elogios nos festivais por onde passou e foi indicada ao Oscar 2011 de melhor figurino. Trata-se de um melodrama de ritmo operístico, influenciado pelo cinema de Luchino Visconti e ecos de "O Amante de Lady Chatterley", de D.H. Lawrence. A mistura pode ser pretensiosa, mas dá certo. Sobretudo pela condução muito elegante do realizador e pelo brilho contido de sua protagonista. O roteiro, entretanto, abre-se em desnecessárias subtramas. Na principal, aparece Emma (Tilda), uma russa que abandonou o seu país ao aceitar o pedido de casamento de Tancredi Recchi (Pippo Delbono), um rico empresário italiano do ramo da indústria têxtil. Duas décadas depois, Emma leva uma vida confortável numa mansão, recebe seus convidados em tubinhos da grife Jil Sander e se dá bem com os três jovens filhos. O matrimônio não anda às mil maravilhas e Emma sabe disfarçar sua insatisfação. Algo, contudo, vai abalar o cotidiano dos Recchi. Num acesso de incontrolável desejo, ela se encanta por Antonio (Edoardo Gabbriellini), simplório chef de cozinha, amigo e futuro sócio de seu primogênito (papel de Flavio Parenti). Sem nunca ter falado a língua italiana, Tilda se vira bem no idioma e ainda arrisca algumas frases em russo. Suas belas cenas de sexo com o amante mostram também a ousadia da estrela cinquentona. Guadagnino parece igualmente audacioso. São magníficos os planos abertos da cidade sob a neve e impecáveis os enquadramentos pouco usuais para registrar o cotidiano dos personagens. A arquitetura de Milão, o charme das ruazinhas de San Remo e o bucólico interior da Ligúria são atrações à parte e ganham peso de testemunhas da arrebatadora paixão. Estréia 19/08/2011”. (Veja São Paulo)